domingo, 22 de agosto de 2021

Bebê de 5,6 kg morre após parto no banheiro de hospital e família denuncia médico em MT

 

O corpo foi exumado para saber se o bebê sofreu fraturas durante o parto e qual a causa da morte, já que no atestado de óbito consta que ele morreu por hemorragia pulmonar.


O pai do bebê, Victor Malu, sua mulher, Isabel Raúl Có


O corpo de um bebê que morreu cinco dias após o parto, em Cáceres, a 217 km de Cuiabá, foi exumado nesta quinta-feira (19) para apurar a denúncia de negligência médica feita pelos pais da criança, que vieram de Guiné-Bissau, na África.

O bebê nasceu no dia 10 de agosto e, após ficar 5 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz, não resistiu e acabou falecendo. O bebê tinha 5,690 kg.

O Hospital São Luiz informa que até o momento não foi notificado sobre o caso. Segundo os registros da unidade, o médico é profissional contratado pela própria paciente, que teve acesso à unidade para prestar serviços particulares.

"O HSL lamenta a perda da família e segue à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários".

Conforme o pai do bebê, Victor Malu, sua mulher, Isabel Raúl Có, em nenhuma das sete ultrassonografias realizadas pelo médico, que também foi responsável pelo parto, havia a informação sobre o tamanho do bebê.

Quando a mulher sentiu as primeiras contrações, o casal foi orientado pelo médico a seguir para o hospital.

Hospital São Luiz, em Cáceres


O médico então teria insistido na realização do parto normal, mas a mulher não conseguia. Após furar a bolsa, o médico, segundo o pai, teria ido para um computador, enquanto uma enfermeira levou a mãe para o banheiro, na tentativa de que, com água quente, o parto fosse realizado.

Depois de mais de 1h, Victor viu quando a cabeça do bebê saiu e, só então, o médico saiu do computador para realizar o parto, ainda no banheiro.

“Tentaram fazer o parto no banheiro. O médico puxou o bebê pelo pescoço. O bebê nasceu com problema, quase morto, e também teve o braço esquerdo fraturado. Perdemos esse bebê por falta de respeito, falta de consideração e, talvez, por racismo. Queremos justiça e que isso nunca mais aconteça com outra pessoa”, disse ele.

Policiais civis da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher participou da exumação do corpo. A criança morreu por hemorragia pulmonar. A unidade policial investiga se houve negligência médica.

O casal registrou ocorrência na delegacia da mulher e a delegada Judá Marcondes requisitou perícias técnicas e a exumação do corpo do bebê para verificar se houve fraturas no corpo e a real causa da morte.

As provas estão sendo colhidas, depoimentos estão sendo tomados e, em breve, o inquérito policial será encerrado com intuito de apurar se houve negligência médica e com a devida conclusão dos autos.






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