sábado, 1 de fevereiro de 2020

Homem relata ter sido agredido por médico na UPH da zona norte

Devido aos graves ferimentos, a vítima segue internada no hospital Leonor Mendes de Barros

A agressão teria sido cometida por um médico com ajuda de seguranças

Um médico teria agredido, com ajuda de seguranças, um homem de 44 anos dentro da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Norte, em Sorocaba. O caso foi registrado no Plantão Policial Norte e aconteceu na madrugada de segunda (27). Devido aos graves ferimentos, o auxiliar de protético Elias Estevam Gomes segue internado no hospital Leonor Mendes de Barros.

O homem contou que o filho, de 13 anos, que sofre com obesidade, passou mal em casa, na Vila Helena e recebeu o primeiro atendimento pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que apontou que o adolescente tinha um princípio de infarto. “Levaram meu filho para a UPH e em cinco minutos liberaram ele, sem fazer nenhum tipo de exame e dizendo que ele teve apenas um mal-estar”, relata Gomes. Diante do que considerou negligência médica, já que o filho continuava sentindo formigamento e fortes dores, o pai resolveu tirar satisfação com o médico que fez o atendimento e os dois entraram em uma discussão verbal.

O trabalhador alega que foi chamado de “vagabundo” e “nóia” pelo médico, mas garante que não o agrediu fisicamente. “Ele chamou dois seguranças para me segurar e então me deu três socos. Eu fiquei lavado de sangue e o meu filho viu tudo. Está até agora traumatizado”, afirma. Ele conta que logo após a agressão o médico se dirigiu até o Plantão Policial Norte para registrar um boletim de ocorrência contra ele. “Eu estava desmaiado e precisei de atendimento na própria UPH e as enfermeiras se mobilizaram para me ajudar. Enquanto isso ele foi na polícia tentar se proteger.”

Sequelas

Gomes registrou o boletim contra o médico na segunda-feira e no dia seguinte passou por exame de corpo de delito, no Instituto Médico Legal (IML). “Eu não estava conseguindo abrir os olhos e precisei tomar pontos no supercílio. Continuava com muita dor e então fui até a UPH Leste”, relata. Após o primeiro atendimento, ele foi encaminhado ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) e segue com um coágulo no olho, além de fratura na face. O homem pode precisar passar por cirurgias.

De acordo com Gomes, desde o ocorrido, o filho, que tem ansiedade, está depressivo e assustado. Ele relata que mesmo com o adolescente passando mal na UPH Norte, nenhum atendimento lhe foi prestado. “Na terça-feira ele passou por consulta na Policlínica, que já estava agendada e agora passará por uma bateria de exames que vamos pagar, já que pela rede pública demoraria muito”, conta o pai.

Investigação

Na manhã desta quinta-feira (30), durante coletiva de imprensa realizada para o lançamento do programa “Tem Saída”, a prefeita de Sorocaba Jaqueline Coutinho informou que não sabia do caso, mas que pediria a abertura de sindicância. A Secretaria de Saúde de Sorocaba foi questionada sobre o caso e também sobre o posicionamento do Instituto Diretrizes, que administra a unidade. Em nota, a pasta respondeu que notificou o Instituto Diretrizes sobre o ocorrido no último domingo (26) e solicitou um relatório completo do episódio para que o Poder Público possa tomar as providências que sejam necessárias.


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