“Recebi a ordem que poderia vacinar todos os que estivessem para se vacinar, pois a validade das vacinas da Pfizer estavam para se vencer”
Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), a técnica de enfermagem que é investigada por vacinar pelo menos 48 crianças com doses da Pfizer destinada para adultos, afirmou que teria recebido ordem para vacinar todas as pessoas que estivessem na unidade de saúde.
“A ordem que lhe foi dada foi de que poderia vacinar todos os que estivessem para se vacinar, pois a validade das vacinas da Pfizer estavam para se vencer”, diz o texto do depoimento.
O erro veio à tona após mães das crianças denunciarem, no sábado (15), que seus filhos haviam sido vacinados antes do início da campanha oficial, com doses destinadas para adultos.
Em depoimento, a técnica disse que foi contratada pela Prefeitura de Lucena em 22 de novembro de 2021, para auxiliar médicos e vacinar crianças, adolescentes, adultos e gestantes. Informou também, que no dia do ocorrido, ela estaria sozinha no local da vacinação e teve apenas a ordem de vacinar todos.
“A ordem que lhe foi dada foi de que poderia vacinar todos os que estivessem para se vacinar, pois a validade das vacinas da Pfizer estavam para se vencer”, diz o texto do depoimento.
Disse ela em sua defesa que a função dela era vacinar, e que ela não tinha acesso ao cadastro de vacinação, que era preenchido por uma agente comunitária de saúde (ACS) e enviado à Secretaria de Saúde do município.
No dia da aplicação, conforme a técnica, várias pessoas teriam aparecido no local, incluindo crianças e adolescentes, que receberam as mesmas doses dos adultos, de vacinas da Pfizer do lote FN3457.
A técnica informou que não sabia há quanto tempo a vacina estava armazenada, mas que trabalha com este lote e com o lote de final 3835, desde novembro de 2021.
Em relação à ordem de vacinar todas as pessoas, a técnica destacou que mandou uma mensagem para a chefe de imunização do município perguntando se era para vacinar todas as pessoas e que recebeu “sim” como resposta. Disse também, depois da troca de mensagens, recebeu uma ligação da chefe, que disse que era a ordem era vacinar porque as doses iriam vencer.
A técnica informou que não recebeu treinamento sobre a vacinação de Covid-19 para adultos ou crianças, e que não foi informada de que havia diferença dos volumes das doses. Ao MPF, disse que não sabia que crianças não podiam ser vacinadas com as mesmas doses que os adultos. Ela afirmou também que não sabia da existência de vacinas pediátricas no seu Município.
Segundo o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, houve quatro treinamentos para aplicação de doses pediátricas, mas a equipe de Lucena não participou do treinamento.
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