sábado, 3 de setembro de 2022

Morte de rapper gera protesto e denúncia de negligência médica em Uberlândia

 

Conhecido da cena hip hop, Drew morreu na manhã da última quarta-feira (31) após buscar atendimento médico. Amigos e familiares citam 'muita demora e falta de educação' na UAI Tibery. Prefeitura instaurou comissão para acompanhar o caso e aguarda resultado da necropsia.


Local de homenagens durante manifestação por morte de rapper em Uberlândia 

Familiares e amigos do rapper Drew protestaram na noite de quinta-feira (1º) em frente à Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro Tibery em UberlândiaEles pedem justiça e acusam o serviço municipal de saúde de negligência no atendimento médico de Cássio Pedro do Santos Júnior.

No boletim de ocorrência registrado na Polícia Militar (PM) familiares afirmaram que Drew deu entrada na UAI na noite de terça-feira (30) com “muita falta de ar e o corpo cheio de manchas”, mas foi liberado para voltar para casa na madrugada de quarta (31).

Horas depois, ele retornou para a mesma unidade de saúde, com o estado agravado, e recebeu novo atendimento médico, mas não resistiu e morreu por volta das 10h. Amigos afirmam que houve um atendimento precário, com “muita demora e muita falta de educação”.

Parte de manifestantes durante ato em frente à UAI Tibery, por morte de rapper em Uberlândia

Drew fazia parte da cultura hip hop de Uberlândia e era considerado uma figura importante no movimento. Além de familiares e amigos, políticos e artistas participaram da manifestação em frente à UAI Tibery, na noite de quinta.

A irmã do rapper, Poliana Cristina Rocha dos Santos, reclamou do atendimento que ele recebeu e a falta de cuidado por parte da unidade de saúde ao dar alta.

“Ele falou que estava com febre, muita dor no corpo, foi feito o exame de Covid-19 nele e descartaram. Mandaram ele para casa mesmo ele ainda estando com dor no corpo, com febre”, explicou.

Ainda segundo Poliana, mesmo com um “sinal claro de infecção”, não foi feito nenhum exame em Cássio“Não foi feito um exame físico, o médico não tocou nele, não foi feita a ausculta pulmonar, o médico não sabia como estava o pulmão dele para mandar ele para casa”. Depois, quando ele voltou, a situação era pior.

“Quando ele retornou, já estava em um quadro grave, irreversível. Meu irmão não foi bem atendido, não teve atenção médica, que é o mínimo que qualquer cidadão deveria ter”, finalizou.

Em nota, a Prefeitura de Uberlândia informou que “instaurou uma comissão para acompanhamento do caso e aguarda o resultado do laudo de necropsia. A secretaria reforça que se solidariza com a família e tem o compromisso de oferecer atendimento de qualidade e com isonomia para toda a população, garantindo a transparência de seus procedimentos”.

Registro da ocorrência


Cássio Pedro do Santos Júnior, rapper que morreu em Uberlândia 

A ocorrência foi registrada pela PM por volta das 10h de quarta-feira (31), após a morte de Cássio. Quem acionou os militares foi um advogado que denunciou a situação vivida pelo jovem de 27 anos na unidade de saúde.

Ele detalhou que Cássio deu entrada por volta das 22h de terça-feira. Às 3h, recebeu alta, ainda passando mal. Voltou para a UAI Tibery 6h30 e, por fim, morreu por volta das 10h.

Após a denúncia, a coordenação técnica da UAI foi procurada pela PM e relatou que o paciente teve atendimento emergencial de forma padrão e que foi dado todo o apoio em um primeiro momento, para a liberação do paciente.

No segundo atendimento, conforme informado pela UAI aos militares, também foi dado todo o cuidado necessário e também confirmaram que o paciente estava com “muita falta de ar” e não resistiu, não sendo possível confirmar a causa da morte.

Acompanhantes de Drew disseram que o paciente recebeu um atendimento precário, com muita demora e muita falta de educação, e que a medicação feita pela equipe médica foi de pouca eficácia”.

Na segunda vez que voltou, os amigos não conseguiram entrar na unidade para acompanhá-lo e só ficaram sabendo do estado de saúde dele quando foi informada a morte.

A Polícia Civil informou que foi lavrado um boletim de ocorrência sobre o caso. Contudo, a família do paciente deve procurar a Delegacia de Homicídios para dar andamento ao procedimento.







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