quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Familiares dizem que paciente morreu devido à falta de atendimento em Salmourão

 

Duas médicas são pivôs de acusação dos familiares



SALMOURÃO - A morte do aposentado, Jurandir Cardoso, 67 anos, já se tornou um caso de Polícia em Salmourão. Familiares lavraram um boletim de ocorrência em decorrência do falecimento do cidadão na última quinta-feira (19). Familiares acusam uma das médicas de casos de possível negligência.

"Meu padrasto faleceu e não teve a oportunidade de passar por um médico. A médica que deveria estar no posto de trabalho não se encontrava. Estivemos lá por quatro vezes no dia em que meu padrasto passou mal e a médica não estava, a Dra. Hadla M.S. Mariano", disse a enteada da vítima, Andréa Kury.

Ela conta que depois de um primeiro atendimento o parente foi levado até ao posto Arnaldo Rabassi, onde a médica Patrícia Della Torre solicitou que o paciente fosse encaminhado a outra unidade de Saúde. "A Dra.Patricia, por sua vez, também não respeitou a vida, pois pediu um exame de eletrocardiograma. Ele (Jurandir) voltou ao posto onde a médica não estava e fez o exame com enfermeiras", disse Andrea.

Depois, Jurandir retornou até a "Dra. Patricia e ela olhou o exame apenas, não o paciente que nem conseguia entrar no consultório. Lá, receitou um calmante destinado à Síndrome do Pânico e mandou o Jurandir para casa. Uma hora depois ele começou a passar mal. Foi acionado o serviço de ambulância. O veículo  quebrou no meio do caminho. O Jurandir chegou à Santa Casa de Osvaldo Cruz, onde deu entrada no Pronto Socorro já sem vida, depois de 1h30 da Dra. Patrícia tê-lo mandado  para casa", afirmou Andrea.

Os familiares querem explicações.

Outro lado: médica estava afastada e relatório aponta encaminhamento para Osvaldo Cruz

Procurada, a Prefeitura de Salmourão informou que a médica Hadla Mariano, no dia em que Jurandir faleceu, estava afastada de suas funções por problemas de saúde. O atestado do afastamento da médica é assinado pelo colega Ademir Martins Zoratti (de Bastos), exatamente no dia em que houve o falecimento de Cardoso.

O Município enviou à reportagem cópia do prontuário médico de Jurandir, onde está atestado o seguinte:- O paciente procurou o Posto de Saúde (principal) de Salmourão às 14h30 (do dia 19/11) com quadro de fraqueza por não alimentação há dias, pálido e com dificuldades para andar. De lá foi orientado a procurar o outro posto de Saúde de Salmourão para consulta com a médica Patrícia Della Torre.

- Em seguida, às 15 horas, o mesmo paciente retorna ao posto de Saúde principal com pedido de exame de eletrocardiograma. O exame foi feito e o paciente foi encaminhado novamente ao posto Arnaldo Rabassi para retorno à médica.

- Às 16h30 seu Jurandir retorna ao posto central trazido por familiares já inconsciente e com parada cárdiorrespiratória. É colocado em uma ambulância para transferência até a Santa Casa de Osvaldo Cruz e recebe massagem cardíaca. No percurso Jurandir volta a apresentar pulso e a equipe de enfermagem cessa as massagens.

- No caminho, próximo ao Asilo de Osvaldo Cruz, a 

ambulância apresentou problemas mecânicos e foi chamado o Resgate do Corpo de Bombeiros de Osvaldo Cruz para transferência até a Santa Casa local.

- No momento da quebra da ambulância e a chegada dos Bombeiros o paciente teve outra parada cardiorrespiratória e a equipe voltou a fazer massagem cardíaca. Feita a transferência para o Corpo de Bombeiros, o paciente teria dado entrada na Santa Casa de Osvaldo Cruz e o médico Fabrício (não há o sobrenome do médico) atestou a morte de Jurandir.

A Prefeitura de Salmourão deve abrir um procedimento interno para apurar as condutas dos profissionais envolvidos e solidarizou-se com os familiares dos Sr. Jurandir.

A médica atendeu a reportagem, mas não quis se manifestar oficialmente. O espaço está à disposição para publicar sua eventual e posterior manifestação neste caso.


OCNET


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