segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Polícia quer confirmar que remédios foram dados para paciente que morreu após estupro em UTI

Segundo delegado, mais de 50 itens foram solicitados em laudos pedidos aos institutos Médico Legal e de Criminalística. Previsão é de que inquérito sobre a morte da jovem em Goiânia dure mais 30 dias.


Susy Nogueira, de 21 anos, morreu em hospital de Goiânia e existe uma investigação sobre a causa da morte dela

A Polícia Civil quer saber quais foram os medicamentos aplicados na estudante Susy Nogueira, de 21 anos, que foi estuprada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Goiânia, e morreu dias depois. Segundo o delegado, Washington da Conceição, este foi um dos cerca de 50 itens solicitados em laudos aos institutos Médico Legal (IMl) e de Criminalística.

Confrontar se os medicamentos apontados nos prontuários médicos da jovem foram os realmente utilizados, enquanto ela esteve por dez dias no Hospital Goiânia Leste, é uma das peças que a polícia espera para concluir o laudo que investiga a causa morte da paciente.

“Fizemos uma série de questionamento ao IML, inclusive sobre a causa da morte que foi apontada como embolia pulmonar. A gente já sabia, porque o laudo do SVO [Serviço de Verificação de Óbito] já tinha dado isso. A gente pediu um parecer dos legistas que possa indicar o que causou esta embolia”, comentou Washington da Conceição.

Ainda segundo ele, foi montada, pelo próprio IML, uma comissão de médicos legistas para acompanhar o caso da Susy.

O delegado disse que pediu à Justiça o prolongamento do prazo para concluir as investigações e acredita serem necessários, pelo menos, mais 30 dias, isso se receber o resultado de todos os laudos solicitados.

“Nós ouvimos mais de 50 pessoas e enviamos os depoimentos dos médicos que atenderam a Suzy para o IML para que haja um confronto com a análise deles, inclusive nesta questão dos medicamentos. Queremos saber se tem a possibilidade de verificar se os remédios foram usados corretamente. É um laudo amplo, que demanda tempo”, informou o delegado.

Há uma expectativa quanto ao resultado do exame toxicológico, já que as vísceras da jovem foram levadas ao IML após o corpo ter passado pela funerária, onde teria sido feita a aplicação do formal. O corpo de Susy teve que ser retirado do velório e levado ao instituto, momento em que a família tomou conhecimento do estupro sofrido pela jovem na UTI.

De acordo com o gerente do IML de Goiânia, o médico-legista Marcellus Arantes, os laudos devem ficar prontos nos próximos 35 dias. “Só com esses resultados em mãos é que poderemos dar qualquer posicionamento sobre o assunto”, afirmou.

Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos morreu após ser estuprada em hospital de Goiânia

Na semana passada, o advogado da família da jovem, Darlan Alves Ferreira afirmou que o legista contratado pela família para fazer o laudo apontou que um erro médico causou a embolia. De qualquer forma, ele espera a análise do IML.

“A embolia foi causada porque o médico perfurou a traqueia dela, houve sangramento, o sangue foi para o pulmão e houve a embolia”, disse ao G1.

A empresa responsável pela UTI do Hospital Goiânia Leste informou, em nota, que, “em respeito aos familiares e à memória da paciente não comentará o resultado dos exames realizados pelo IML, pois não tive acesso ao laudo. Disse ainda que continuamos a disposição das autoridades”.

Já o Hospital Goiânia Leste informou que "está acompanhando o caso com muita presteza, mas só poderá se manifestar após ter conhecimento do laudo pericial. Afirmou também que continua à disposição dos familiares e das autoridades".

Segundo as polícia, imagens mostram abuso sexual por parte de técnico de enfermagem

Outras respostas esperadas


Duas análises solicitadas pelo IML ao Instituto de Criminalística já foram concluídas. A primeira delas, confirmou através de DNA que as vísceras enviadas ao instituo eram de Susy e o outro que descartou a presença espermatozoides no corpo dela.

Entre os laudos pedidos o pelo delegado também há um para a verificação das imagens gravadas dentro da UTI, que inclusive captaram o estupro que resultou na prisão do técnico de enfermagem Ildson Custódio Bastos. Ele nega que tenha cometido o crime.

De acordo com o gerente do Instituto de Criminalista, Antônio Carlos Chaves, as imagens já estão sendo avaliadas pela sessão de informática da Polícia Técnico Científica. A previsão é que o laudo fique prontos em 15 dias.

“Estamos avaliando se houve alguma supressão de imagem ou manipulação de arquivo, pois há nas gravações algumas interrupções, já que a informação é de que elas eram feitas a partir de um detector de movimento. Vamos verificar se realmente é isso”, informou Chaves.




Nenhum comentário:

Postar um comentário