segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Por que a Prefeitura de Marabá se omite ao caos instalado no HMI?

 


Infelizmente, se tornou comum falar sobre a falta de médicos nos hospitais municipais de Marabá. Enquanto isso, a população que depende do sistema público de saúde agoniza nos bancos e macas esperando uma solução, ou melhor, atendimento.

A imprensa, os cidadãos, as entidades, o Ministério Público e o Poder Judiciário fazem o papel de fiscalizar e apontar as deficiências da saúde em Marabá. Contudo, nem sempre são capazes de trazer à tona questões mais profundas sobre o que realmente se passa na gestão pública de Marabá.

No dia 4 de maio de 2022, o Correio de Carajás publicou uma reportagem sobre uma acusação de fraude contra a Organização Social Madre Tereza, que terceirizou o atendimento no Hospital Materno Infantil, que teria apresentado declaração falsa “de que tinha no quadro de funcionários todos os médicos necessários para a prestação do serviço e com habilitação necessária para atuar nas especialidades solicitadas”.

No dia 13 de agosto de 2022, uma nova reportagem sobre o assunto foi publicada no Correio. O Conselho Municipal de Saúde apresentou mais uma denúncia contra a casa de saúde sobre a contratação de médicos sem especialidade, que estão atuando no trabalho que deveria ser de pediatras.

À época, a reportagem teve acesso a pelo menos três nomes de médicos ‘sem especialidades registradas’, atuando como pediatras. Inclusive, fontes de dentro do HMI, que pediram pra não serem identificados por medo de represálias, afirmam que há mais gente trabalhando de forma irregular na casa de saúde.

O caso, inclusive, é investigado pelo Ministério Público do Trabalho, que pediu ao município esclarecimentos e informações diante das irregularidades constatadas.

Em nota, o Madre Tereza – responsável pelos médicos do HMI – informou que os profissionais que atuam no hospital possuem os requisitos exigidos.

Por fim, no dia 18 de agosto de 2022, um bebê morreu no Materno por falta de médico, como a própria Instituição admitiu.

Uma sindicância interna foi aberta para apurar o caso. Servidores da própria casa de saúde informaram que havia apenas dois obstetras de plantão, quando, na verdade, deveria haver quatro profissionais no final de semana. A OS Madre Tereza admitiu que embora o contrato determine que deveriam constar quatro médicos, isso não está acontecendo.

O Correio de Carajás teve acesso à escala de plantões dos médicos obstetras do mês de setembro e constatou que, principalmente no final de semana, a determinação, que consta no contrato entre Madre Tereza e Prefeitura Municipal de Marabá, não está sendo levada a sério.

Como diz o ditado popular: “parece a casa da mãe Joana, cada um faz o que quer”.

Onde está a gestão municipal que não fiscaliza o serviço contratado?


Correio de Carajás


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