quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Servidor morre após instalação de facetas; família denuncia dentista por negligência

A profissional nega as acusações e afirma que se os sintomas que decorreram à infecção generalizada não têm relação com o procedimento


O servidor concluiu o tratamento, que custou R$ 61 mil por 24 próteses dentária, conhecida como facetas

O servidor público Luiz Carlos das Dores, 56 anos, morreu, supostamente, em decorrência de complicações após instalação de “facetas dentárias” no consultório de uma dentista, em Goiânia. Família da vítima aponta negligência da “profissional”, já que o paciente sofria de perda óssea e doença periodontal, que impossibilitava o procedimento.

De acordo com a ocorrência, Luiz Carlos e o companheiro, Benedito Antônio Nascimento, procuraram o tratamento estético, conheceram o trabalho da dentista pela internet, marcaram uma consulta e fecharam o tratamento, que consistia na colocação de 24 facetas pelo valor de R$ 61 mil, em maio.

No entanto, poucos dias após o procedimento, a família relata que Luiz Carlos passou a sentir muitas dores, dormência e inchaços na boca.

Diante da situação, o companheiro da vítima chegou a procurar a dentista, relatar o que estava acontecendo e pedir providências para resolver o problema. Em um áudio enviado à priofissional, Benedito fala: “Você pode arrumar e dar um jeito para solucionar o problema meu e do Luiz? Eu quero solução disso”.

A dentista responde: “Problemas nas facetas não é, se fosse já teria dado problema desde o dia que fez. Esse inchaço, esse edema e dormência tem que descobrir o que é”.

Ainda segundo Benedito, todas as vezes que voltaram ao consultório o diagnóstico era sempre o mesmo “excesso de cimentação no dente e ajuste de mordida”, porém, o problema continuava.

Já no início de agosto, Luiz Carlos foi internado às pressas com falta de ar, muitas dores nos dentes e o lado esquerdo do rosto muito inchado. Ficou 13 dias internado, sendo 11 intubado. No dia 18 de agosto, morreu em decorrência de uma infecção generalizada.

A desconfiança, durante a internação, era de que o servidor estivesse com uma embolia pulmonar. Os médicos detectaram, por meio de exame de sangue, uma infecção bacteriana.

O hospital a pedir avaliação de um especialista, que foi atendida pela cirurgiã dentista Kamilla Malaquias.

“Quando cheguei, o paciente tinha um quadro de secreção purulenta, ou seja, muito pus entre os dentes 35 e 36, para entenderem é a região entre o pré-molar e o molar do lado esquerdo da arcada dentária inferior. Drenamos bastante pus, deu para reparar que o paciente ainda tinha excesso de cimento, provavelmente decorrente da instalação das facetas e um grau de mobilidade nesses dentes”, explicou a especialista.

A família, que denunciou o caso à Polícia Civil, apresentou laudos feitos por outros dentistas após avaliação em Luiz Carlos, antes da instalação das facetas, que apontam perda óssea e doença periodontal, que segundo os profissionais, impede a realização do procedimento.

O caso é investigado pela Delegacia de Polícia Civil, em Goiânia, que apura as causas e circunstâncias da morte do servidor. Uma denúncia por “infração ética” foi protocolada contra a dentista no Conselho Regional de Odontologia (CRO).

Caso segue em investigação.





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