O corpo foi exumado para saber se o bebê sofreu fraturas durante o parto e qual a causa da morte, já que no atestado de óbito consta que ele morreu por hemorragia pulmonar.
O pai do bebê, Victor Malu, sua mulher, Isabel Raúl Có
O corpo de um bebê que morreu cinco dias após o parto, em Cáceres, a 217 km de Cuiabá, foi exumado nesta quinta-feira (19) para apurar a denúncia de negligência médica feita pelos pais da criança, que vieram de Guiné-Bissau, na África.
O bebê nasceu no dia 10 de agosto e, após ficar 5 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz, não resistiu e acabou falecendo. O bebê tinha 5,690 kg.
O Hospital São Luiz informa que até o momento não foi notificado sobre o caso. Segundo os registros da unidade, o médico é profissional contratado pela própria paciente, que teve acesso à unidade para prestar serviços particulares.
"O HSL lamenta a perda da família e segue à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários".
Conforme o pai do bebê, Victor Malu, sua mulher, Isabel Raúl Có, em nenhuma das sete ultrassonografias realizadas pelo médico, que também foi responsável pelo parto, havia a informação sobre o tamanho do bebê.
Quando a mulher sentiu as primeiras contrações, o casal foi orientado pelo médico a seguir para o hospital.
Hospital São Luiz, em Cáceres
O médico então teria insistido na realização do parto normal, mas a mulher não conseguia. Após furar a bolsa, o médico, segundo o pai, teria ido para um computador, enquanto uma enfermeira levou a mãe para o banheiro, na tentativa de que, com água quente, o parto fosse realizado.
Depois de mais de 1h, Victor viu quando a cabeça do bebê saiu e, só então, o médico saiu do computador para realizar o parto, ainda no banheiro.
“Tentaram fazer o parto no banheiro. O médico puxou o bebê pelo pescoço. O bebê nasceu com problema, quase morto, e também teve o braço esquerdo fraturado. Perdemos esse bebê por falta de respeito, falta de consideração e, talvez, por racismo. Queremos justiça e que isso nunca mais aconteça com outra pessoa”, disse ele.
Policiais civis da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher participou da exumação do corpo. A criança morreu por hemorragia pulmonar. A unidade policial investiga se houve negligência médica.
O casal registrou ocorrência na delegacia da mulher e a delegada Judá Marcondes requisitou perícias técnicas e a exumação do corpo do bebê para verificar se houve fraturas no corpo e a real causa da morte.
As provas estão sendo colhidas, depoimentos estão sendo tomados e, em breve, o inquérito policial será encerrado com intuito de apurar se houve negligência médica e com a devida conclusão dos autos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário