(Foto: Divulgação) |
A maternidade é um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher, a chegada de um filho é motivo de comemoração para toda família, mas esse momento pode se tornar um pesadelo em um piscar de olhos. Foi o que aconteceu com Suzane Quaresma Rodrigues Garcia, 25, que no último domingo (31), na maternidade Moura Tapajós, foi submetida a um trabalho de parto normal mesmo não tendo, segundo a família, condições para isso. A moça acabou perdendo o útero, que se rompeu em consequência da força excessiva que precisou fazer para dar à luz o segundo filho.
Quem conta essa história é a cunhada da jovem, Elizabeth Souza Fernandes. Ela recebeu das mãos do médico um galão de plástico com o útero de Suzane. A criança resistiu e permance na maternidade Moura Tapajós.
Por volta da meia noite do último domingo, a moça foi submetida ao exame de toque na maternidade. Em seguida foi orientada a ir para casa, pois não teria dilatação suficiente. Por volta de 3h da madrugada de domingo, com muitas dores e perdendo líquido amniótico, Suzane retornou à maternidade e foi encaminhada à sala de parto.
“Os médicos a levaram direto pra sala de parto. Ela não tinha passagem para ter filho normal. Nos documentos do pré-natal, tinha a restrição de que as chances de ter normal eram muito difíceis”, conta, acrescentando que Suzane foi forçada pelos médicos a prosseguir fazendo força.
“Ela não conseguiu ter normal. Só optaram pela cesariana depois que perceberam que a minha cunhada não ia conseguir ter o menino normal. Logo em seguida costuraram, mas de imediato ela sofreu uma hemorragia. O médico abriu de novo e retirou o útero. Depois disso ela não reagiu mais”, explicou a cunhada.
O marido de Suzane, Antônio de Souza Fernandes, 31, confirmou toda a história. Ele comenta que acompanhou a esposa durante o parto, mas foi retirado da sala de parto. “Percebi que tinha alguma coisa errada. Eu vi todo aquele sangue saindo dela, escorrendo da maca pro chão e fiquei muito nervoso. Então me tiraram da sala e ainda ameaçaram chamar a segurança. Foi quando disse que era esposo e queria acompanhar ela. O médico veio conversar comigo e disse que o útero tinha estourado e ela estava com hemorragia”.
Ainda segundo Antônio, ele só conseguiu ver a esposa na manhã dessa terça-feira (1). O estado de saúde dela é grave. “A Suzane só soube terça-feira o que fizeram e ficou muito triste, pois o nosso sonho era ter uma filha depois. Ela ficou tão abalada, pois agora não vai mais poder ter filhos”, lamentou o marido.
Negligência?
A família de Suzane acredita em negligência médica. “Eles maltrataram demais a minha cunhada. Eles sabiam que a Suzane não podia ter filho normal e mesmo assim a forçaram. Depois me deram o útero dela dentro de um pote, dizendo pra levar pra fazer biópsia. Foi negligência médica, procurei a assistência social, pra ver como ia ficar a situação dela”, relata Elizabeth
Semsa responde
Por meio de nota a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) informou que a paciente deu entrada na Maternidade Dr. Moura Tapajós, em trabalho de parto ativo, em bom estado geral de saúde. A unidade de saúde também relatou que a moça foi submetida a uma cesariana às 8h30 e durante o procedimento a equipe médica evidenciou uma complicação hemorrágica por falta de contração uterina, ocasionada por um acretismo placentário (a placenta não se descola do útero podendo ocorrer tanto em parto normal, quanto em parto cesáreo)”.
A Semsa também ressaltou que a equipe agiu rapidamente para salvar a paciente. A mesma teve uma evolução pós-cirúrgica muito boa. Depois de estabilizada e visando a necessidade de uma atenção especial, a paciente foi transferida para a UTI materna da Maternidade Ana Braga, por volta das 16h. O órgão completou que toda assistência prestada à paciente foi com base nos protocolos de emergência obstétrica.
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