Denúncias no setor de oncologia do hospital indicam que empresa contratada vem sendo paga, mas não oferece os serviços.
Sindicância foi aberta após denúncias de fraudes na oncologia do hospital |
Na última sexta-feira (21), o Promotor de Justiça Leandro Silva Xavier assinou a abertura de um inquérito para apurar supostas irregularidades no setor de oncologia do Hospital Regional Dr. Leopoldo Bevilacqua, em Pariquera-Açú. Segundo a denúncia, a empresa Uniclínicas Jardinópolis, que foi contratada através de licitação em 2013 para prestar serviços como cirurgias e seções de quimioterapia, entre outros, vem descumprido o contrato e não está entregando os serviços pelos quais recebe cerca de R$1,8 milhão por ano.
Pelo contrato, a Uniclínicas Jardinópolis deveria, entre outras obrigações, realizar 300 consultas ambulatoriais mensais, mas realiza apenas 200 em média. A empresa se comprometeu ainda em efetuar 300 sessões de quimioterapia mensais, mas não realiza nenhuma, uma vez que as sessões são feitas pela médica Adriana Carravieri, que é contratada do próprio consórcio administrador do hospital (Consaúde). É o próprio consórcio quem arca com os custos integrais das sessões de quimioterapia. Outra irregularidade está no fato de a Uniclínicas Jardinópolis não cumprir o acordado no sentido de manter no hospital um médico clínico especializado em oncologia. Na realidade, quem cumpre esta função é a própria Adriana Carravieri, contratada do Consaúde. Assim, a administração do Hospital Regional paga duas vezes pelo mesmo serviço.
A Promotoria alega também que, além de não fornecer médico oncologista clínico, o médico cirurgião oncológico Marcio Paneghini, proprietário da Uiniclínicas Jardinópolis, comparece para trabalhar no Hospital Regional apenas três vezes por semana (de segunda a quarta-feira). Enquanto isso, as sessões de quimioterapia ocorrem de segunda a sexta-feira. Quem realiza as sessões de quimioterapia às quintas e sextas-feiras é uma médica de Clínica Geral, que executa os serviços sozinha e sem a supervisão de um especialista, descumprido o estabelecido em contrato. A situação fez com que, apenas nos dias 25 e 28 de abril deste ano, 24 pacientes ficassem impossibilitados de se submeterem à quimioterapia, tendo seus tratamentos interrompidos e retomados posteriormente, “com evidente risco de agravamento do estado de saúde”.
O contrato com a empresa Uniclílicas Jardinópolis venceu no último dia 23 de julho e o consórcio administrador do Hospital não confirmou se foi renovado.
Em nota, a assessoria do Consaúde informou que a empresa Uniclínicas Jardinópolis foi contratada após processo licitatório e no período de vigência contratual não foi constatada nenhuma irregularidade na prestação do serviço. Eles afirmam ainda que o Consaúde, em virtude da ciência da representação de denúncia perante o Ministério Público, abriu sindicância para apurar o fato.
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