sábado, 4 de julho de 2015

600 pessoas podem ficar sem quimioterapia no Huoc

Viviane Ferreira já está sem quimioterapia/ Sergio Bernardo/ JC Imagem
Viviane Ferreira, com segundo câncer de mama, já está sem quimioterapia/ Sergio Bernardo/ JC Imagem

O desabastecimento da farmácia do Centro de Oncologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no Recife, que já está comprometendo o tratamento de mulheres com câncer de mama, pode afetar um total de 600 pessoas, com todo tipo de tumor. Médicos do serviço ameaçam parar o atendimento por completo até o próximo dia 10 de julho se não houver solução urgente. Eles alegam que 80% dos remédios estão zerados, o que prejudica 600 pessoas com diferentes tipos de tumor.
 
Nesta sexta-feira (03/07)  fizeram uma reunião e estão produzindo um documento para encaminhar ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina. Faltam materiais e cirurgiões. A coordenadora do CEON, Carla Limeira, colocou o cargo à disposição, depois de buscar no último mês, sem sucesso, uma solução junto à diretoria do Oswaldo Cruz. Além de prejudicar os pacientes, como a dona de casa Viviane Ferreira (foto), que luta contra um segundo câncer, a crise de abastecimento da clínica especializada compromete quatro programas de residência médica da área.
 
Na Oncologia Pediátrica, onde 450 crianças cumprem tratamento quimioterápico, a suspensão dos serviços não ocorreu ainda porque o Grupo de Ajuda à Criança com Câncer (GAC) está bancando as despesas.
 
Classificado na década passada como principal referência pública do Estado para tratamento de câncer, o Oswaldo Cruz mantém quatro programas de residência médica vinculados à área. Deveria ser um centro capaz de oferecer as três etapas do tratamento (cirurgia, qumioterapia e radioterapia). A inauguração do serviço, no entanto, arrasta-se, sem previsão precisa. Para trabalhadores do hospital, além da falta de recursos, o Huoc tem problemas de gestão. O atual diretor, Bento Bezerra, assumiu a direção após uma seleção. A reitoria da Universidade de Pernambuco, à qual o Huoc é vinculado, diz que está remanjenado recursos do próprio hospital para suprir a farmácia ao longo da semana. Terá que correr, pois a unidade já vem descumprindo a lei federal que determina prazo máximo de 60 dias para iniciar o tratamento de pessoas com câncer. Segundo os médicos, no Oswaldo há gente esperando cirurgia para remoção de tumor há quatro meses.
 

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