Segundo os pacientes, dentre os problemas enfrentados, a suposta falta de medicamento e segurança são os que mais preocupam
Pacientes denunciaram problemas na estrutura e a suposta falta de medicamentos no SPA José Lins | Foto: Reprodução |
Manaus- Na tarde desta terça-feira (20), pacientes da Unidade de Saúde de Pronto Atendimento (SPA) José Jesus Lins, localizado no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus, procuraram a reportagem e contaram que sofrem com a precariedade da unidade de saúde. Segundo as denúncias, o SPA está com os banheiros interditados devido ao péssimo estado de conservação, os pacientes estariam mal acomodados e, inclusive, dividem os espaços dos leitos com crianças, além da falta de segurança.
De acordo com uma das pacientes, que preferiu não se identificar, todos os dias, após às 22h, o local fica sem vigilantes e os pacientes e os funcionários relatam medo e insegurança.
"É complicado, pois ficamos preocupados. Além do mau funcionamento, não temos segurança", diz a paciente.
Falta de limpeza
Outra paciente disse que tem evitado utilizar os banheiros da unidade devido à sujeira. Sem limpeza e com as descargas quebradas, os pacientes precisam conviver com o odor forte de fezes e urina. "É muito ruim conviver com essa situação precária, inclusive dos banheiros. Isso é questão de saúde pública, imagina ainda em um hospital onde o grau de contaminação é muito grande. Evito utilizar o banheiro e, quando preciso ir, eu mesma faço a higienização rápida".
Além da precariedade estrutural, os pacientes afirma ainda que o SPA não tem alguns medicamentos. A falta dos remédios estaria afetando o atendimento a determinações grupos de pacientes. A denunciante não soube dizer qual seria os medicamentos em falta, porém, seriam alguns tipos de antibióticos.
"Todo dia falta medicamento aqui. Os médicos trabalham fazendo milagre, fora os dias em que mandam pacientes voltarem para casa pois não tem como atendê-los", afirma uma paciente.
Nota da Susam
Ao contrário do que foi relatado pelas pacientes, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) disse, por meio de nota ao EM TEMPO, que o SPA José Lins está com a maior parte de sua estrutura física em boas condições. Além disso, o órgão possui um projeto para revitalizar áreas danificadas pela falta de manutenção. A pasta assume que há setores deficientes.
Quanto à falta de medicação, a direção da unidade disse que o fato não procede. A unidade aguarda uma nova remessa de remédios da Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) para trabalhar com os estoques bem abastecidos. A direção informou também que a farmácia do SPA funciona abastecida e dentro da normalidade.
Sobre a equipe médica, a Susam informou que os profissionais só liberam os pacientes após eles passarem por consulta e, quando necessário, tomarem a medicação.
Crise na Saúde
Vários casos de protestos e denúncias envolvendo a saúde do Amazonas têm surgido nos últimos dias. Recentemente, terceirizados da empresa Limpa Mais, que prestam serviço de limpeza para o Hospital 28 de Agosto, denunciaram o atraso de salários. Segundo eles, o pagamento salarial estava atrasado há quase três meses.
38 funcionários alegaram trabalhar sem o material necessário para realizar a limpeza do lugar e que estariam sofrendo represálias se questionassem sobre o pagamento. Em nota, a Susam informou que a pendência no pagamento ocorreu devido a falta de entrega de documentos necessários por parte da empresa Limpa Mais.
Outro caso semelhante aconteceu com os funcionários da limpeza do Hospital Universitário Francisca Mendes. Os funcionários, que assim como os do Hospital 28 de Agosto são terceirizados, alegaram que estavam há 4 meses sem receber. Eles disseram que nem mesmo teriam recebido a ultima parcela do 13º terceiro.
A equipe do Em Tempo entrou em contato com a empresa responsável pelo dinheiro repassado pela Susam, a BDA Serviços, porém, o proprietário disse que não iria se posicionar sobre o caso.
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