Moça de 17 anos teve um bebê via cesárea e afirma que teria passado por um segundo procedimento cirúrgico para corrigir "erros" do primeiro; Hospital Nossa Senhora Auxiliadora nega e afirma que ocorreu uma "complicação decorrente da primeira cirurgia"
Boletim de Ocorrência registrado no último dia 8. |
Uma jovem de 17 anos, que teve bebê no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora no início de outubro, enviou um vídeo à redação do Perfil News reclamando de mau atendimento e de um procedimento que teria sido feito pós-parto para conter uma "hemorragia e tirar resto da placenta".
B.F.C.S passou por uma cesárea no dia 2 de outubro. "Precisei fazer a cirurgia porque o nenê estava sentado e não nasceria normal", contou, no vídeo.
Entretanto, enquanto estava na mesa de cirurgia, ela conta que ouvia o médico responsável pelo procedimento falando palavras bastante duras. "Ficava maldizendo, falando 'desgraçado', 'capeta', essas coisas. E eu repreendendo na minha cabeça, porque ele ia segurar uma criança", contou.
Dois dias depois do parto, B. conta que notou que a barriga estava inchada e sentia dores. "Eu falei para a médica, mas ela zombou de mim, dizendo que era gases, e ainda me perguntou 'quem manda querer cesárea?'. Eu respondi que eu não quis a cesárea, mas o bebê estava sentado", lembra.
Segundo B., as enfermeiras insistiram com a médica para que ela investigasse a dor e ela enviou B. para um ultrassom. "Lá, descobriram que tinha ficado resto de placenta e uma bolsa de sangue na minha barriga e me mandaram para outra cirurgia", conta.
De acordo com a jovem, os profissionais que se preocuparam com ela eram internos. "Só aqueles que estavam ali para aprender me trataram bem, os outros não estavam nem aí", disse.
Hoje a jovem está bem, mas afirma que decidiu levar sua história a público para que outras mães não enfrentem a mesma situação.
No último dia 8 a jovem e seu pai registraram um boletim de ocorrência por "lesão corporal culposa". No histórico da ocorrência eles dizem que a moça teria sido submetida a uma segunda intervenção cirúrgica devido a um "provável erro da parte dos obstetras" e que no documento "Resumo e Orientações de Alta" constava que a jovem teria sido submetida a um parto normal, o que não seria verdade.
A RESPOSTA DO HOSPITAL
O Perfil News encaminhou o vídeo à assessoria de imprensa do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Por meio da agência, a entidade nega que tenha havido erro na cirurgia de cesárea e afirma que ocorreu um "sangramento normal, hematoma na cavidade abdominal, diagnóstico pelo ultrassom".
Ainda segundo a assessoria de imprensa, seria uma consequência do "risco da complicação decorrente da cirurgia cesárea". "Ela voltou ao centro cirúrgico para lavagem da cavidade abdominal", continua.
O Hospital diz que ela faz "acusações muito sérias" e que todos os procedimentos foram explicados à família. "Sobre o vídeo gravado, não é verdade sobre 'restos cirúrgicos'. Isso não procede", conclui.
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