terça-feira, 1 de agosto de 2017

Ministério Público investiga denúncias de fraude no Hospital Regional de Pariquera-Açú.

Denúncias no setor de oncologia do hospital indicam que empresa contratada vem sendo paga, mas não oferece os serviços.
 
Sindicância foi aberta após denúncias de fraudes na oncologia do hospital
Foto: Consaúde - Internet                                   
 
Na última sexta-feira (21), o Promotor de Justiça Leandro Silva Xavier assinou a abertura de um inquérito para apurar supostas irregularidades no setor de oncologia do Hospital Regional Dr. Leopoldo Bevilacqua, em Pariquera-Açú. Segundo a denúncia, a empresa Uniclínicas Jardinópolis, que foi contratada através de licitação em 2013 para prestar serviços como cirurgias e seções de quimioterapia, entre outros, vem descumprido o contrato e não está entregando os serviços pelos quais recebe cerca de R$1,8 milhão por ano.
 
 Pelo contrato, a Uniclínicas Jardinópolis deveria, entre outras obrigações, realizar 300 consultas ambulatoriais mensais, mas realiza apenas 200 em média. A empresa se comprometeu ainda em efetuar 300 sessões de quimioterapia mensais, mas não realiza nenhuma, uma vez que as sessões são feitas pela médica Adriana Carravieri, que é contratada do próprio consórcio administrador do hospital (Consaúde). É o próprio consórcio quem arca com os custos integrais das sessões de quimioterapia. Outra irregularidade está no fato de a Uniclínicas Jardinópolis não cumprir o acordado no sentido de manter no hospital um médico clínico especializado em oncologia. Na realidade, quem cumpre esta função é a própria Adriana Carravieri, contratada do Consaúde. Assim, a administração do Hospital Regional paga duas vezes pelo mesmo serviço.
 
 A Promotoria alega também que, além de não fornecer médico oncologista clínico, o médico cirurgião oncológico Marcio Paneghini, proprietário da Uiniclínicas Jardinópolis, comparece para trabalhar no Hospital Regional apenas três vezes por semana (de segunda a quarta-feira). Enquanto isso, as sessões de quimioterapia ocorrem de segunda a sexta-feira. Quem realiza as sessões de quimioterapia às quintas e sextas-feiras é uma médica de Clínica Geral, que executa os serviços sozinha e sem a supervisão de um especialista, descumprido o estabelecido em contrato. A situação fez com que, apenas nos dias 25 e 28 de abril deste ano, 24 pacientes ficassem impossibilitados de se submeterem à quimioterapia, tendo seus tratamentos interrompidos e retomados posteriormente, “com evidente risco de agravamento do estado de saúde”.
 
 O contrato com a empresa Uniclílicas Jardinópolis venceu no último dia 23 de julho e o consórcio administrador do Hospital não confirmou se foi renovado.
 
 Em nota, a assessoria do Consaúde informou que a empresa Uniclínicas Jardinópolis foi contratada após processo licitatório e no período de vigência contratual não foi constatada nenhuma irregularidade na prestação do serviço. Eles afirmam ainda que o Consaúde, em virtude da ciência da representação de denúncia perante o Ministério Público, abriu sindicância para apurar o fato.
 

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