Mulher faz tratamento na Unacon do HGR; Sesau diz que unidade cumpriu protocolo
Uma paciente com câncer, que não quis se identificar, procurou a redação do Roraima em Tempo na tarde dessa quarta-feira (9) para denunciar que foi vítima de negligência médica na Unidade de Assistência em Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), localizada no Hospital Geral de Roraima (HGR).
Segundo ela, que estava com suspeita de catapora, tinha uma consulta de rotina marcada para avaliação de exames e medicação, mas deixou de ser atendida devido ao prognóstico da médica responsável, que se recusou a atendê-la.
"Marquei a minha consulta na Unacon e chegando a médica não quis me atender, sendo que preciso da receita para tomar o Glivec e eu trouxe alguns exames para ela olhar. Preciso voltar ao tratamento em Roraima, mas para isso é necessário a consulta", relatou a paciente.
De acordo com a mulher, a justificativa da médica foi de que a paciente estava com catapora e deveria deixar o local para não prejudicar outros pacientes. A mulher citou ainda que a profissional não chegou nem a conversar com ela ou mesmo realizar exames para chegar ao diagnóstico correto.
"Eu só gostaria de poder fazer meu tratamento médico. Será que não posso? Mesmo se eu tivesse com catapora, ela [médica] poderia pelo menos olhar e confirmar se era isso realmente. Eu como paciente em tratamento fiquei indignada com essa situação", explicou, ao acrescentar que isso é negligência médica.
A denunciante relatou que após o ocorrido teve que ir até o Pronto Atendimento do HGR para ser avaliada por outro médico, sendo descartada a possibilidade de catapora, após exames. O diagnóstico apontou que ela estava com piodermite, infecção não contagiosa.
"Fui à emergência do HGR, graças a Deus achei um médico humano que me atendeu e me passou os antibióticos certos para eu tomar. E o da quimioterapia, quem vai passar?", contestou a paciente.
OUTRO LADO
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e foi informada de que a Unacon cumpriu o protocolo de atendimento para casos suspeitos de doenças com alta potencialidade de transmissão, como é o caso da catapora.
"Nesse caso, a paciente foi orientada que no ambulatório da Unacon existem muitos pacientes imunodeprimidos pelo câncer e que pelo risco de contágio a todos, o mais apropriado é ela permanecer em sua residência até a resolução deste quadro", citou a Pasta.
No caso da denunciante citada pela reportagem, a Sesau informou que ela foi orientada a remarcar a consulta, quando receberia o tratamento e orientações necessárias à neoplasia.
"A paciente ainda solicitava atestado médico para catapora, o que não é fornecido pela Unacon, a qual fornece apenas atestados relacionados a câncer. E em caso de necessidade de tratamento ou atestado para catapora foi orientada a procurar o serviço de pronto atendimento, que é o local para esta situação", finalizou a nota enviada à redação.
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