segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Criança de 2 anos morre em hospital de Valadares e família acusa de negligência

 

Segundo a mãe do menino, eles foram ao hospital quatro vezes. Ela conta que o médico que atendeu a criança receitou medicamentos e liberou para casa.


Breno Gomes Anastácio, de 2 anos e 4 meses, morreu em Governador Valadares

A família de uma criança, de 2 anos e quatro meses, acusa um pediatra plantonista do Hospital Municipal de Governador Valadares de negligência. O menino morreu com pneumonia na noite dessa segunda-feira (24).

Antes de morrer, a mãe do menino conta que o levou ao hospital quatro vezes. A primeira, na quinta-feira (20). Breno Gomes Anastácio, que estava com febre e vomitando, foi atendido pelo médico de plantão.

Na sexta-feira (21), o menino voltou a passar mal e a mãe foi com ele para o hospital novamente.

“Nos dois dias, o médico passou medicamento para vômito e febre. Só passou isso pra ele e me liberou”, contou a mãe, Érica dos Santos Gomes.

No domingo (23), além dos sintomas que já apresentava, o menino estava com os olhos inchados. No hospital, o médico falou para a mãe que Breno estava com a gripe H3N2, recomendou repouso e receitou soro e remédios para febre e vômito. Além disso, indicou água de coco, isotônico, leite fermentado e suco de caju, caso ele tivesse diarreia.

“Eu falei pra ele que meu filho estava com o olho inchado e ele disse que era normal. Porém, ele não pediu exame de urina, fezes, não tirou raio X e o medicamento que ele deu ao meu filho, ele passou errado. Ele falou que era uma gripe viral”, disse a mãe.

Na noite dessa segunda-feira (24), Breno piorou. As pernas e os braços também incharam e ele ficou com falta de ar. A mãe, mais uma vez, retornou com o menino para o hospital. Dessa vez, quem atendeu foi uma médica. Ela disse que o estado de saúde da criança era muito grave e perguntou se o médico tinha pedido algum exame; a mãe explicou que não.

Segundo a família, uma enfermeira fez o exame de raio X e disse que o pulmão do menino estava comprometido. Ele recebeu soro e foi intubado, mas não resistiu.

Na certidão de óbito, constam como causas da morte: coagulação intravascular disseminada, choque séptico e pneumonia comunitária. O menino foi velado na casa da avó nesta terça-feira e foi sepultado.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares, por meio da direção do Hospital Municipal, informou que vai apurar o caso.




Cirurgiã é temporariamente proibida de atuar após paciente denunciar queimaduras e pele necrosada ao fazer plástica

 

Vendedora está internada no Hugol e diz que sente muitas dores. Defesa da médica disse que Cremego está cumprindo o papel em apurar a situação.


Médica Lorena Duarte Rosique é interditada pelo Cremego

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) interditou provisoriamente a médica Lorena Duarte Rosique. Com isso, ela fica proibida de exercer a medicina em todo país. Uma paciente denunciou que teve queimaduras e pele necrosada após uma cirurgia plástica com a profissional, em Goiânia. A defesa da cirurgiã disse que a entidade está cumprindo o papel em apurar a situação.

A interdição tem prazo de seis meses, podendo ser prorrogada por mais seis meses ou ser interrompida a qualquer momento. A medida foi determinada na última quinta-feira (17).

O Cremego informou que essa proibição temporária em atuar como médica é um procedimento administrativo para “restringir o exercício da profissão por médicos cuja ação ou omissão, decorrentes de sua profissão, esteja prejudicando gravemente a população, ou na iminência de fazê-lo”.

A vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa, de 29 anos, denunciou que teve queimaduras e pele necrosada após um procedimento para levantar os seios, eliminar gordura e aumentar o bumbum. A cirurgia aconteceu no dia 19 de janeiro.

