quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Família denuncia negligência médica em morte de gestante e filho em São Sebastião

 

Stefany Santos, de 28 anos, faleceu, grávida, dois dias depois de ir ao hospital de Boiçucanga; bebê também não resistiu

Ainda abalada com a morte da filha e do neto, a cozinheira Josenilta Ribeiro fez um relato emocionado sobre os momentos que antecederam a perda de Stefany Santos e do bebê, que se chamaria Isaac. O parto estava previsto para o último dia 26, mas Stefany e o bebê morreram três dias antes.

Josenilta conta que a filha estava “inchada”, “sentindo dores na nuca” e “com problemas pra respirar”, quando foi ao hospital de Boiçucanga, em São Sebastião, na sexta-feira (21). “Foi com as bolsas prontas pra ganhar bebê. Mas o médico que atendeu só fez o toque e mandou de volta pra casa”, lembra a mãe. “Sábado ela continuou se queixando de dor e achei a barriga muito comprida”, acrescenta.

Na noite de domingo (23), Stefany se sentiu mal e começou a “espumar pela boca” na casa onde morava, em Cambury. Foi socorrida, mas chegou ao hospital já sem vida. “A médica de plantão me pediu autorização pra tirar o Isacc, pois estava se debatendo muito na barriga. Eu autorizei, mas não conseguiram salvar o bebê”, lamenta Josenilta.

Para ela, o médico que atendeu Stefany na sexta devia ter encaminhado para o hospital do Centro, para ficar em observação e ser medicada. “Minha filha morreu por negligência. Se o médico mandasse pro Centro, naquele dia, minha filha poderia estar viva”, declarou Josenilta à reportagem, na manhã deste domingo (6), sem conseguir conter as lágrimas. “Não sei como vai ser minha vida daqui pra frente”, completou.

Stefany era manicure, tinha 28 anos e deixou três filhos. A mãe diz que vai levar o caso à Justiça “para que outras vidas não sejam interrompidas e que atendam melhor os pacientes”.

No relato que Josenilta publicou no Facebook, há diversas queixas de pacientes sobre o atendimento na unidade de Boiçucanga, inclusive de outras gestantes que sofreram experiências parecidas.

Procurada pelo Nova Imprensa, a prefeitura não quis se manifestar. A reportagem também foi ao hospital, neste domingo, mas foi informada que não havia ninguém que pudesse dar explicações sobre o caso.





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