Kawan Vitor Moraes, de 11 anos, tomou injeções e vacinas durante o tratamento. Diagnóstico correto só foi descoberto após família procurar uma clínica particular.
Família acusa UPA de Franca de erro médico em criança com pedaço de madeira na perna
O estudante Kawan Vitor Moraes, de 11 anos, que tinha um pedaço de madeira na perna, foi tratado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Franca (SP) como se tivesse sido picado por uma aranha, afirma a mãe dele, a comerciante Andrea Aparecida de Moraes.
“Eu cheguei na UPA. Ele [o médico] olhou o pé da criança com ferimento e diagnosticou que o menino estava com picada da aranha-marrom. Ainda confirmou: ‘Mãe, isso aqui é picada da aranha-marrom. A gente vai passar os medicamentos. A senhora vai fazer os exames para mim e trazer amanhã para ver como está o procedimento e eu já vou passar injeção’”.
Segundo ela, o menino foi atendido diversas vezes no local e precisou tomar injeções e vacinas no tratamento. A descoberta só foi feita depois de a família procurar uma clínica particular.
Em nota, A Secretaria de Saúde de Franca informou que encaminhou os fatos para o Conselho de Ética Médica, que avaliar os procedimentos adotados durante o atendimento ao paciente.
Farpa estava na perna esquerda de Kawan, tratado na UPA de Franca, SP, como se tivesse sido picado por aranha
Diagnóstico errado
Kawan afirmou que sentia muita dor desde 28 de março e que não sabia como havia se machucado. Ele disse que se recorda das injeções e dos remédios tomados e acredita que não precisaria ter passado por tudo que passou se o diagnóstico não fosse dado de forma errada.
“Se eles tivessem visto que era uma farpa de primeiro não ia ter que tomar todos esses antibióticos, injeções. Estou parado em casa [sem ir na escola], só levando atestado. Só em casa de repouso. Não podia andar porque eles falavam que era o veneno da aranha, que ia para outro lugar”.
Kawan ficou com a perna machucada em Franca, SP
De acordo com a mãe, durante o tratamento, o menino ficou com o pé inchado e com muito pus. O garoto teve febre por três dias, muitas dores e, por conta disso, as consultas na UPA eram constantes.
“A médica subiu a dosagem das injeções, que era de 500 mg e subiu para 1000 mg. Continuou dando duas por dia e não teve melhora. Continuou a mesma coisa”, contou.
Após 28 injeções, os médicos da UPA disseram que o pé havia desinchado, mas havia muito sangramento e o pus continuava. Além disso, era possível ver um relevo na perna dele, de acordo com Andrea.
Relatório médico da UPA de Franca, SP, aponta que Kawan havia sido picado por aranha
Suspeita de trombose e descoberta da madeira
A comerciante ainda relatou que, após a melhora, os médicos suspeitaram de trombose, que é uma inflamação no vaso sanguíneo que pode impedir a passagem do sangue.
Por conta da preocupação, a criança foi levada pela família para uma clínica particular. Lá, os laudos médicos identificaram o pedaço de madeira na perna de Kawan.
“Os exames dele, a radiografia que ele fez, estava com suspeita de trombose. E a médica viu que não era trombose, que estava com corpo estranho no pé desde o dia 28 do mês passado”.
Laudo de clínica particular de Franca, SP, aponta presença de corpo estranho em Kawan
A mãe disse que pretende processar a Prefeitura de Franca por conta do atendimento recebido na UPA da cidade. De acordo com ela, com remédios, exames e consultas particulares o gasto foi de R$ 1,8 mil, sem contar os dias que precisou fechar o comércio dela para levar o menino ao médico.
“Para uma mãe, ficar nessa espera, nessa angústia, tirando sangue do menino, ia lá o médico falava que tinha que tampar, fazer curativo. As enfermeiras espremiam sem dó, sem um pingo de piedade e o menino gritando, pedindo para parar. Horas naquela cadeira sentada, horas de canseira, um descaso muito grande”.
Kawan foi levado à UPA de Franca, SP, pela mãe após relato de dor na perna
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