Em áudios após o procedimento e divulgados pela família, Maria Jandimar Rodrigues diz que não se lembra da imagem, mas que está sentindo muita dor e tendo perda de liquido no local da cirurgia.
Vídeo mostra vítima de hidrolipo sendo operada sem anestesia
A família da diarista Maria Jandimar Rodrigues - que morreu na sexta-feira (17), após se submeter a uma hidrolipo -, divulgou um vídeo e alguns áudios em que a vítima aparece se debatendo durante o procedimento. Nos áudios, Maria conversa com uma funcionária da clínica, diz não se lembrar do momento e revela estar sentindo muita dor.
“Caramba! Não lembrava de ter ficado assim”, diz em um áudio.
“Isso foi o início, você ainda piorou. Foi difícil manter você na maca. Você começou a gritar, a gente achou que você estava sentindo alguma coisa. A gente já botou anestesia e tudo mais. E você continuava gritando, gritando, gritando. Aí até que a gente viu que você não respondia quando a gente falava com você”, respondeu a funcionária.
Maria Jandimar, de 39 anos, passou por dois procedimentos no local: ela retirou gordura das costas, no dia 10 de dezembro, e durante o qual foram gravadas as imagens do vídeo acima.
E uma hidrolipo na barriga na sexta-feira (17), a qual não resistiu e morreu.
Médico diz que só ia pedir táxi para a vítima
Ao perceber que Maria estava passando mal, o médico que a operou, o colombiano Brad Alberto Castrillon, tentou fugir do local, mas foi impedido por um dos seguranças do shopping.
“Eu falei: cara, tuia fugir? Não, eu estava chamando um táxi para levar ela”, contou o marido da vítima, Wagner Rodrigues, sobre o diálogo que teve com o médico.
A família de Maria contou ainda que ela fez os exames pedidos pela clínica, antes do procedimento, e que ela gastou cerca de R$ 5 mil no procedimento.
Polícia interdita a clínica
A Polícia Civil interditou neste sábado (18), a clínica que funciona em um centro comercial no Carioca Shopping, na Zona Norte do Rio, até a realização da perícia no local.
O médico Brad Castrillon foi levado para a delegacia de Vicente de Carvalho, onde ficou em silêncio e foi liberado após apresentar a documentação da clínica.
A Polícia Civil disse que o local estava com a documentação em dia e que o médico tinha habilitação pra fazer esse tipo de procedimento.
De acordo com investigadores, o médico apresentou um certificado de cirurgião plástico, que é quem tem autorização para fazer hidrolipo.
A família esteve no Instituto Médico Legal neste sábado (18) para fazer o reconhecimento do corpo. Eles contaram que Maria era uma mulher vaidosa e conheceu o médico por indicação de amigas.
A Polícia Civil investiga o caso e aguarda os exames do IML pra saber qual foi a causa da morte.
“Eu quero justiça, né? Que esse médico pague. Queremos que ele pague por tudo que ele está fazendo aí”, disse o marido de Maria.
O g1 entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) para saber se o procedimento de hidrolipo pode ser realizado em clínicas estéticas ou apenas em hospitais, e foi informado de que, quando tomar conhecimento do assunto, irá apurar o caso.
O shopping disse que se solidariza com a família da vítima e que está colaborando com as autoridades. Informou ainda "não ter qualquer relação com o prédio comercial e as empresas ali instaladas".
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