segunda-feira, 29 de junho de 2015

Primeiro transplante cardíaco em HIV positivo do Brasil feito no Recife

O primeiro transplante cardíaco em paciente portador do vírus da aids no Brasil foi realizado com sucesso no Recife. O feito, apresentado à comunidade científica no último dia 19 de junho, é da equipe do Real Hospital Português, pioneira, no Estado, nesse tipo de procedimento envolvendo pessoas sem HIV. O tratamento é custeado pelo SUS.
 
Marcos Antônio (nome fictício), 60 anos, funcionário público submetido à cirurgia, está há seis meses se recuperando bem. Um ano antes sua vida era bastante limitada. Até tomar banho o deixava cansado. Andar e sair de casa eram coisas raras. O novo órgão lhe devolveu a capacidade de fazer essas coisas simples.
 
A operação inédita, conduzida pelo cirurgião cardiovascular Fernando Moraes, foi realizada em dezembro de 2014 pela equipe do Real Hospital Português,  repetiu o feito com outro HIV positivo com insuficiência cardíaca neste mês de junho. Os fatos foram apresentados no Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca, no Rio de Janeiro. “Estou me sentindo muito bem. Retomei muitas coisas na minha vida, como dirigir meu carro. A insuficiência cardíaca não me deixava nem beber líquidos. Sei da oportunidade que a cirurgia abre para outras pessoas que vivenciam a mesma situação”, comentou Marcos Antônio, quando retornava ao hospital para biopsia de rotina. Ele conta que desde jovem tinha problemas no coração. Há três anos descobriu ser portador do vírus da aids.

 É comum, no entanto, acontecer diferente. O vírus da aids causa inflamações no organismo e pode atingir justamente o coração. A agressão repetida leva a uma insuficiência cardíaca grave, caracterizada pelo inchaço do órgão, que fica impossibilitado de bombear o sangue. “O segundo paciente a passar pelo transplante tem 62 anos e sabia da infecção pelo HIV há pouco mais de dez anos”, explica o cardiologista clínico Rodrigo Carneiro, que acompanhou os dois soropositivos com a coordenadora clínica do serviço de transplante cardíaco do RHP, a também cardiologista Deuseny Tenório.
 

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