Mirella, de um ano e oito meses, morreu após ser internada com infecção em um hospital privado
Uma mãe desolada e revoltada. Jaqueline Pires, de 34 anos, está arrasada pela morte da filha Mirella, de um ano e oito meses. Ela acusa um hospital particular em Joinville, no Norte catarinense, de negligência pela morte da filha.
Mirella morreu de um ataque fulminante no dia 3 de fevereiro quatro dias após a criança dar entrada no hospital. Segundo a mãe, o hospital foi negligente neste período com a filha. O hospital afirmou que apura o caso internamente.
Dia 31 de janeiro, às 18 horas. Jaqueline levou a filha ao hospital, localizado no Centro, após constatar que a filha estava com a barriga dura e dilatada, febre e há quatro dias sem ir ao banheiro.
Após cinco horas de espera no hospital, segundo a mãe, o médico que atendeu a família teria indicado fazer exame de urina. O resultado teria apontado infecção urinária, disse a mãe.
Além de dipirona, o médico teria receitado Simeticona, remédio para excesso de gases intestinais.
Dia 1 de fevereiro, às 4h. Menos de cinco horas após a consulta médica, Jaqueline saiu de sua casa, no bairro Itinga, e retornou com a filha ao hospital, alegando que a barriga ainda estava dura e a criança apresentava um novo sintoma: vômitos.
O médico teria feito uma lavagem no estômago, onde “não saiu nada”, segundo a mãe.
Após insistência de Jaqueline, a filha realizou um ultrassom onde foi detectado o motivo da barriga dilatada: bactéria no intestino e fezes no cólon. Mais uma vez, os médicos teriam indicados “paracetamol e dipirona”.
Mirella ficou o dia todo em observação no dia 1 de fevereiro. Segundo a mãe, o estado de saúde da filha foi piorando durante o dia, com sinais que pareciam graves.
“Ela não parava de gemer de dor.”
“Os batimentos dela foram para 180 por minuto. Minha filha gritava e eu falava ‘por que você está gritando comigo’, eu dava banho para ela e ela desmaiava”, explica a mãe.
Em uma ressonância magnética feita no dia 2 de fevereiro descobriram uma segunda bactéria – Staphylococcus – no corpo de Mirella, desta vez no pulmão.
À noite do dia 2 de fevereiro, a menina foi internada. Recebeu o primeiro antibiótico – Amicacina – para combater a infecção, quase 48 horas após a primeira entrada no hospital.
E um dos últimos laudos médicos de Mirella, feito ainda no dia 2 de fevereiro, às 20h50, apontava para risco baixo de óbito da criança.
Porém, poucas horas depois, na contramão do laudo médico, Mirella foi encaminhada à UTI com muitas mais dores. Até que às 6h10, do dia 3 de fevereiro, Mirella teve um ataque fulminante e não resistiu.
Família está revoltada
“Foi um descaso com a minha filha. Nem os resultados dos exames eles olhavam direito”, afirma a mãe.
A família não descarta entrar na Justiça contra a unidade hospitalar.
Jaqueline segue muito abalada pela dor da filha.
“Eu sei que minha filha não vai voltar, mas não é tudo mundo que entra lá e quer atestado. Queria a vida da minha filha”, desabafa Jaqueline.
O que diz o hospital
Procurado, o hospital afirmou que já está investigando o caso internamente e que deverá se pronunciar em breve.
“Nossa Comissão Interna está ciente e verificando este caso, inclusive já fizemos o acolhimento da família que foi recebida pelos nossos diretores. Uma nota oficial será divulgada em breve”, afirmou a assessoria do hospital.
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