Ela conta que, depois do procedimento, sente muitas dores e está muito abalada psicologicamente. Ela está internada no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira desde o dia 5 de fevereiro para tratar as sequelas que ficaram. O estado de saúde dela é regular. Ela está consciente e respirando espontaneamente.

Investigações


O Cremego disse que tomou conhecimento de denúncias contra a médica em fevereiro e logo começou a apurar a conduta profissional da especialista. Toda investigação é sigilosa.

“Fico agoniada, não tenho esperança de alta e às vezes tenho medo de não aguentar”, disse Kelly, emocionada.

A defesa da cirurgiã informou, em nota, que a paciente estava ciente de todos os riscos da operação e assinou um termo de consentimento. Também de acordo com o comunicado, a médica orientou 20 sessões de câmara hiperbárica e outros tratamentos, que a paciente não fez como recomendado. Por fim, o texto diz que ela "se defenderá veementemente de pré-julgamentos, denúncias infundadas e de tentativas de macular sua honra".

O caso também é investigado pela Polícia Civil. O delegado Fábio Meireles disse que foi feito um registro por lesão corporal culposa. A paciente e testemunhas foram ouvidas e relataram como foi a cirurgia e como foram os dias após o procedimento.

A polícia espera a conclusão dos laudos da perícia para identificar melhor as causas das queimaduras e necrose na pele. Apenas depois disso, a médica Lorena Rosique será ouvida.

Kelly Cristina Gomes da Costa, de 29 anos 

Cirurgia plástica


A operação foi feita no dia 19 de janeiro, em um hospital que fica no Setor Marista e custou R$ 20 mil. Antes de deixar o hospital, as enfermeiras teriam a alertado sobre as queimaduras nas costas e na barriga. Kelly disse que, mesmo após questionar a médica, foi liberada para ir para casa.

O procedimento era um sonho da jovem, mas que se tornou algo distante do que ela tinha planejado.

“Eu mandava áudio para ela chorando: ‘Dra. está queimando, estou com muita dor’. Ela aumentava os remédios, mas não adiantava. Eu estava com muita dor”, disse a mulher.

A vendedora contou que nunca perdeu o contato com a médica e que ela a atendeu sempre e que chegou a acompanhá-la em um pronto socorro às pressas, quando sentiu falta de ar. No entanto, Kelly disse que a cirurgiã teria ignorado a gravidade do caso.

Vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa teve queimaduras após cirurgia plástica em Goiânia 

Íntegra da nota da defesa da médica Lorena Rosique


Os advogados da Médica, Marina Toth e Octavio Orzari, esclarecem que a Cirurgiã Plástica possui sólida formação técnica em uma das faculdades públicas de medicina mais prestigiadas do país, com especialização em cirurgia geral e cirurgia plástica, e histórico de cerca de 600 cirurgias bem sucedidas, cujos protocolos técnicos e meios mais diligentes foram sempre empregados.

Como cirurgiã, tem o dever de atuar de forma responsável, informando aos seus Pacientes que há riscos em todas as cirurgias, inclusive nas cirurgias plásticas, uma vez que se trata de procedimentos muitas vezes invasivos e cada organismo responde de forma diferente aos procedimentos adotados, sendo que o próprio Judiciário assim reconhece. A Paciente foi informada de maneira minuciosa sobre todos os possíveis riscos da cirurgia, assinando o Termo de Consentimento ora enviado para a redação desse respeitável veículo de imprensa.

O CREMEGO cumpre seu papel de apurar e o faz a partir da exposição espetaculosa e sem fundamento de blogueira de beleza gerando uma onda de difamações e ameaças graves.

A Médica se compadece pela família e presta solidariedade, está tranquila quanto aos esclarecimentos, ao mesmo tempo em que se defenderá veementemente de pré-julgamentos, denúncias infundadas e de tentativas, seja de quem for, de macular sua honra, dispendiosa e longa formação médica, zelo e competência profissional.






domingo, 27 de fevereiro de 2022

Família acusa erro médico em morte de jovem malhadense grávida

 





Como evitar os 5 erros mais comuns em hospitais?

