terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Polícia pede exumação do corpo de bebê de 1 ano morto após suposto erro médico em Ribeirão Preto

Pais afirmam que Isabella foi internada com febre e piorou após ser medicada com antibiótico. Casal alega que autorizou necropsia, mas que exame não foi feito.

Isabella Domiciano, de 1 ano, morreu após ser atendida em hospital de Ribeirão Preto (SP) (Foto: Reprodução/EPTV)

A Polícia Civil pediu nesta segunda-feira (19) a exumação do corpo da menina Isabella da Costa Domiciano, de 1 ano, que morreu no início de fevereiro no Hospital Maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto (SP). Os pais acreditam que a filha pode ter sido vítima de erro médico, uma vez que não foi feita a necropsia, mesmo com o exame autorizado pela família.

Responsável pela investigação, a delegada Silvia Ruivo Valério Mendonça espera que a exumação aponte elementos que identifiquem a causa da morte da criança. Segundo os pais, o atestado de óbito consta que Isabella foi vítima de choque séptico.

Febre e medicação

Segundo a mãe Silvana Costa Domiciano, o drama de Isabella começou no início de fevereiro, quando ela foi levada com febre ao hospital. A médica que a atendeu solicitou um hemograma e um exame de raio-x, que apontou a suspeita de pneumonia.

A profissional receitou amoxicilina após a mãe afirmar que não tinha conhecimento sobre o fato de a filha ter alergia a qualquer tipo de medicamento. A menina foi liberada, mas em vez de melhorar, começou a vomitar em casa.

Os pais levaram Isabella de volta ao hospital Sinhá Junqueira, onde ela passou por novo raio-x. Segundo a mãe, a menina recebeu alta após receber medicamento para cortar o vômito, mas a situação voltou a piorar no dia seguinte.

 Piora no quadro de saúde

De acordo com Silvana, ao retornar pela terceira vez ao hospital, Isabella foi atendida por outra médica que demonstrou preocupação. Os pais perceberam a barriga da menina inchada e rígida, e a especialista receitou um antigases.

Como não respondeu ao soro, Isabella foi levada pela equipe médica à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foi entubada e submetida a exame de sangue. Segundo a mãe, os médicos também descartaram a hipótese de meningite, mas o estado de saúde do bebê piorou e ele não resistiu.

Isabella foi enterrada no dia 7 de fevereiro, um dia após a morte. Segundo os pais, o corpo deveria ter passado por necropsia, mas o exame não foi feito a pedido do hospital. Silvana acredita que o medicamento receitado no primeiro atendimento desencadeou o quadro que levou a filha à morte.

"Acredito que a minha filha foi medicada errada. Alguma composição daquele medicamento agravou a situação da minha filha. Ela entrou com febre e saiu morta. Eu não acredito que estou vivendo isso. A investigação está acontecendo justamente por isso", disse.

Dispensa da necropsia

Em nota, o hospital informou ter seguido o protocolo padrão de atendimento, mas não divulgou a causa da morte, alegando questão de sigilo. Acrescentou, no entanto, que essa informação está à disposição da família no prontuário médico.

A direção comunicou ainda que enviou o corpo ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), mas que a necropsia não foi feita por orientação do próprio serviço, em razão da causa da morte estar fundamentada na documentação médica enviada pelo hospital.

O SVO, por sua vez, confirmou dispensar a necropsia em casos em que a causa da morte é esclarecida por documento assinado por médico, e que só realiza o exame caso haja um pedido por parte da família, que procurou a unidade após a liberação do corpo.

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