Pâmela Sales Braga relatou que desde marça do ano passado não consegue realizar atividades cotidianas e já passou por três cirurgias,mas continua sem um diagnóstico
Após mais de um ano de uma gaze esquecida durante uma cesárea de emergência na maternidade de São Carlos (SP), Pâmela Sales Braga convive com dores diárias que a impedem de viver uma rotina normal. Sem um diagnóstico, ela aponta diversos erros médicos e negligência em seu tratamento.
Foi no dia 19 de março de 2020 que a vida da são-carlense mudou. Ela se preparava para um parto de emergência em decorrência do descolamento da placenta. A cirurgia correu bem e sua filha, a pequena Maria, nasceu saudável. Após dez dias, seu pesadelo começou.
"Passados os dias, procurei o posto para tirar os pontos da cesárea e fui informada que não poderia estar tirando porque tinha alguma coisa de errado em meu abdômen. Na maternidade, passei por um ultrassom e ficou constatado que tinha um corpo estranho no meu abdômen. No mesmo dia entrei em sala de cirurgia para fazer uma reabordagem, onde foi constatada que tinha uma gaze de aproximadamente 9 centímetros", contou.
No dia 30 de março, Pâmela fez sua segunda cirurgia para retirada do material. Após dez dias, voltou para tirar os pontos e foi impedida novamente com a mesma justificativa. Ela decidiu ir até a maternidade e fez exames que apontaram aderência em seu abdômen.
Mais dez dias e outra cirurgia. Desta vez, segundo o relato, os médicos aproveitaram o procedimento e retiraram seu apêndice, mas ela só foi informada quando a cirurgia foi terminada. Em 20 dias foram três procedimentos.
"Além de tudo que aconteceu, durante essa terceira cirurgia com o bisturi me deram um corte no intestino. Isso tudo fui informada depois da cirurgia e depois que eu estava no quarto", disse a mãe.
Após alguns dias, a situação foi piorando ainda mais na vida de Pâmela e persiste desde então. A vendedora não conseguiu retomar sua rotina e tem problemas até para realizar tarefas básicas do cotidiano.
"Eu tentei voltar a uma rotina normal, mas infelizmente nem coisas básicas como espirrar e tossir não consigo, nunca mais voltei a ter uma rotina normal", contou.
Após atendimento hospitalar, foi detectada uma mancha e, seu abdômen. Ela ficou aguardando leito para realizar a cirurgia que poderia resolver seu problema, mas acabou sendo mandada de volta para a casa por falta de leito para procedimentos eletivos.
Pâmela conta que planejou sua gravidez com muito carinho e não via a hora de brincar com sua filha, mas que após mais de um ano não consegue. Por conta de todo o sofrimento e a situação caracterizada por ela como negligência médica, a vendedora decidiu judicializar o caso e processar a maternidade.
"A gente planeja, fica na expectativa. Por conta de um erro que passou lá atrás, estou pagando até hoje. Fiquei desempregada, estou vivendo em uma situação muito complicada e preciso de um respaldo. Estou pagando por um erro deles e que foi cometido no ano passado e nada de uma posição concreta do que está acontecendo comigo", relatou.
Agora, seu único desejo é ter de volta sua vida como era antes, sem dores e na ativa. "O que eu espero é voltar a ter minha vida como tinha antes. Poder trabalhar, cuidar os meus filhos. Se for caso de cirurgia, que realmente seja feita, e se não for que venham investigar melhor o que está acontecendo comigo. Continuar sendo medicada em pronto atendimento não me atende mais", completou.
"A Santa Casa informa que a paciente recebeu todos os cuidados no período em que ficou internada na Maternidade e que todo o atendimento respeitou as boas práticas médicas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário