Daniel Freire Medeiros, filho de Arnaldo Medeiros, foi vacinado contra a Covid-19 em janeiro, como médico, apesar de ser estudante de medicina. Estagiários da área da saúde na cidade de João Pessoa, onde ele recebeu a dose, só começaram a ser imunizados no dia 5 de maio.
Daniel Medeiros e o pai, Arnaldo Medeiros.
O filho do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde furou a fila da vacinação contra a Covid-19, em João Pessoa, na Paraíba. Daniel Freire Medeiros, filho de Arnaldo Medeiros, foi vacinado em janeiro, como médico, mas é estudante de medicina.
O Ministério da Saúde alega que o jovem de 22 anos estagia em um hospital e o cadastro como médico foi um erro. Só que a prefeitura de João Pessoa iniciou apenas no dia 5 de maio a vacinação dos estagiários de saúde.
Aluno do quinto ano da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba, Daniel recebeu as duas doses da vacina Oxford/Astrazeneca no posto do Hospital São Vicente, segundo o Portal da Transparência da prefeitura de João Pessoa. No sistema, está sinalizado que o jovem é médico.
O Ministério da Saúde enviou à CBN três declarações de que Daniel realizou estágio observador na unidade em que foi vacinado, o que, segundo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, o colocaria no público prioritário da campanha. Só que a prefeitura de João Pessoa ainda não havia iniciado, em janeiro, a imunização dos estagiários de saúde. Esse público começou a ser vacinado em 5 de maio, quando estudantes do último ano de faculdade puderam ir aos postos.
Procurada, a prefeitura de João Pessoa alegou que houve um erro de digitação ao registrar Daniel como médico na lista dos imunizados e não explicou o fato de ele estar fora do calendário de prioridades, à época. "Daniel foi vacinado enquanto interno de medicina, o digitador na época que digitou por não ver a opção de interno acabou colocando médico por achar a nomenclatura mais próxima da que estava nos registros”, diz a nota.
Arnaldo Medeiros assumiu a Secretaria de Vigilância em Saúde no início de junho do ano passado, no lugar de Wanderson Oliveira. O órgão é responsável por acompanhar a disseminação do coronavírus no país e pelas ações de prevenção.
A reportagem da CBN não conseguiu localizar Daniel, mas entrou em contato com a mãe dele, mulher do secretário, e ainda não recebeu retorno.
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