quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Mãe denuncia Hospital Regional de Taguatinga, no DF, por falha em diagnostico de bebê com fratura

Menina de 6 meses quebrou fêmur. Médico do HRT não pediu exames de imagem, receitou analgésicos e mandou criança para casa.


Família denuncia erro médico no Hospital de Taguatinga

A mãe de uma bebê de seis meses registrou uma denúncia no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM), nesta quarta-feira (22), alegando negligência do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). n Segundo Aline Menezes, a filha dela estava com uma fratura no fêmur e o médico, sem pedir exames de imagens, disse que a menina havia sofrido um "trauma leve" e receitou analgésicos.

Na manhã seguinte, depois da bebê chorar durante toda a noite, o pai da criança voltou ao hospital público e um outro médico constatou a fratura. O caso aconteceu na última semana.

Aline conta que Ágatha caiu da cama – de uma altura de 1 metro – e ela levou a bebê para o HRT. No entanto, o médico que atendeu a menina "se limitou a olhar pernas e cabeça da criança", afirma a mãe.

"Eu disse: doutor, não vai precisar de nenhum raio x? E ele falou que não, porque ela não tinha nenhum hematoma."

No prontuário consta que Ágatha teve "trauma leve, sem sinais de alarme". A orientação do pediatra foi dar um remédio pra dor – analgesia simples.

Criança de seis meses se recupera de fratura após cair da cama no
Distrito Federal

Investigação


O Conselho Regional de Medicina afirmou à reportagem que recebe cerca de 30 denúncias por mês, a maioria de pacientes que alegam ter sido mal atendidos. Em casos de suposto erro médico ou negligência, são abertas sindicâncias para apurar a conduta dos profissionais.

Segundo um dos conselheiros, Cristofer Martins, a sindicância é considerada um "procedimento prévio", que visa analisar a denúncia.

"Havendo procedência na queixa do paciente , poderá ser instaurado um processo ético-disciplinar. No processo ético, [o profissional] pode ser apenado, desde uma censura em reservado até a cassação do exercício profissional médico", explica Martins.

Criança de seis meses se recupera de fratura após cair da cama no
Distrito Federal 

Além da representação ao CRM, Aline Menezes, mãe de Ágatha, pretende registrar denúncia no Ministério Público e encaminhar o caso à Policia Civil.

De acordo com Márcio de Souza, assessor da Promotoria de Defesa dos Usuários da Saúde (Pró-vida), o pedido de exames complementares não é obrigatório, mas deve ser solicitado quando houver dúvida.

"O diagnóstico de fratura pode ser feito clinicamente e o exame complementar ia dar mais detalhes sobre o tipo de fatura, então é um exame importante, realmente", afirma Souza.


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