De acordo com a Justiça de Mato Grosso do Sul, Alberto Rondon fazia cirurgias plásticas sem habilitação específica. 14 mulheres o denunciaram. A defesa disse que vai recorrer.
Ex-médico e ex-deputado estadual foi preso pela Polinter |
O ex-médico Alberto Jorge Rondon, preso nesta quarta-feira (23), na casa dele, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande, foi levado para a realização de exames no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) e depois encaminhado para o presídio da capital.
De acordo com o delegado Luís Tomaz de Paula Ribeiro, Rondon disse no momento da prisão que ficou sabendo da decisão da Justiça no dia anterior e estava em Campo Grande para se consultar com um médico porque teria passado mal.
O ex-médico foi detido um dia após o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais de Campo Grande, Mário José Esbalqueiro Júnior, determinar a prisão dele. Ele foi condenado a 13 anos e 6 meses de prisão em regime fechado por lesão corporal dolosa grave contra dezenas de mulheres que foram submetidas a cirurgias plásticas e o denunciaram pelo resultado desastrosos dos procedimentos.
A advogada de defesa de Rondon, Luciana Abou Ghattas, disse ao G1 que vai recorrer. Segundo ela, o ex-médico é acometido por várias doenças e o objetivo é converter a pena em prisão domiciliar ou uso de tornozeleira eletrônica.
O juiz da 1ª Vara de Execuções Penais de Campo Grande, Mário José Esbalqueiro Júnior, determinou nesta terça-feira (22) a prisão do ex-médico. Em sua decisão, o juiz comenta que a defesa do ex-médico já tinha apontado que ele possui graves problemas de saúde, que poderiam levá-lo a morte como: diabetes, hipertensão, dislipidemia e depressão.
No entanto, o magistrado pontuou que apesar de robustas provas do estado de saúde de Rondon, elas não indicam que o condenado não poderia continuar o tratamento no interior do sistema penal e que, portanto, determinou a expedição do mandato de prisão do condenado.
O caso
Na denúncia do Ministério Público Estadual (MP-MS) que levou a condenação, constava que Rondon trabalhava, a partir de 1999, sem habilitação de especialista em cirurgia plástica.
A partir de 2000, começaram a surgir as denúncias contra ele. As pacientes, a maioria submetida a plástica nos seios, denunciaram que os procedimentos deixaram cicatrizes.
A condenação inicial de Rondon na primeira instância foi de 42 anos e 6 meses de prisão, em meados de maio de 2011. A defesa recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e depois ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em meio aos recursos, o condenado permaneceu em liberdade.
Em dezembro de 2018, o STJ certificou o trânsito em julgado das condenações, com a imposição de uma pena de prisão de 13 anos e 6 meses em regime fechado.
Ex-médico Alberto Rondon é condenado a 42 anos de prisão por erros em cirurgias em MS |
G1
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