Ver a mãe indo e voltando da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), falta de informações e descaso. Assim tem sido os dias de Tailane Vanessa desde que a Edite Cansin foi internada no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) para cirurgia em 6 de janeiro.
Ela acusa a equipe de negligência médica e relata sumiço da prótese dentária da paciente.
Edite tem diabetes e hipertensão. Devido à idade avançada, a viúva se mudou do seu estado natal, o Rio Grande do Sul, para morar com a filha em Várzea Grande. A família julgou mais seguro que ela não seguisse morando sozinha.
Raio X realizada pela paciente
Porém, o pesadelo da família começou com dezembro, quando a idosa sofreu um acidente doméstico. Após a queda, as atividades seguiram com normalidade até anciã começar a se queixar de dores na perna. Levada ao médico, foi constatada a fratura no fêmur.
Após o diagnóstico, Edite esperou mais 20 dias até ter a cirurgia agendada para ser realizada em 6 de janeiro, no HMC.
“Ela chegou falando, ativa, até falou que era para eu ir para casa. Estava tudo bem. Ela operou de tarde, colocou a prótese e foi levada para a UTI. Me disseram que era esse o procedimento por conta da idade dela. De noite, ela gritava de dor e foi percebido que a prótese tinha deslocado. Mas deslocou como se ela está acamada e não saiu do lugar?”, relata a filha indignada.
Após o episódio, a prótese foi colocada no lugar correto e a idosa chegou a ser levada para enfermaria. Porém voltou par a UTI, onde está atualmente.
Segundo a filha, servidores dizem que falta medicação e material, como sonda. Que pediram que ela adquirisse, contudo após insistência, os funcionários do hospital providenciaram os insumos.
“Já abri várias queixas na ouvidora do hospital. Ninguém informa nada, não falam o que acontece com ela. Suspenderam as visitas. Liberaram para alimentação pastosa, mas sumiram com a prótese debaixo e ela não consegue comer. É revoltante o que estão fazendo com minha mãe. Ela chegou bem, falando e agora está assim. Só com dores”, narra.
A filha conta que a mãe vai precisar passar por nova cirurgia, mas ainda não foi agendada.
Outro lado
A assessoria da Empresa Cuiabana de Saúde foi procurada e encaminhou a seguinte nota:
"A Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), que administra o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), informa que a paciente E. C., 71 anos, deu entrada no HMC, para realizar cirurgia no fêmur, após uma queda ocorrida dez dias antes da internação.
Por se tratar de uma paciente idosa e com comorbidades, ela foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para melhor acompanhamento pós- operatório.
Dia 02/02 a paciente foi para enfermaria, e retornou para UTI dia 08/02, devido ao quadro clínico.
Com relação a prótese dentária, o HMC adota protocolos do núcleo de segurança do paciente, e a direção está averiguando o que de fato ocorreu neste caso."
Gazeta Digital
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