quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

CAMETÁ – Morte de adolescente: família suspeita de erro médico no Hospital Regional

 

O adolescente foi submetido a três cirurgias em um espaço de menos de um mês.

O adolescente Marielson Ramos Gonçalves, de 15 anos, portador de necessidades especiais, morreu no Hospital Regional de Cametá, na Região do Baixo Tocantins, depois de passar por três cirurgias em menos de um mês. A família do garoto suspeita de que houve erro e negligência médica e quer que o caso seja investigado.

Familiares do adolescente entraram em contato com o Ver-o-Fato, dizendo que Marielson morreu na última quinta-feira (20) e que eles estranharam o fato de um servidor do hospital se negar a fornecer os prontuários do paciente e o acompanhamento do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg) para o advogado Yuri Sampaio, contratado pelos parentes, que registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Polícia Civil local.

“Meu primo, que é especial, foi diagnosticado com apendicite no hospital de Limoeiro do Ajuru que fica no interior do Pará e de lá ele foi levado para Cametá, onde foi internado no Hospital Regional. Ele passou pela primeiro cirurgia dia 22 de dezembro, mas a cirurgia inflamou. Depois ele foi submetido a segunda e à terceira cirurgia, já diagnosticado com um furo no intestino”, disse um primo do adolescente.

O advogado Yuri Sampaio informou que o óbito do adolescente ocorreu no dia de 20 de janeiro últmo, às 08h30 e ele foi constituído no mesmo dia para análise do caso, “pois existia suspeita por parte da família de possível erro médico para com o tratamento da patologia do menor, e também para acionarmos os órgãos competentes para averiguação da situação”.

De acordo com Yuri Sampaio, no mesmo dia ele foi no Hospital Regional de Cametá solicitar formalmente os dois prontuários médicos do adolescente e o acompanhamento do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg) para saber se houve solicitação de leito para hospital de maior complexidade em Belém para tratamento do paciente, contudo, “foi enfrentada grande resistência por parte do Hospital em dar acesso aos prontuários médicos e obtenção de tais cópias sem motivação plausível”.

Medidas judiciais

O advogado ressaltou que “as medidas judiciais já estão sendo produzidas para obtenção das documentações médicas que são de direito da família, principalmente da representante legal do falecido, conforme possibilita o Artigo 88, caput da Resolução nº 2.217/2018 do CFM. E, constatado erro médico, serão tomadas as medidas judiciais cabíveis para responsabilização dos envolvidos, tanto na área cível, como criminal e administrativa.”

Uma tia do adolescente, que acompanhou o garoto no Hospital Regional de Cametá, deu o seguinte depoimento:

“Marielson chegou pela segunda vez no Hospital Regional dia 23 de dezembro de 2021 e ele já tinha feito a primeira cirurgia e ficamos até o dia 30, quando ele recebeu alta e foi transportado para Limoeiro do Ajuru. Dia 1º de janeiro deste ano, ele começou a passar mal, com a barriga muito inchada. Dia 3 ele parou de evacuar e começou a passar mal, não reagindo bem ao tratamento.

Dia 5 de janeiro, depois de avaliação médica, ele voltou para o Hospital de Cametá, onde foi submetido a nova cirurgia, sem que eu fosse avisada pelos médicos ou enfermeiros do hospital. Eu só soube quando ele já estava passando pelo procedimento cirúrgico. Depois da cirurgia, o garoto só piorou e não se alimentava mais, ficando só no soro. Dia 14 de janeiro foi preciso fazer mais uma cirurgia, pois outro médico descobriu que o intestino do garoto estava perfurado e também foi preciso fazer uma colostomia. No dia 20, Marielson morreu.”

Ver-o-Fato não conseguiu contato com a direção do Hospital Regional para ouvir a versão sobre a morte de Marielson. O espaço está aberto às explicações.








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