 Falhas médicas podem ser evitadas com o devido cuidado da equipe e auxílio da saúde digital




Em 2019, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados preocupantes sobre os erros médicos. Segundo a instituição, 2,6 milhões de pessoas morrem por ano devido a condutas inadequadas das equipes de saúde. O relatório afirma que no atendimento ambulatorial, 40% dos pacientes sofrem com erros médicos (como indicação de medicação errada e erro na leitura de exames). Em hospitais essa taxa cai para 10%.

No Brasil, um levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (IESS-UFMG), estimou que 1,3 milhão de pessoas sofre pelo menos um efeito colateral causado por negligência ou imprudência no atendimento médico.

Hospitais precisam estar em constante evolução para evitar erros médicos


Segundo a OMS, a maioria desses erros ocorre pela fadiga decorrente do excesso de trabalho, formação deficiente de profissionais, não seguimento de normas e procedimentos de segurança e falha de comunicação na equipe de assistência. Vejamos alguns dos acontecimentos mais comuns em situações de erros médicos.

1. Erros em medicações


Entre os erros mais comuns estão a falha na indicação de medicações. Estas podem ocorrer por erro na dosagem, interação medicamentosa não conferida ou indicação de medicamento sem conhecimento do histórico do paciente.

2. Análise equivocada de exames


Muitas vezes, na leitura de exames laboratoriais, os médicos consideram apenas a conformidade de valores com os parâmetros indicados. Isto é um erro, pois não considera as especificidades do paciente, como medicamentos previamente utilizados, uso de drogas, estilo de vida etc. Dessa forma, um exame pode deixar de notar um indicador de problema.

3. Cirurgias desnecessárias


O procedimento cirúrgico deve ser realizado como último recurso terapêutico, devido a seu grau de complexidade e de invasividade. Porém, principalmente em situações emergenciais, alguns médicos tomam a decisão de realizar uma cirurgia que poderia ter sido evitada.

Cesarianas sem real indicação são uma das principais fontes de reclamações na área da obstetrícia.

Entre os motivos mais citados neste tipo de acontecimento está o fato de muitos médicos generalistas e sem experiência começarem a carreira como plantonistas e lidarem com situações graves sem apoio de grandes equipes.

4. Diagnósticos equivocados


Muitas vezes a falta de profissionais faz com que clínicas e hospitais empreguem generalistas e recém-formados como especialistas. A falta de experiência, de atenção e de convívio e trocas com outros profissionais da saúde podem fazer com que um diagnóstico errado seja feito. A partir deste todo um tratamento desnecessário pode ser realizado, gerando perigos à vida do paciente.

Mas não apenas os profissionais jovens cometem erros. Muitos médicos não se atualizam em seu campo de expertise e acabam tendo parâmetros errados na hora do diagnóstico.

5. Cirurgias em membros ou órgãos errados


Por mais incrível que pareça, esse erro médico ainda ocorre em hospitais de todo o mundo. Normalmente a situação se desdobra em erros de preenchimento de formulários e prontuários.

Como evitar os erros médicos?


Como notamos, muitos erros acontecem pela falta de preparo de um profissional para determinada situação. Portanto, a discussão de tratamentos com outros profissionais (médicos, enfermeiros e farmacêutico hospitalar) pode ajudar.

Além disso, a saúde digital pode ser uma grande aliada para melhorar os índices de acertos em hospitais. Prontuários eletrônicos que possam ser conferidos, que arquivem fotos, exames e outros dados podem ser o diferencial na hora de propor um tratamento correto.






sábado, 26 de fevereiro de 2022

Criança nasce com clavícula quebrada após maus-tratos de médico durante parto no litoral

 Hoje a menina está com 1 ano e 5 meses de idade e a clavícula continua quebrada, porém a criança está crescendo e o osso está acompanhando o crescimento na direção contrária, para fora; O médico citado não integra mais o quadro da unidade hospitalar


Durante o parto, o bebê teve dificuldade na passagem pela pelve da mãe

Uma mãe que deu à luz no dia 8 de setembro de 2020, no Hospital Municipal de Bertioga, fez uma denúncia ao Portal Costa Norte, relatando maus-tratos pelo obstetra durante o parto, o que resultou na quebra da clavícula da bebê. 

