terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Médicos presos por suspeita de fraude em ponto de hospital são liberados após pagar fiança

 

Profissionais que foram flagrados em casa no horário de plantão médico pagaram R$ 31 mil, cada um. Polícia investiga 11 médicos em Joinville por suspeita de registrar ponto, deixar trabalho e voltar só para registrar saída.


Médicos presos em Joinville são soltos depois de pagar fiança de R$ 31 mil


Os dois médicos presos em flagrante por estarem em casa durante o horário do expediente no Hospital Regional de Joinville, no Norte catarinense, foram liberados após pagar fiança de R$ 31 mil, cada um. A prisão ocorreu na terça-feira (15) durante a operação 'Ponto Fraudado' e a soltura ocorreu na quarta-feira (16).

Os dois e mais nove médicos são suspeitos de fraudar o ponto no Hospital Regional Hans Dieter Schimidt. Segundo a Polícia Civil, eles iam até o hospital regional registrar o ponto, deixavam o local de trabalho e voltavam somente no fim do expediente para registrar a saída. Um dos médicos foi flagrado indo a um motel no horário do expediente.

Os dois médicos, um homem e uma mulher, foram presos em flagrante porque deveriam estar de plantão, mas foram encontrados pelos policiais em casa e, autuados por falsidade ideológica. Eles devem responder em liberdade.

A médica presa bateu a entrada de expediente no hospital às 9h de segunda-feira (14) e deveria sair nesta terça às 9h, em um plantão de 24 horas, mas estava em casa dormindo. Já o homem efetuou o registro às 18h50 de segunda e também deveria estar na unidade de saúde. Eles ficaram em silêncio durante o interrogatório policial.

Os 11 profissionais continuam sendo investigados e não tiveram as identidades reveladas pela polícia, nem pelo Ministério Público ou pelo hospital, que possui, ao todo, cerca de 200 médicos.

Hospital Regional Hans Dieter Schimidt é um dos maiores da região Norte de SC


Os suspeitos são concursados do Hospital Regional Hans Dieter Schimidt. A unidade não informou se eles serão afastados ou não, mas instaurou uma sindicância interna e aguarda o fim das apurações policiais. A investigação iniciou em setembro deste ano após uma denúncia feita pela própria unidade de saúde.

Segundo o delegado Rafaello Ross, responsável pela investigação, a polícia investigou por cerca de 45 dias os profissionais antes de deflagar a operação 'Ponto Fraudado'.

"O que foi constatado é que esses profissionais chegavam ao hospital, marcavam a presença e, pouco tempo após, deixavam o local. Iam realizar as mais diversas atividades particulares: atendimento em clínicas, compras no comércio, atividades esportivas, e retornavam para marcar o fim da jornada de trabalho", disse o delegado.

Segundo a Polícia Civil, eles recebem entre R$ 9 mil e R$ 20 mil por 80 horas de trabalho por mês. Alguns têm vínculos de 15 a 30 anos com o estado. Outros, trabalham há quatro anos.

O Hospital Regional Hans Dieter Schimidt é estadual e tem, no total, aproximadamente 200 médicos. A Secretaria de Estado da Saúde informou em nota que "abrirá sindicância para apurar a conduta dos profissionais envolvidos e aguarda o desfecho da investigação".


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