domingo, 19 de janeiro de 2020

MP denuncia Hospital Getúlio Vargas por cancelamento de cirurgias e falta de medicamentos

Ministério Público afirmou que falta planejamento no hospital. O diretor da unidade de saúde explicou que a levantamento não corresponde ao real número de medicamentos em falta.


Cirurgias são canceladas no HGV por falta de insumos e remédios

O Hospital Getúlio Vargas (HGV), em Teresina, está cancelando cirurgias por falta de medicamentos e insumos, quem faz a denúncia é o Ministério Público do Piauí (MP), são 702 itens em falta, o que tem prejudicado os pacientes. O diretor do hospital Gilberto Albuquerque, afirma que o dado não corresponde ao real número de medicamentos que falta.

De acordo com o promotor de justiça Eny Pontes, o MP acompanhou um caso em que uma senhora teve a cirurgia remarcada por três vezes por falta de material, a situação só foi solucionada com a intervenção do Ministério Público.

“Nós percebemos que não existe uma organização e planejamento dentro do hospital para que todos os procedimentos aconteçam, desde um planejamento de compras até a realização de processo licitatório com brevidade possível para que não tenha falta de estoque da farmácia e almoxarifado e isso acaba trazendo grande prejuízo a população”, informou.

O diretor Gilberto Albuquerque diz que o número de itens faltosos na tabela não corresponde a quantidade de medicamentos que o hospital realmente precisa e que esse sistema informa os medicamentos que faltam em todos os hospitais.

Hospital Getúlio Vargas (HGV) em Teresina

“O nosso sistema quantifica o número de itens em falta, exatamente para chamar atenção, o problema é que lá tem todos os que a Maternidade Evangelina Rosa usa que o Hospital Getúlio Vargas não sua, tem os que o Areolino de Abreu usa e nós não usamos, então se nós formos pegar essa tabela, ela diz que está faltando 700 itens, mas são itens que nós não usamos. A questão da falta de medicamento, foi uma interpretação dada, pois não se tem o conhecimento técnico de como é feita a tabela e como ela é disponibilizada pela farmácia”, disse.

O gestor afirmou que por conta do período alguns medicamentos ficaram em falta, inviabilizando os procedimentos cirúrgicos. “Nós estamos em um período difícil de conseguir insumos, pois as empresas que vendem não produzem no Piauí, elas compram de fora e a indústria farmacêutica não trabalha em dezembro, ela só começa a fornecer depois do dia 15 de janeiro”, informou.

Falta de anestesistas


Sobre a suspensão das cirurgias, o gestor disse que está relacionado aos número de anestesistas. “Nós tínhamos no Getúlio Vargas oito salas funcionando e nós abrimos para onze, só que cooperativa ainda não conseguiu suprir o número de anestesistas que precisamos. Então nosso principal problema hoje é a falta de anestesistas, o governador assumiu esse problema e garantiu que dará agilidade nisso”, informou.

O Ministério Público informou que estará aguardando que providências urgentes sejam tomadas até o decorrer da próxima semana. Se não houver melhora, o MP entrará com uma ação judicial para responsabilizar os gestores.



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