No dia 11 de dezembro, a direção Cisam anunciou a suspensão no atendimento de casos não emergenciais e cirurgias eletivas programadas
Na sexta-feira passada, dia 11 de dezembro, a direção do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) anunciou a suspensão no atendimento de casos não emergenciais e cirurgias eletivas programadas. Toda a equipe de trabalhadores das diversas categorias do Cisam lutam para evitar o colapso da entidade e manter a prestação de serviço à população, serviços esses reconhecidos nacionalmente pela qualidade.
A suspensão dos atendimentos de casos não emergenciais e cirurgias eletivas programadas é uma consequência do quadro de sucateamento que se encontrava o Cisam, que se aprofundou com a pandemia de covid-19. Hoje há 127 profissionais afastados por problemas de saúde, entre eles covid-19 e este quadro reduzido é insuficiente para fornecer o contingente mínimo de 38 enfermeiros e 39 técnicos para recompor as escalas.
A Central Única dos Trabalhadores Pernambuco (CUT-PE) divulgou uma nota de repúdio à política de descaso e falta de investimento do governo Paulo Câmara (PSB). A Seção Sindical dos Docentes da Universidade de Pernambuco (Adupe) emitiu nota de apoio ao Cisam.
“Na verdade, os problemas que acometem o Cisam não são recentes. Há muito tempo a unidade sofre com a insuficiência do quadro de pessoal, com a falta dos insumos e equipamentos e com os problemas de ordem estrutural. O colapso ao qual chegou infelizmente já era esperado. Ele é conseqüência da atual política de redução dos recursos para a saúde pública, agravada ainda mais após a edição da Emenda Constitucional nº 95/2016, que congelou os recursos da saúde e da educação por 20 anos” em nota da Adupe.
Esse cenário caótico no Cisam como na em todo o sistema estadual de saúde pernambucano é uma consequência direta da política do PSB. é o governo do PSB que não garanti o mínimo de segurança e proteção aos profissionais da área de saúde, deixando as unidades de saúde sucateadas, sem efetivo suficiente e com péssimas condições de trabalho.
O Cisam-UPE originou-se da Maternidade Professor Monteiro de Morais, inaugurada em 23 de janeiro de 1946, conhecida como a “Maternidade da Encruzilhada”, nos anos 70 a unidade foi o local onde eram ministradas disciplinas da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (FENSG) e da Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco (FESP).
O Cisam tem uma série de ações junto a ONG ligadas à questão da mulher, recebendo por dois anos o certificado de melhor serviço público estadual na assistência à saúde da mulher. Chegou a recebe o título de “Hospital Amigo da Criança” UNICEF em 1995, em 1996 tornou-se uma referência na assistência à mulher e adolescente em situação de violência sexual e doméstica incluindo o aborto legal, ofertando atendimento no serviço Pró-Marias.
Em 2015, passou a integrar o Comitê de Operações de Emergências em Saúde (COES) do Estado de Pernambuco que discutia os casos de Microcefalia e planejava ações. Em 2016 implantou um atendimento especializado à população Trans – Masculino com equipe interdisciplinar. Em 2012, por força da Resolução Consun nº 18 passou a incorporar o Complexo Hospitalar da UPE.
Todos os ataques ao Cisam por sua natureza são um ataque direto ao direito da população de atendimento médico, principalmente a um dos setores mais oprimidos da sociedade mulheres e jovens, gestantes e vítimas de violência sexual.
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