A morte do recém-nascido, em Ribeirão Preto, no dia 5 de janeiro de 2020, está sendo investigada pela Polícia Civil
Os pais tinham preparado o quarto para a chegada do terceiro filho |
O atestado de óbito do recém-nascido Pedro Ronaldo Muniz aponta como causa da morte a aspiração de fezes. O caso, que está sendo investigado pela Polícia Civil, ocorreu no dia 5 de janeiro de 2020 no Centro de Referência em Saúde da Mulher, a Mater de Ribeirão Preto.
A família alega que o pedido para realizar uma cesárea foi negado pela Mater. A unidade de saúde disse que está colaborando com a investigação (veja a nota completa abaixo).
De acordo com o atestado, a criança sofreu com anoxia perinatal, ou seja, falta de oxigenação no momento do parto, e teve uma aspiração maciça de mecônio, que são as fezes do feto evacuadas ainda no útero da mãe.
O documento ainda aponta que é aguardado o resultado de exames para complemento do diagnóstico.
Entenda
O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil após o pai da criança, o vendedor Ronaldo José Vicente Muniz, registrar boletim de ocorrência por suspeita de erro médico no atendimento recebido pela esposa, Elaine Rodrigues.
O comerciante afirma que a esposa havia sido diagnosticada com infecção urinária e, mesmo assim, os médicos teriam optado por realizar parto normal.
"Mesmo a minha esposa com infecção urinária, o hospital se negou a fazer a cesárea. Fizemos o último ultrassom lá e foi a Mater quem viu a infecção na sexta [dia 3 de janeiro]. Aí, quando começou mesmo o trabalho de parto, eles induziram por mais de 15 horas. Já sabendo da infecção urinária, com dor, sem condições nenhuma de ter um filho por parto normal, eles se negaram a fazer a cesárea. Quiseram ir até o último momento para custar a vida do meu filho", declarou o pai em entrevista ao ACidade ON.
Outro lado
Em nota, a secretaria estadual da Saúde, responsável pela gestão da Mater, disse que está à disposição dos familiares e autoridades para esclarecer o caso. Ainda ressaltou que segue protocolos nacionais e internacionais de atenção à gestante.
Leia a íntegra da nota:
"Todos os documentos relacionados ao óbito foram providenciados e fornecidos, bem como os esclarecimentos à família. A unidade segue à disposição dos familiares e autoridades para colaborar com as investigações, e tomará as providências cabíveis se constatada qualquer falha assistencial. A MATER informa que a paciente Elaine Rodrigues foi atendida prontamente ao dar entrada na unidade. Ela ainda não estava em trabalho de parto, que foi induzido dentro dos protocolos nacionais e internacionais de atenção à gestante, conforme conta na apuração preliminar já em andamento pela unidade. Não havia indicação médica de cesárea para seu caso e o bebê apresentava sinais vitais normais".
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