domingo, 5 de janeiro de 2020

Mãe busca respostas após bebê morrer ao levar injeção em SP

Criança morreu em setembro de 2019 após tomar uma medicação em um hospital de Guarujá, litoral paulista, e laudo sobre a causa da morte ainda não foi emitido.


Mãe afirma que não consegue seguir em frente ao filha morrer após tomar
medicação em hospital de Guarujá, SP

A mãe da bebê de nove meses que morreu, na frente dela e do pai, minutos após receber uma injeção em um hospital de Guarujá, no litoral de São Paulo, afirma que, três meses após o ocorrido, ainda não recebeu o laudo que aponta a causa da morte de sua filha. A Secretaria de Segurança Pública afirma que o tempo para a expedição dos exames depende de sua complexidade.

A autônoma Natália Souza de Oliveira, de 35 anos, relata que ainda passa por acompanhamento psicológico após o ocorrido. De acordo com ela, o laudo não foi emitido e nenhuma satisfação foi dada para sua família mesmo eles insistindo diariamente ao longo dos 90 dias após a morte de Alícia.

Depois do ocorrido, no dia 29 de setembro, a mãe afirma que autorizou a necrópsia pedindo o laudo do Instituto Médico Legal (IML). "Foi nos passado que demoraria de 30 a 60 dias, só que após esse período eu ligava lá direto e nunca estava pronto o resultado, e isso se estendeu até agora. Cada hora me falavam uma coisa. Foi um erro médico, minha filha não tinha nada que ocasionasse sua morte, a própria médica me disse depois que saíram os resultados do exame para ver se ela tinha alguma bactéria", diz.

Alicia, de nove meses, morreu após tomar uma injeção no Hospital Guarujá

A morte da criança, segundo a mãe, foi registrada como morte suspeita e a família acredita em negligência médica. "De lá pra cá não vivemos mais. Estou muito mal. Tenho uma lista de remédios psiquiátricos que tomo. Sinto apenas vontade de me dopar. Assim foi o meu fim de ano. Tenho crise de ansiedade e de pânico. Isso acabou com a minha vida", conta.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que o caso segue sendo investigado pelo 1º DP do Guarujá por meio de inquérito policial. Os laudos periciais estão em fase final de elaboração e serão analisados pela autoridade policial tão logo sejam concluídos. O tempo para a expedição dos exames, segundo a SSP, depende de sua complexidade.

"Logo após a medicação aplicada pela enfermeira ela passou mal e ficou roxa. Ela não conseguia respirar e foi aquela correria, tentaram fazer os procedimentos, mas já era tarde. Ela começou a sangrar muito e não resistiu. Eu quero a resposta de que medicação foi essa que entrou no organismo dela e a levou a óbito. Preciso desse laudo. Enquanto isso eu não conseguirei seguir em frente", finaliza a mãe.

Natália acredita que erro médico fez com que filha morresse em Guarujá, SP

Relembre o caso


bebê morreu, na frente dos pais, minutos após receber uma injeção em um hospital de Guarujá, no litoral de São Paulo. A criança foi internada no dia 25 de setembro, com quadro de febre alta. Após receber tratamento, ela apresentou melhoras e receberia alta hospitalar mas, no dia 29 de setembro, recebeu uma medicação e teve uma reação adversa, passou mal e acabou não resistindo.

Desde que foi internada, a pequena Alícia foi submetida a vários exames. Em um deles, para investigar meningite, o teste deu negativo. A criança chegou a ficar na área de isolamento, mas depois voltou para o quarto. Ao longo do tratamento, a bebê recebeu várias doses de um medicamento para combater a infecção, o mesmo que teria sido aplicado no dia em que morreu.

A tia explica que, no domingo, a menina estava bem. O problema começou quando, logo após receber a injeção na perna, a menina imediatamente ficou com ânsia de vomitar, em seguida, ficou desacordada. A tia da criança, Karina Freire, afirmou que os funcionários do hospital ficaram em pânico, tentaram socorrê-la, mas ela não resistiu.

Segundo a mãe, Alícia estava bem antes de tomar a medicação em Guarujá, SP

Erro médico


A família acredita que houve uma possível troca dos medicamentos na hora da aplicação. Karina afirmou que a família pediu o prontuário de atendimento, mas o Hospital disse que ele só seria entregue em 30 dias. O caso foi registrado no 1º DP de Guarujá e o laudo da autópsia apontou o resultado como inconclusivo. Segundo apurado pelo G1, um possível erro por parte da equipe do hospital está sendo apurado pela polícia.

Hospital não sabe explicar a morte


O diretor comercial do Hospital Guarujá, Eldis Carossi, negou que tenha havido erro médico e disse que aguarda o resultado do exame toxicológico da polícia para definir o que pode ser feito. "Para nós, não houve erro médico. A criança teve uma parada cardiorrespiratória súbita. Também estamos assustados com o que aconteceu", afirmou. Carossi disse ainda que nem a própria médica soube dizer o que causou a morte, já que a criança foi desfalecendo e não voltou mais. “Já averiguamos e não encontramos nada de errado no procedimento”.

Hospital onde a menina foi internada em Guarujá, no litoral de São Paulo 

G1

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