Segundo delegado, mais de 50 itens foram solicitados em laudos pedidos aos institutos Médico Legal e de Criminalística. Previsão é de que inquérito sobre a morte da jovem em Goiânia dure mais 30 dias.
Susy Nogueira, de 21 anos, morreu em hospital de Goiânia e existe uma investigação sobre a causa da morte dela |
A Polícia Civil quer saber quais foram os medicamentos aplicados na estudante Susy Nogueira, de 21 anos, que foi estuprada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Goiânia, e morreu dias depois. Segundo o delegado, Washington da Conceição, este foi um dos cerca de 50 itens solicitados em laudos aos institutos Médico Legal (IMl) e de Criminalística.
Confrontar se os medicamentos apontados nos prontuários médicos da jovem foram os realmente utilizados, enquanto ela esteve por dez dias no Hospital Goiânia Leste, é uma das peças que a polícia espera para concluir o laudo que investiga a causa morte da paciente.
“Fizemos uma série de questionamento ao IML, inclusive sobre a causa da morte que foi apontada como embolia pulmonar. A gente já sabia, porque o laudo do SVO [Serviço de Verificação de Óbito] já tinha dado isso. A gente pediu um parecer dos legistas que possa indicar o que causou esta embolia”, comentou Washington da Conceição.
Ainda segundo ele, foi montada, pelo próprio IML, uma comissão de médicos legistas para acompanhar o caso da Susy.
O delegado disse que pediu à Justiça o prolongamento do prazo para concluir as investigações e acredita serem necessários, pelo menos, mais 30 dias, isso se receber o resultado de todos os laudos solicitados.
“Nós ouvimos mais de 50 pessoas e enviamos os depoimentos dos médicos que atenderam a Suzy para o IML para que haja um confronto com a análise deles, inclusive nesta questão dos medicamentos. Queremos saber se tem a possibilidade de verificar se os remédios foram usados corretamente. É um laudo amplo, que demanda tempo”, informou o delegado.
Há uma expectativa quanto ao resultado do exame toxicológico, já que as vísceras da jovem foram levadas ao IML após o corpo ter passado pela funerária, onde teria sido feita a aplicação do formal. O corpo de Susy teve que ser retirado do velório e levado ao instituto, momento em que a família tomou conhecimento do estupro sofrido pela jovem na UTI.
De acordo com o gerente do IML de Goiânia, o médico-legista Marcellus Arantes, os laudos devem ficar prontos nos próximos 35 dias. “Só com esses resultados em mãos é que poderemos dar qualquer posicionamento sobre o assunto”, afirmou.
Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos morreu após ser estuprada em hospital de Goiânia |
Na semana passada, o advogado da família da jovem, Darlan Alves Ferreira afirmou que o legista contratado pela família para fazer o laudo apontou que um erro médico causou a embolia. De qualquer forma, ele espera a análise do IML.
“A embolia foi causada porque o médico perfurou a traqueia dela, houve sangramento, o sangue foi para o pulmão e houve a embolia”, disse ao G1.
A empresa responsável pela UTI do Hospital Goiânia Leste informou, em nota, que, “em respeito aos familiares e à memória da paciente não comentará o resultado dos exames realizados pelo IML, pois não tive acesso ao laudo. Disse ainda que continuamos a disposição das autoridades”.
Já o Hospital Goiânia Leste informou que "está acompanhando o caso com muita presteza, mas só poderá se manifestar após ter conhecimento do laudo pericial. Afirmou também que continua à disposição dos familiares e das autoridades".
Segundo as polícia, imagens mostram abuso sexual por parte de técnico de enfermagem |
Outras respostas esperadas
Duas análises solicitadas pelo IML ao Instituto de Criminalística já foram concluídas. A primeira delas, confirmou através de DNA que as vísceras enviadas ao instituo eram de Susy e o outro que descartou a presença espermatozoides no corpo dela.
Entre os laudos pedidos o pelo delegado também há um para a verificação das imagens gravadas dentro da UTI, que inclusive captaram o estupro que resultou na prisão do técnico de enfermagem Ildson Custódio Bastos. Ele nega que tenha cometido o crime.
De acordo com o gerente do Instituto de Criminalista, Antônio Carlos Chaves, as imagens já estão sendo avaliadas pela sessão de informática da Polícia Técnico Científica. A previsão é que o laudo fique prontos em 15 dias.
“Estamos avaliando se houve alguma supressão de imagem ou manipulação de arquivo, pois há nas gravações algumas interrupções, já que a informação é de que elas eram feitas a partir de um detector de movimento. Vamos verificar se realmente é isso”, informou Chaves.
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