sábado, 25 de janeiro de 2020

Falta de oxigênio pode ter causado morte de paciente no Inca

Mãe aponta falta de preparo dos profissionais da unidade.


Maria de Fátima, o filho e o sobrinho com o documento de
reclamação junto à ouvidoria do Inca

Em reportagem exclusiva ao programa ‘Cidinha Livre’, da Super Rádio Tupi, a mãe de uma jovem acusou o Instituto Nacional de Câncer (Inca II), localizado na região Central do Rio, de negligência médica após a morte da filha. Segundo a doméstica Maria de Fátima, a filha dela, Natália Teresa Souza de Moraes, de 21 anos, se internou no hospital, referência no tratamento de câncer, dia 31 de dezembro de 2019.

Por volta das 2h50 do dia 4 de janeiro, ela ouviu um estrondo e foi informada pelos funcionários da unidade que o problema ocorria dentro das imediações da enfermaria e havia afetado a rede de distribuição de oxigênio do hospital. Minutos depois, Natália se queixou de falta de ar e disse que não estava chegando oxigênio para ela.

Ainda segundo Maria de Fátima, a equipe médica pegou um cilindro de oxigênio, mas o equipamento estava vazio. Os enfermeiros tiveram que pegar outro cilindro, mas não conseguiram abrir o equipamento, atrasando ainda mais o socorro à paciente. Somente após a chegada de uma pessoa da manutenção, o cilindro foi aberto e colocado à disposição da jovem. No entanto, segundo a mãe de Natália, foi tarde demais.

“Era nítida a falta de preparo deles. Todo esse procedimento levou mais de meia hora, tempo suficiente para minha filha falecer. Enquanto o cilindro não chegava, eu fiquei abanando minha filha com uma bandeja e um pedaço de papel porque ela estava com falta de ar. Minha filha ficou por diversos minutos aos prantos pedindo ar. Foi a pior cena da minha vida” disse a mãe da jovem.

Médica demorou para chegar

Maria de Fátima disse que durante todo o procedimento, não havia médico disponível no local, nem enfermeiro chefe, apenas dois técnicos de enfermagem. Ela disse ainda que somente após a morte da filha, a enfermeira e a médica apareceram.

“Depois de mais de 30 minutos a enfermeira chefe chegou. Ela disse que estava no descanso dela. Logo depois a médica apareceu, mas minha filha já tinha falecido. A médica ainda me disse ‘ué, você já não sabia que sua filha ia morrer?’. Minha filha tinha câncer, mas eu tinha esperança dela sobreviver. Foi negligência do hospital. Chegaram a chamar o segurança pra me retirarem do lugar porque eu estava fazendo muito barulho” disse ela.

Maria de Fátima entrou com uma reclamação junto à ouvidoria do Inca. O hospital já respondeu à denúncia e disse que vai abrir uma investigação. Segue a nota completa do Inca:

“Prezada senhora Maria de Fátima, em primeiro lugar lamentamos muito o que aconteceu à sua filha, receba também nossas condolências ao desfecho. Já iniciamos um processo de investigação multidisciplinar que deve gerar alguma recomendação e resposta para a família. Atenciosamente, a direção do HCII – INCA”.

O Ministério da Saúde ainda não se posicionou sobre o caso, até a publicação desta reportagem.




Nenhum comentário:

Postar um comentário