segunda-feira, 11 de abril de 2022

Mulher diz que em 2021 sofreu importunação sexual por médico de Artur Nogueira e fez denúncia após saber de outras vítimas

 

Polícia apura casos associados a dois profissionais da rede pública que foram afastados.


Cinco vítimas prestam queixas de importunação sexual contra médicos em Artur Nogueira

A Polícia Civil confirmou na tarde desta sexta-feira (8) que pelo menos cinco mulheres já registraram boletins de ocorrência que envolvem os dois médicos alvos de investigação por suspeita de importunação sexual em Artur Nogueira (SP). Um dos profissionais atuava na UBS Espaço Mãe e Filho e teve vínculo rompido porque trabalhava como PJ (pessoa jurídica), diz a prefeitura, e o segundo é concursado e está afastado da Unidade de Saúde Familiar Laranjeiras durante sindicância.

Os dois profissionais se defendem das acusações e dizem que a verdade será esclarecida após as investigações. Os dois casos estão sob sigilo, segundo a Secretaria de Segurança do estado (SSP).

Uma mulher contou que foi vítima do médico atuante da Unidade Laranjeiras em 2021, após ir ao posto com mal-estar e tontura. Ela disse que só decidiu comunicar a Polícia Civil sobre o fato após saber das denúncias feitas por outras pessoas contra o profissional.

"Ele pediu pra mim ficar de pé e fechar o olho. Fiz esse procedimento, depois ele pegou e falou para ir para a parede. Pegou na minha virilha, e me puxou por trás. Aí ele começou que era pra eu fazer um tipo de agachamento, e ele estava atrás de mim e senti que encostei nele. Me queixei de uma dor que sinto aqui, embaixo do seio. Aí foi quando ele colocou a mão deu uma levantada", falou a paciente ao lembrar que a consulta foi em março do ano passado.

Ela disse que contou ao marido, mas teve medo de fazer a denúncia à época. "Medo porque, tipo, seria a minha palavra contra a dele [...] Aí eu falei: 'Não, então não foi só eu. Eu vou também tomar uma decisão", ressaltou à EPTV, afiliada da TV Globo.

Este médico não chegou a ser preso e nem teve registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina em São Paulo (Cremesp). Antes disso, ele atuou em outras unidades de saúde na cidade. A sindicância da prefeitura tem prazo de 30 dias para ser concluída, prorrogável por igual período.

Mulher diz que sofreu importunação sexual em Artur Nogueira em 2021 

"Vale ressaltar ainda que a administração municipal não admite condutas de assédio e abuso por parte de quaisquer membros da equipe médica e outros funcionários públicos", diz nota do Executivo.

Na semana passada, uma paciente contou à polícia que foi até a unidade ara apresentar exames e, no local, o médico alegou que precisava ensinar a ela um exercício. Em seguida, disse a vítima, o médico pediu para que ela ficasse de costas, colocasse as mãos na parede e ficasse com o corpo inclinado. Depois, segundo a mulher, o médico se aproximou até encostar e ela saiu do consultório.

Caso na UBS


O Cremesp confirmou na quinta-feira que o médico suspeito de ter praticado importunação sexual contra uma paciente gestante na UBS teve o registro profissional suspenso por decisão judicial. Ele chegou a ser preso em 1º de março, mas foi beneficiado por habeas corpus. O profissional é especialista em neurocirurgia e prestava serviços na cidade desde fevereiro de 2021 no local.

"A suspensão foi por ordem da Justiça [...] No âmbito do Cremesp, as investigações sobre o caso correm sob sigilo determinado por lei", diz nota da assessoria.

Espaço Mãe e Filho em Artur Nogueira 

Denúncias de gestante e funcionária


Uma mulher na 30ª semana de gestação relatou à Guarda em 1º de abril que foi até a UBS para que o filho de 4 anos passasse por consulta. Ao entrar no consultório, diz a corporação, ela relatou que ele pediu a retirada da máscara, fez um elogio sobre a beleza dela e perguntou como é a vida íntima com o marido. Além disso, também segundo a Guarda, a mulher disse que teve a barriga tocada após se aproximar da mesa do médico para retirar um "encaminhamento para o filho".

O marido da gestante disse que, após saber dos fatos, foi até a unidade de saúde para questionar o médico sobre os relatos. Ao sair, ele reencontrou a mulher, acionou a Guarda e uma equipe foi ao local.

A corporação diz que o médico negou a acusação de importunação e alegou que atendeu "normalmente" o filho da gestante e pediu para ele voltar todo mês para realizar acompanhamento. A Guarda informou que, depois disso, foram até a UBS autoridades municipais da Secretaria de Saúde.

A prefeitura salientou ainda que se colocou à disposição para dar completa assistência à vítima e aos familiares dela, incluindo oferta de acompanhamento psicológico para a gestante. Cada sindicância tem prazo para conclusão de 30 dias, prorrogável por intervalo igual.

A Polícia Civil mencionou que uma funcionária da UBS relatou nesta semana também ter sido vítima de importunação na UBS Espaço Mãe e Filho. Sobre o relato desta trabalhadora, a prefeitura disse que a Saúde foi comunicada e apoiou a denúncia.









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