De acordo com a mãe, o médico a destratou desde o início do trabalho de parto. Ela afirma que o parto estava programado para ser cesárea, pois, mesmo tendo 9 dedos de dilatação, a criança não tinha espaço para passar entre a pelve, mas, mesmo ciente desta informação, o médico ignorou o fato e realizou parto normal. 

Durante o parto, o bebê teve dificuldade na passagem pela pelve da mãe. Ela afirma ter feito tanta força a ponto de ter defecado no médico, que a acusou de ser culpada pela complicação devido à falta de força realizada

"Quando eu olhei pra ele pensei: ‘Meu Deus, eu caguei o médico todo, que vergonha'", disse a mãe.

Devido à dificuldade, o médico precisou forçar o parto puxando a criança pelo braço, movimento esse que resultou na quebra da clavícula da criança, e além disso resultou em um rasgo enorme na vagina da mãe, que teve que levar 26 pontos. "Eu senti ele colocando a mão dentro de mim e puxando ela pelo bracinho", conta.

Após o parto o médico maltratou a mãe novamente. Quando foi limpá-la, ela afirma que se sentiu um lixo, pois ele a limpava com ódio. "Eu o escutava falar pra enfermeira jogar água no buraco para limpar, depois ele veio com a mão e começou a mexer. Eu sentia muita dor, ele parecia que estava mexendo em um balde com água e sabão. Quando eu perguntava o que estava fazendo ele respondia com grosseria: ' limpando, tem que te limpar'", conta a mãe.

Depois de levar os 26 pontos a mãe foi para o quarto com a filha, mas de acordo com ela o médico nem passou no quarto para examiná-las. Apenas na troca de plantão que outro médico passou por lá e disse que estava tudo bem, mas era para ela prestar atenção nos próximos dias.

Hoje a menina está com 1 ano e 5 meses de idade e a clavícula continua quebrada. A criança está crescendo e o osso está acompanhando o crescimento na direção contrária, para fora. Além disso, ela não consegue esticar o braço (direito) e o esquerdo está começando a ser afetado.

A mãe também teve sequelas, ela afirma que desde o parto sente uma dor insuportável nas costas e abdômen.

A mãe afirma ainda que conhece outras mães que também já foram maltratadas pelo mesmo médico e já o processaram, mas nada é feito e o médico continua trabalhando no Hospital de Bertioga e maltratando várias mães antes, durante e depois do parto.  

Atualmente a mãe está desesperada e preocupada com a situação com a filha, "Só quero que ela passe logo no médico, não quero mais nada".

A menina precisa passar urgentemente com um ortopedista pediátrico para saber se será necessário fazer cirurgia para correção do osso ou apenas fisioterapia, mas para ser atendida nessa especialidade ela só consegue em clinicas particulares de São Paulo. “A consulta particular eu consigo me virar e pagar, mas o transporte até lá eu não tenho condições, estou desempregada”, declara a mãe.

O Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), responsável pela gestão do Hospital Municipal de Bertioga, informou em nota que a mãe citada é paciente do hospital, tendo realizado diversas consultas e tratamentos pela equipe multidisciplinar da unidade.

Informou ainda que o referido parto ocorreu na unidade, com a equipe de obstetrícia médica, e bebê e a mãe receberam todos os cuidados exigidos durante o procedimento e depois. A unidade se coloca à disposição da paciente e familiares para mais esclarecimentos e agendamento de eventuais consultas que se façam necessárias. O médico citado não integra mais o quadro da unidade. 





