Dalva Olímpio, 44 anos, procurou a reportagem do ac24horas para denunciar um suposto caso de negligência médica, que resultou na morte do seu neto na manhã de segunda-feira, 29, no Hospital Santa Juliana, em Rio Branco.
De acordo com a avó do recém nascido, que infelizmente nasceu sem vida, a sua filha, Vanessa Olimpio, compareceu a Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, há cerca de 12 dias com sintomas de Covid-19, porém, nos últimos 4 dias acabou apresentando dores e inchaços.
Na última semana, Vanessa começou a sentir contrações que antecedem o parto, no entanto, os médicos informaram à família que não havia leito disponível para a paciente, apenas para o bebê. Dalva relatou que o incidente mais grave ocorreu na manhã de segunda, quando foi detectado que o bebê havia ido a óbito ainda na barriga de Vanessa. “Até às 11h o bebê ainda estava com vida, depois, já no Santa Juliana, as enfermeiras, depois de um novo exame, informaram que a criança já estava morta”, declarou.
Após a descoberta da morte da criança, os médicos do Hospital Santa Juliana realizaram a retirada do corpo do recém nascido, porém, Vanessa acabou sendo internada em um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave.
Bastante revoltada com o episódio que desencadeou na morte do neto, Dalva contou que na maternidade houve negligência, haja vista que, os médicos relataram que Vanessa havia apresentado problemas no coração, o que ocasionou no motivo da demora para realização da cesariana. “A minha filha não tem problema de coração, ela fez uma cirurgia no ano passado e sempre faz exame e não dá nada. “Ela tá toda inchada, com muita água, tá deformada”, explicou.
A mãe de Vanessa, afirmou que assim que for realizado os trâmites burocráticos para o sepultamento do neto, deverá efetuar uma denúncia no Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC). “Assim que acalmar a situação, vou tomar as providências cabíveis. Mas, foi negligência lá da maternidade”, destacou.
Governo explica a situação
A gerente de assistência do Sistema assistencial da Saúde da Mulher e da criança (Sasmc), Suane Souza, conversou com a reportagem e explicou o ocorrido. Segundo ela, as declarações de uma suposta negligência médica contada pela família não procedem.
Suane, ao analisar o prontuário médico, disse que Vanessa foi regulada e passava por exames regularmente. Porém, a gerente disse que a paciente tinha ciência que sua gravidez era de risco, além disso, ela realiza tratamento de Sífilis e Síndrome de Hellp – hemólise, enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas, que se desenvolve normalmente antes da 37ª semana de gravidez, mas pode ocorrer logo após o parto. Muitas mulheres são diagnosticadas com pré-eclâmpsia anteriormente. “A gravidez foi complicada. Antes da gravidez ela fez uma miomectomia e já havia indicação de cesariana. Os médicos estavam investigando insuficiência cardíaca e ainda estava com pneumonia, todas essas patologias agravaram a situação.
Depois de analisar as patologias de Vanessa, a responsável pelo setor explicou que a demora para fazer a cesárea ocorreu devido a paciente não apresentar estabilidade para o procedimento cirúrgico. “A obstetra garantiu que ela sempre teve noção do caso de saúde dela, não faltou assistência para ela. Para fazer a cirurgia ela precisava estar estável”, ressaltou.
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