domingo, 7 de junho de 2015

Mais de 1.200 pernambucanos têm pressa para continuar vivendo

Rossana espera transplante de rim/ Ashlley Melo/JC Imagem
Rossana espera transplante de rim/ Ashlley Melo/JC Imagem


Entre o final de maio e o início deste mês de junho de 2015, a Central de Transplantes de Pernambuco lançou campanha alertando para a pressa que mais de 1.200 pernambucanos têm para continuar vivendo. Todos estão na fila de espera por um transplante. Na rotina deles, a ansiedade e a esperança se alternam.
 
Em maio de 2015 o telefone da casa da enfermeira Rossana Barros, 54 anos, tocou com uma notícia boa. “Prepare-se, você é a quarta da fila. Pode estar chegando um rim compatível”, foi a mensagem do outro lado da linha. Faziam exatos 11 meses que ela tinha entrado para a lista de uma espera sem tempo determinado para acabar. Não foi dessa vez.  Rossana tem pressa, assim como outros mais de 1.200 . Tentou a doação em família, mas o irmão não teve condições clínicas para dar a ela um dos rins.
 
“Tenho a hemodiálise, que substitui o funcionamento dos meus dois rins. O doente renal crônico torna-se uma pessoa presa a sua terapia, que precisa ser repetida três vezes por semana, até que chegue o transplante”, conta Rossana. Ela não pode se ausentar da cidade, sob pena de passar mal com as toxinas que, sem o funcionamento normal dos rins, acabam fazendo seu corpo sofrer. “Quando os rins faliram, não conseguia comer nada, a digestão não funcionava”, explica.
 
Jorge Alves, 50, passou pelo transplante de fígado há cinco anos. A demora na fila pareceu eterna, pela concorrência com o avanço da cirrose. “Foi muito difícil cada dia. Por isso estou na rua, tentando sensibilizar as pessoas para a doação”, disse, debaixo de chuva, na última quarta-feira, durante adesivaço na Avenida Agamenon Magalhães, no Derby, promovido pela Central de Transplantes de Pernambuco, com apoio da Associação Pernambucana de Doentes do Fígado (APAF).
 

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