Resultados da última prova aplicada em médicos recém-formados em 2017 mostrou que 78% dos participantes também não souberam interpretar uma mamografia e 40% não conseguiram fazer suspeita de um caso de apendicite
shutterstock/Reprodução
Dos mais de 2 mil médicos recém-formados que realizaram o exame, 64,6% acertaram mais de 60% da prova da Cremesp
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Os resultados do exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) realizado por recém-formados em Medicina em 2017 chamaram atenção por mostrar que a maioria dos profissionais não estava apta para diagnosticar e administrar a conduta terapêutica adequada de casos médicos básicos e problemas de saúde frequentes.
Dos 2.636 médicos que realizaram o teste, 88% não souberam interpretar o resultado de um exame de mamografia, 78% erraram o diagnóstico laboratorial de diabetes, 60% não apresentaram conhecimento suficiente sobre doenças parasitárias e 40% não souberam fazer a suspeita de um caso de apendicite aguda, conforme informou o levantamento apresentado pelo conselho na quinta-feira (22).
Considerada como um “termômetro”, a prova é utilizada como ferramenta para que escolas participantes tenham uma referência para corrigir falhas ou aprimorar alguns cursos avaliados, além de servir como base para órgãos como o Ministério da Saúde e da Educação, Conselho Federal de Medicina e Ministério Público.
“O Exame do Cremesp é uma importante ferramenta para que os recém-formados testem seu conhecimento, para que as escolas possam ter parâmetros de desempenho por áreas, e, também, para garantir uma Medicina de qualidade para a população assistida”, destacou Lavínio Nilton Camarim, presidente do Cremesp.
Aumenta índice de aprovação
Mesmo diante das dificuldades demonstradas pelos participantes da prova, essa foi a primeira vez em dez anos que mais de 60% dos recém-formados em escolas médicas do Estado de São Paulo foram aprovados na avaliação.
Dos inscritos, 64,6% acertaram mais de 60% das 120 questões da prova, porcentagem que o Cremesp considera mínima para a aprovação, o que significa 1.702 participantes.
Em comparação ao Exame de 2016, houve melhora no desempenho dos novos médicos. O índice de aprovação deste ano foi 21% maior do que os 43,6% registrados em 2016.
“O crescimento na aprovação sinaliza que os colegas recém-formados estão se preparando melhor e dando maior importância à prova, assim como, demonstra a real necessidade de uma avaliação sistemática e obrigatória”, destacou Camarim.
Obrigatoriedade
Apesar de não ser um requisito básico, desde 2015 a realização do exame passou a ser um critério importante para programas de Residência Médica e concursos públicos estaduais e municipais. Em todos os casos, a exigência é condicionada apenas à participação na prova, independentemente da nota que o recém-formado tenha obtido, já que o Cremesp não divulga a pontuação de seus participantes.
Pensando nisso, a 13ª edição do exame contou com uma nova pergunta no questionário que pedia a opinião sobre a obrigatoriedade da prova. Entre o total de inscritos, 83,2% responderam que acreditam que a prova deveria ser obrigatório para recém-formados em Medicina no Estado de São Paulo. Entre os motivos que implicam na realizar da prova, 53,5% destacaram a importância que o exame tem perante a residência médica e 19,4% responderam ser um desafio para testar conhecimentos no final do curso Médico.
O Conselho está empenhado para que se torne obrigatório, em todo o território nacional, um exame para recém-formados no curso de Medicina. Assim, lançou uma campanha para conquistar a adesão dos médicos, autoridades, estudantes, formadores de opinião e a população em geral sobre a importância desta avaliação como medida para a qualificação profissional e o incentivo à boa formação.
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