Médico disse que exames estavam errados e fez retirada de trompa saudável da paciente
Exame de ultrassom apontou que óvulo fertilizado havia se implantado
na trompa esquerda da paciente.
Aos 25 anos e sem ainda realizar o sonho de ser mãe, jovem de 25 anos diz que viu interrompida a possibilidade da maternidade após cirurgia errada feita por equipe médica da Santa Casa de Campo Grande. Diagnosticada com gravidez era ectópica, a vítima teve uma das trompas retiradas por engano em procedimento realizado no hospital.
Na denúncia apresentada ao Ministério Público a jovem conta que, no dia 25 de setembro, foi encaminhada de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para a Santa Casa com diagnóstico de gravidez e dor abdominal intensa. Após internação, veio a notícia de que a gravidez era ectópica, quando o óvulo é fertilizado fora do útero, provocando hemorragia e risco à vida.
Após exame de ultrassom, a paciente foi informada de que teria de fazer cirurgia para retirada da trompa esquerda, onde o óvulo fertilizado havia se implantado. No entanto, em procedimento feito no dia 27, a trompa direita foi extraída da vítima. “O médico disse a ela que os exames estavam errados e que na verdade a gravidez ectópica estava do lado direito. Sem entender muito bem, ela aceitou e voltou para casa”, explica a advogada Francielli Sanchez Salazar, que representa mulher.
Uma semana depois, a paciente voltou a sentir fortes abdominais e foi levada novamente à Santa Casa. Por causa da gravidade do caso, precisou tomar várias bolsas de sangue e passar por nova cirurgia. Somente no fim do procedimento, foi informada de que, desta vez, a trompa esquerda havia sido retirada porque estava estourada. Era nela que estava o óvulo fertilizado.
Agora, sem as duas trompas, a vítima viu interrompida a chance de engravidar novamente e acusa a Santa Casa e a equipe médica do hospital de negligência."Desde o início os exames apontavam que a gravidez estava do lado esquerdo, mas o médico retirou a trompa direita. Ela é muito nova e agora está muito mal com isso, tomando remédios para dormir, inclusive" , conta a advogada.
Agora, com laudos do prontuário em mãos, a defesa da vítima analisa os laudos para entrar com ação indenizatória contra a Santa Casa e a equipe responsável pela cirurgia. “Vendo os laudos dá pra perceber que alguma coisa estranha aconteceu”, afirma a advogada Francielli Salazar.
Em resposta, a Santa Casa informou que o caso não chegou ao conhecimento do setor jurídico do hospital e que por conta disso não pode comentar o caso.
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