Decisão é da 2ª Vara Criminal de Porto Alegre. Ele é investigado pela prática de crimes contra a dignidade sexual.
Klaus Brodbeck é investigado por abusos sexuais de pacientes que procuravam seu consultório
A Polícia Civil prendeu preventivamente na noite desta sexta-feira (16), em Gramado, na Serra, o médico Klaus Wietske Brodbeck, suspeito de crimes sexuais contra 95 mulheres. Ele foi alvo de uma ação da Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM) de Porto Alegre na terça-feira (13) e prestou depoimento na quinta (15).
A decisão é da 2ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, após parecer favorável do Ministério Público. Ele será conduzido para a DEAM, onde aguardará vagas no sistema prisional.
De acordo com a polícia, após a publicação de vídeos em redes sociais pela namorada do investigado, diversas vítimas se sentiram coagidas. Foram registradas ocorrências policiais e instaurado inquérito.
Em entrevista à RBS TV, o advogado de defesa do cirurgião plástico afirma que ele não participou das ameaças.
"Não há qualquer tipo de participação dele neste fato. Ele se encontrava dormindo, inclusive em outra residência, eles se encontraram posteriormente, então não há qualquer participação dele e ele não ameaçou qualquer testemunha", aponta Gustavo Nagelstein.
Entenda o caso
Segundo as denunciantes, o profissional tocava as mulheres de forma imprópria, e pedia para ver todo o corpo das pacientes mesmo que a cirurgia fosse no rosto, por exemplo.
A RBS TV conversou com duas mulheres que consultaram com Klaus, e contaram ter passado por situações constrangedoras e abusivas. Uma das denunciantes conta ter implantado silicone com o médico quando tinha 16 anos.
"Ele modelava o corpo da mulher, no caso eu e outras vítimas, do jeito que ele queira. Ele me fez uma lipoaspiração e não cobrou por isso. Ele vai fazendo no corpo das mulheres o que ele bem entende, como ele gosta", afirma a mulher, que atualmente mora em São Paulo.
Ela precisou diminuir as próteses e ficou três meses de cama em decorrência da cirurgia. A mulher processou o médico devido aos problemas causados pelo procedimento.
"A conduta dele era bem estranha, muito constrangedora. Desde a primeira vez que eu fui lá pra colocar silicone, era só pra fazer o peito e ele já pediu pra tirar toda a roupa. Ele fazia uns olhares muito constrangedores, passava a mão no corpo de uma forma muito constrangedora, mas, na época, acho que de alguma maneira esses abusos era mais normalizados. Deixei passar isso e me dei muito mal, me arrependo muito", aponta.
Outra jovem conta que passou seis anos com medo de falar sobre o que aconteceu dentro do consultório do médico, mas agora criou coragem e resolveu quebrar o silêncio.
"Nem pro meu esposo eu não falei por vergonha mesmo, não faz muito tempo assim que eu consegui falar sobre isso. Porque eu ficava constrangida, porque eu me senti até o termo assim uma idiota mesmo né? Como que eu não tive reação nenhuma? Mas na hora a gente não tem porque a gente não espera aquilo de um médico", afirma.
A mulher diz que o médico perguntou se ela "sabia guardar segredo". "Ele disse assim porque alguns procedimentos, claro, a cirurgia seria feita no hospital ou na clínica, mas que outros procedimentos ele iria fazer no apartamento dele e que isso eu não poderia falar pra ninguém", afirma.
A mulher não realizou os procedimentos e não consultou mais com o médico.
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