terça-feira, 20 de setembro de 2022

Jovem sofre parada cardiorrespiratória e morre após complicações de cirurgia feita em Faro

 

Familiares procuraram o g1 nesta quinta-feira (15) e relataram que a menina precisava do procedimento cirúrgico.


Maisa Silva morreu de parada cardíaca durante viagem para Parintins após complicações de cirurgia feita em Faro

A família de uma paciente de 20 anos denuncia que a jovem morreu, na segunda-feira (12), de parada cardíaca durante viagem para uma cidade do Amazonas após o Hospital Dr. Dionísio Bentes, onde ela estava internada, não dispor de equipamentos para tratar do quadro clínico dela após cirurgia em Faro, oeste do Pará. Familiares procuraram o g1 nesta quinta (15) e relataram que a jovem precisava do procedimento cirúrgico.

Segundo a família, a jovem, identificada como Maisa Silva, estava fazendo um tratamento para ser submetida a uma cirurgia para retirada da glândula de Bartholin, também chamada de Bartholinectomia. Ela teve complicações após o procedimento cirúrgico realizado no dia 12 de setembro.

Ainda segundo familiares da jovem, o hospital não tinha equipamentos para reanimação e medicamentos necessários para controlar a reação alérgica que a paciente teve.

g1 conversou com a prima da jovem que não quis ter a identidade revelada. Ela contou que a prima morreu durante a viagem para Parintins (AM).

"A cirurgia era simples e não justifica ela perder a vida tão rápido. A falta de estrutura do hospital e a negligência médica, pois não teve o pré-operatório, resultou na morte dela. Solicitamos a transferência do hospital de Faro pra Parintins, mas rejeitaram porque não tinha lancha", destacou.

Ainda segundo a prima da jovem, a atual gestão municipal fretou uma embarcação. "A lancha que a Prefeitura de Faro conseguiu fretar não suportava o tamanho da maca por ser pequena demais. No momento era o que tinha", ressaltou.

A jovem acabou morrendo durante a viagem por conta de uma parada cardiorrespiratória. A família pede por justiça.

g1 entrou em contato com a unidade de saúde onde a jovem estava internada e aguarda o retorno.

Hospital de Faro


No dia 7 de março de 2022 a população procurou o g1 para relatar que o Hospital Municipal de Faro estava enfrentando uma crise. Na unidade, além da falta de um médico cirurgião, materiais para realizar as operações também estavam em falta.

Os moradores denunciaram que não estavam tendo garantia do direito básico à saúde e pediram providências.

g1 recebeu várias denúncias de pacientes da cidade sobre a longa espera por atendimento médico, falta de médico cirurgião e de materiais no Hospital Dr. Dionísio Bentes. A unidade de saúde atende os moradores dos 5 bairros do município e 14 comunidades rurais.

Na época uma mulher grávida, que não quis ter a identidade revelada temendo retaliações, reclamou do tempo de espera para atendimento e do medo de ter o bebê em um local sem estrutura adequada.

"Estou grávida e fico com medo de ter o meu filho na cidade porque o hospital não tem material cirúrgico, remédios e um espaço mais seguro. O atendimento está cada vez mais demorado", contou a gestante.

Ainda segundo o relato da mulher, pelos corredores do hospital falavam que até o pagamento dos profissionais de saúde estaria em atraso.

"Algumas vezes escutei pelos corredores do hospital que há atraso no pagamento dos enfermeiros", disse

A maior preocupação da mulher era ser transferida para a cidade de Parintins, no Amazonas, pois a maioria dos pacientes estavam sendo encaminhados para o município do estado vizinho devido a falta de recursos no hospital de Faro. Ela se preocupava também por não ter onde ficar na cidade amazonense.

"Eu tenho medo de receber uma transferência para outra cidade porque só tenho família em Faro. Além do hospital, não tenho onde ficar em outro lugar em Parintins", afirmou.

A Secretaria Municipal de Saúde de Faro havia informado ao g1 por meio de nota técnica que o município estava buscando melhorias diariamente e dispõe de atendimentos diuturnamente, para que o cidadão pudesse receber atendimento a qualquer hora. Ainda segundo a Secretaria, pela primeira vez na história estava havendo este tipo de ação que dispõe de médicos, aplicação de vacinas, dentistas, fisioterapeutas e demais serviços periódicos.





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