quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Mulher denuncia hospital após encontrar gazes esquecidas no próprio útero

Paciente teve filho no Hospital Regional de Ceilândia em 1º de outubro. Vinte dias depois, descobriu compressas deixadas dentro do canal vaginal dela


Uma mulher de 21 anos, moradora do P Norte, denunciou o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) por suposto erro médico. No início do mês, a jovem deu à luz um menino na unidade de saúde. Nesta semana, no entanto, ela descobriu um bolo de gazes esquecidas no próprio útero. A paciente recorreu à 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), onde registrou um boletim de ocorrência contra a maternidade do HRC.

A jovem, que trabalha como comerciária, teve o bebê por parto normal, em 1º de outubro. No dia seguinte, a paciente e a criança receberam alta médica. Alguns dias depois, ela relatou à família que sentia cólicas, mas, por se tratar do primeiro filho, acreditou que seria uma sensação normal. 

Na segunda-feira (21/10), enquanto ia ao banheiro, ela percebeu que havia uma linha saindo do canal vaginal. Ao puxá-la, a jovem encontrou um bolo de gazes de coloração preta, devido ao tempo de absorção do sangue. Nesta terça-feira (22/10), a comerciária esteve no Centro de Saúde nº 3 de Ceilândia Sul para saber se havia outros itens "deixados" no abdômen dela. Depois de ser liberada, a paciente se dirigiu à 15ª DP, onde registrou ocorrência. Apesar do trauma, mãe e filho passam bem.

Apuração


Para o pai da jovem, Jonas Marques, 47, o caso representou negligência. “Se fosse uma cesariana, poderia dar uma infecção. O marido estava com ela, mas ninguém desconfiou. Ficamos assustados com uma situação dessas”, comentou. “Ainda queremos saber qual é o motivo para fazerem isso. É um erro que não se pode cometer. Custa a vida de uma pessoa.

Jonas também fez menção a casos semelhantes: “Vi várias reportagens em que isso acontece. O filho vai para casa e a mãe fica no hospital. A gente nunca imagina que isso possa acontecer conosco. Nossas vidas estão nas mãos da equipe de saúde. Depois que deitamos na maca, não pode ter uma falha dessas”, criticou o pai da paciente. 

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que a direção do HRC lamenta o ocorrido e se coloca "à disposição da paciente e seus familiares”. A pasta também comunicou que o fato "está sendo apurado administrativamente". "O parto da paciente não teve intercorrência e, no dia posterior, mãe e bebê tiveram alta", completa o texto. 

A linha de investigação do caso ainda será definida pela Polícia Civil. A vítima foi encaminhada para exames no Instituto de Medicina Legal (IML) e o caso será apurado pela 15ª DP.

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