sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Mulher acusa maternidade de negligência após esperar mais de 17h por atendimento a filha grávida em Salvador

Jovem de 19 anos está no nono mês de gestação e procurou unidade de saúde após sentir dores, segundo conta mãe. Durante triagem, ela foi classificada fora de risco e não foi mais atendida.


Grávidas esperam mais de 15h por atendimento em maternidade de Salvador

Uma mulher denuncia que esperou cerca de 17 horas para conseguir atendimento para a filha, que está grávida de nove meses, na maternidade pública José Maria de Magalhães Neto, no bairro do Pau Miúdo, em Salvador.

De acordo com Arlete de Jesus Silva, ela e a filha chegaram na unidade de saúde por volta das 14h de quarta-feira (8), a jovem passou por triagem e, após isso, não apareceu ninguém para fazer o atendimento médico.

"A médica dela do pré-natal encaminhou ela para aqui porque ela tem gravidez de risco. Ela é cardíaca", disse Arlete de Jesus.

A mulher conta que a filha sentia muita dor no momento da avaliação, porém foi classificada como fora de risco. As duas passaram a noite e a madrugada no banco da sala de espera da unidade, junto com outras pacientes.

Por volta das 7h desta quinta-feira (9), uma equipe da TV Bahia esteve na maternidade e as duas seguiam no local, à espera de atendimento.

Segundo a mulher, pouco antes da equipe da TV Bahia chegar à unidade de saúde, um médico falou com as pacientes e disse que tentaria fazer outra triagem para ver quem receberia atendimento na maternidade.

A jovem foi atendida por volta das 12h. "A minha filha está sendo mandada para casa, o médico falou que ela está com o colo [do útero] baixo, mandou que ela tomasse remédio em casa. Desde ontem e eu estou indo embora hoje com ela", reclamou Arlete de Jesus.

Segundo informações da subsecretária da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Tereza Paim, a maternidade estava superlotada, mas não havia falta de médicos.

"Quando a maternidade está superlotada e esse caso aconteceu assim, ela tem uma demora um pouco maior, mas a consistência é que pacientes com a pulseira laranja ou vermelha [grávidas que precisam de mais urgência no atendimento] devem ser atendidas imediatamente e isso, às vezes, acontece de pacientes passarem na frente de outras pacientes, mas eu posso dar certeza que a equipe médica estava presente", disse a subsecretária.

Tereza Paim informou que é importante que as grávidas façam todas as etapas do pré-natal para evitar superlotação das maternidades no momento final da gravidez.

"Primeiro que a classificação das pulseiras está muito ligada a intensidade da dor [da gestante]. O verde indica que não é uma paciente que está em condição iminente de parto, mas a gente tem uma coisa que é muito importante colocar para a população que é que a gravidez não começa no parto, não é o último momento e sim o início. Quando a paciente faz o pré-natal, isso é dar atenção primária e nós temos conversado bastante com o município de Salvador porque precisamos de maternidade".

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G1


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