STJ mantém dano moral de R$ 50 mil por desvio produtivo decorrente de erro médico

 


O ministro Luiz Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), confirmou a condenação de médico a indenizar paciente, em R$ 50 mil, por danos morais decorrentes de erro médico.

Conforme o recurso, o médico liberou a paciente que apresentava sintomas graves após cirurgia (dores no local do dreno, aparecimento de caroço vermelho, dores de cabeça, repuxos abaixo do queixo, sensação de enforcamento, secreção purulenta e com sangue), mesmo diante das reclamações da paciente sobre intercorrências no local da cirurgia. A paciente apresentou sintomas graves, por longo período, inclusive com gradual piora do quadro, o médico não realizou investigação mais detalhada do problema ou mesmo encaminhamento da paciente a outro profissional.

indenização
Créditos: Ildo Frazao | iStock

Para o TJTO, restou evidenciada a conduta negligente do médico demandado, que levou cerca de dois anos para apurar os sintomas da autora, com diversas consultas médicas infrutíferas até a realização de nova cirurgia por outro médico, que retirou do local granuloma de corpo estranho oriundo de fios cirúrgicos da primeira cirurgia.

Ao analisar o Recurso Especial 1.974.362/TO do médico-requerido quanto à condenação em danos morais, o relator do caso no STJministro Luiz Felipe Salomão, concordou com o entendimento do TJ-TO que afirmou que:

exame médico
Créditos: megaflopp / iStock

Ainda, a pretensão de reparação extrapatrimonial se mostra legítima em decorrência do desgaste e significativo tempo despendidos pela autora nas várias idas e vindas de consultórios e emergências na tentativa de apurar a causa de seus sintomas. Nesse cenário, têm-se consagrado a tese do desvio produtivo ou perda de tempo útil, suficiente, por si só, a legitimar o reconhecimento de abalo moral, segundo a qual o desvio produtivo caracteriza-se quando o consumidor, diante de uma situação de mau atendimento, precisa desperdiçar o seu tempo e desviar as suas competências – de uma atividade necessária ou por ele preferida – para tentar resolver um problema criado pelo fornecedor, a um custo de oportunidade indesejado, de natureza irrecuperável (Desvio Produtivo do Consumidor: o prejuízo do tempo desperdiçado. Marcos Dessaune. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2011).

Diante das peculiaridades do caso concreto, notadamente a gravidade e extensão da lesão subjetiva decorrente da demora na apuração dos sintomas da autora, que perdurou por cerca de dois anos, o relator ministro Salomão entendeu que o valor fixado pelas instâncias ordinárias a título de danos morais não se mostra excessivo, ou seja, a condenação em R$ 50 mil por danos morais não destoa daqueles reputados razoáveis e proporcionais por esta Corte em situações semelhantes, de modo a não haver justificativa para afastamento do óbice inserto na Súmula 7/STJ.

Marcos Dessaune

Para Marcos Dessaune, autor da Teoria do desvio produtivo do consumidor, “a decisão revela que a paciente-consumidora sofreu dois danos extrapatrimoniais distintos, que acabaram contemplados sob a tradicional denominação genérica de ‘danos morais’: um dano anímico (ou moral stricto sensu), pela lesão à sua integridade psicofísica, adicionalmente a um dano existencial (ou moral lato sensu), pela lesão ao seu tempo vital e às suas atividades existenciais, com alteração danosa do seu cotidiano ou projeto de vida”.

Contudo, Dessaune faz a ressalva de que sendo a Teoria do desvio produtivo a pioneira na tratativa da temática, considero inadequada a nomenclatura ‘tempo útil’ ou ‘tempo livre’. Denominá-lo ‘útil’ implicaria reconhecer que existe algum tempo inútil na vida humana. E chamá-lo de ‘livre’ desconsidera que todo o tempo é ‘ocupado’ – do ócio ao negócio. Na minha doutrina, denomino esse precioso bem jurídico de ‘tempo vital ou existencial’ – ou simplesmente ‘tempo’.