domingo, 19 de julho de 2015

Mexa-se, tem muita gente tomando esse caminho

 
Clayton, técnico de informática, fica longe da tecnologia na hora de malhar/ Bobby Fabisak/ Jc IMagem
 
Bem cedinho ou no final da tarde, pernambucanos estão saindo de casa em busca de saúde. Caminham, correm, pulam corda, fazem abdominais, pedalam e se arriscam no skate em praças e parques públicos. Outros estão deixando o carro em casa e reaprendendo a caminhar. Na classe média alta e bairros populares, eles querem ficar em forma, perder peso e se sentir melhor. Diante da robotização forçada pelo exagerado uso da tecnologia, estão enxergando que mexer-se não é só remédio, é prevenção. No Recife, em Jaboatão dos Guararapes e outras cidades, esses atletas são estimulados pelo SUS.

 No Recife, há polos da Academia da Cidade funcionando em seis diferentes regiões. Em Jaboatão dos Guararapes, segunda cidade mais populosa, o projeto Caminhando na Praça atrai idosos duas vezes por semana na Praça da Casa da Cultura, no Centro. Quem sabe, assim será possível reverter a posição no ranking do sedentarismo? Na capital, apenas 35% fazem exercícios regularmente, segundo pesquisa do Ministério da Saúde. Esse pouco mais de um terço cumpre 150 minutos semanais de atividades leves a moderadas ou 75 minutos de prática intensa.

“Em dois anos mudei várias vezes de endereço, mas sempre procurei, perto de casa, as aulas da Academia da Cidade. São muito boas e de graça. Quando sobra mais tempo, dou umas corridinhas na praia”, conta Lúcia Helena Souza, 59 anos, que trabalha oito horas por dia no serviço público e encontrou, à noite, um momento para cuidar de si. Ela reclama, no entanto, dos buracos nas calçadas e da iluminação insuficiente da cidade.

 A médica e pesquisadora Carmelita Maia e Silva, 57, já foi atleta na juventude. Fazia vôlei, natação e até dança. Os compromissos da profissão foram afastando-a das quadras e piscinas e, só mais recentemente, já preocupada com a própria saúde, resolveu compensar o tempo perdido. A nova rotina inclui deixar o carro na garagem a maior parte do tempo. Profissional de saúde conhece bem os efeitos do movimento: fortalecimento de músculos e ossos, benefícios ao metabolismo e aparelho cardiorrespiratório, além de bem-estar emocional. Ex-atleta como ela, o engenheiro Alessandro Spinelli, 45, que jogou na seleção pernambucana de basquete em 1987, resolveu voltar a se movimentar. É um adepto das ciclofaixas móveis e costuma praticar a atividade com o filho de 9 anos.
 
O técnico de informática Cleyton Silva, 30, sabe bem como vicia o computador e tudo que veio depois, como celular e smartphone. Por isso, ao sair para praticar exercício físico, a única companhia digital é um Mp3, para ouvir música.

 A cabeleireira Midiam José dos Santos, 44, começou há seis meses a se mexer, estimulada pelo marido e pela amiga, a professora Ana Paula Almeida, 43, que é adepta da atividade física desde os 15 anos. “Estou me sentindo melhor”, atesta. Para se cuidar, diminuiu uma hora da jornada no salão. A amiga Ana Paula já fazia isso. “Ajuda ao corpo e diminui o estresse”, afirma.


Publicado por Verônica Almeida - JC Mais Saúde

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