Uma idosa de 85 anos, Maria Gabriela da Silva, com infecção respiratória e derrame pleural, passou cerca de oito horas, numa ambulância, debaixo de chuva, no estacionamento do Hospital Otávio de Freitas, da rede estadual no Recife, aguardando vaga na emergência, mesmo tendo sido encaminhada na madrugada, com senha da Central de Leitos do Estado, do Hospital de Timbaúba, na Zona da Mata Norte.
A suposta negligência no SUS está sendo denunciada pelo Conselho Gestor do HOF. “O médico de plantão do Otávio de Freitas recebeu outro paciente da cidade, que veio na mesma ambulância, e não permitiu a admissão da idosa na emergência, alegando que não havia maca nem fonte de oxigênio no hospital. Ele escreveu isso na ficha da doente”, contou Albertino Neto, funcionário do HOF e membro do Conselho Gestor. Segundo o trabalhador, o médico atendeu a idosa dentro da ambulância e não permitiu sequer que ela entrasse no hospital para fazer necessidades fisiológicas. “A gente sabe que o hospital está lotado, mas a emergência está aberta e a obrigação do médico plantonista era ter entrado em contato com a Central de Leitos. O hospital não pode negar atendimento, é descumprir o Estatuto do Idoso”, observou.
Só após a intervenção de membros do Conselho Gestor, na manhã desta terça-feira (30/06), e mudança de médico na emergência a situação mudou. “A médica que assumiu o plantão internou a idosa na sala vermelha. Uma colega do Conselho Gestor providenciou uma maca em outra ala do hospital”, contou Albertino, que está levando os fatos à direção do hospital.
Rosângela Cordeiro de Moura, filha da idosa, diz que a mãe precisa de assistência. Maria Gabriela chegou ao HOF por volta de 1h30 desta terça-feira. Quando o médico do Otávio negou o internamento, a técnica de enfermagem que acompanhava a paciente voltou a fazer contato com o médico de Timbaúba, que teria reforçado a obrigação do colega de internar a doente, pois o Otávio é a referência para doença pulmonar e havia sido indicado pela Central de Leitos. Mesmo assim, o motorista da ambulância de Timbaúba resolveu procurar uma UPA, mas o carro quebrou lá mesmo no estacionamento do hospital, contam membros do Conselho Gestor.
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| Paciente, encaminhada por Hospital de Timbaúba, tinha senha para emergência do HOF Alexandre Gondim/ Acervo JC Imagem |
Direção do HOF apura atraso no atendimento de idosa
A direção do Hospital Otávio de Freitas (HOF) informou na tarde desta segunda-feira (30/06) que está apurando a denúncia feita pelo Conselho Gestor da unidade quanto ao retardo de oito horas na admissão de uma paciente idosa, com infecção respiratória, encaminhada ao serviço com senha da Central de Leitos do Estado. “Apesar da grande demanda de pacientes na emergência, o hospital acolhe a todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que chegam à unidade”, diz em nota, em que ratifica o “empenho em prezar pelo bom atendimento aos doentes”. Explica que está “apurando o ocorrido para tomar as medidas cabíveis”. Sobre a paciente, esclarece que ela segue na emergência da unidade, já foi avaliada por um pneumologista e aguarda vaga para internação.
A paciente Maria Gabriela da Silva, 85 anos, com infecção respiratória e derrame pleural, ficou de 1h30 às 9h30 desta terça-feira numa ambulância, debaixo de chuva, no estacionamento do Hospital Otávio de Freitas, no Recife. Moradora de Timbaúba, foi levada à unidade encaminhada pelo hospital municipal, acompanhada por uma técnica de enfermagem com senha da Central de Leitos. “O médico de plantão do Otávio de Freitas recebeu outro paciente da cidade, que veio na mesma ambulância, e não permitiu a admissão da idosa na emergência, alegando que não havia maca nem fonte de oxigênio no hospital. Ele escreveu isso na ficha da doente”, contou Albertino Neto, funcionário do HOF e membro do Conselho Gestor. O caso está sendo levado à Promotoria do Idoso.
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