segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

ENTENDA O QUE É IMPERÍCIA, IMPRUDÊNCIA E NEGLIGÊNCIA MÉDICA

 


Você, médico, sabe a diferença entre imperícia, imprudência e negligência médica? Para saber mais sobre o assunto, confira este artigo.

Quando falamos em imperícia, imprudência e negligência médica, estamos falando de termos que levam a atos bem parecidos, visto que todos se caracterizam como erro médico. Isso porque qualquer uma dessas falhas pode causar sérios danos à saúde do paciente e até mesmo levá-lo a morte.

Na verdade, há uma linha muito fina que separa estes três conceitos. Se você tem dúvidas a respeito desse assunto, acompanhe abaixo as particularidades de cada um, com alguns exemplos práticos para facilitar o entendimento.

Imperícia médica

O médico imperito é aquele profissional que não possui conhecimento técnico, teórico e prático para exercer determinada atividade médica e mesmo assim, ele a pratica. Vamos a um exemplo: um determinado profissional é especialista em clínica médica e faz uma cirurgia para colocar prótese de silicone em uma paciente.

Como ele não possui conhecimento técnico, prático e nem teórico para realizar o procedimento, ele vai causar sérios danos físicos e psicológicos à paciente, que além de ficar com cicatrizes, pode desenvolver problemas, como a depressão.

Um profissional que executa um procedimento, mesmo dentro de sua área de atuação, mas que não possui a capacitação suficiente, também comete imperícia. Nesse caso, podemos citar um dermatologista que faz um procedimento muito agressivo em seus pacientes, como o peeling de fenol, por exemplo, sem o devido preparo, deixando-os com graves sequelas.

Imprudência médica

O médico imprudente é aquele que age sem cautela, sem se preocupar com as consequências de seu ato. Nesse caso, o profissional tem total conhecimento sobre o risco de alguma atitude tomada, mas ignora a ciência médica e toma a decisão de agir mesmo assim.

Um médico que realiza uma cesariana sem a equipe necessária está cometendo um ato de imprudência. Afinal, durante a cirurgia pode haver contratempos que só poderiam ser solucionados por determinados profissionais e, na ausência destes, mãe e filho é quem sofrem as consequências.

Quando um paciente recebe alta prematura do hospital, também é caracterizado como imprudência, pois, nesse caso, o médico sabe que o paciente não está em boas condições, mas o libera mesmo assim. Muitas pessoas têm complicações ou até perdem a vida por causa desse tipo de atitude.

Negligência médica

Negligência é o ato de agir sem tomar as devidas precauções, com descuido, sem atenção. O médico negligente é aquele profissional que age de forma omissa, com total descaso de seus deveres éticos com o paciente. E, no exercício da medicina, é necessário tomar o máximo de cuidado para com o paciente, pois um simples erro pode trazer sérios danos à sua saúde ou levá-lo a óbito.

Um exemplo de negligência muito comum é quando um médico esquece material cirúrgico dentro do corpo do paciente. Esse tipo de erro é muito comum, mas pode ser evitado, desde que os profissionais estejam atentos no momento do procedimento.

Casos nos quais o médico não faz o devido acompanhamento do paciente, quando ele ainda está no hospital sob cuidados do profissional, também se caracterizam como negligência médica.

O site Portal Médico traduziu esses três conceitos de uma forma bem sucinta: a negligência consiste em não fazer o que deveria ser feito; a imprudência consiste em fazer o que não deveria ser feito; e a imperícia em fazer mal o que deveria ser bem feito. Simples de entender, não é mesmo?

Mas, as consequências para os profissionais que cometem essas falhas são graves, pois precisarão responder judicialmente pelos seus atos, e as denúncias contra erros médicos vêm crescendo muito nos últimos anos. Segundo um levantamento da Anadem, 7% dos médicos brasileiros respondem processos judiciais atualmente.

Parece pouco, mas considerando que hoje o Brasil tem 440.438 médicos ativos, segundo informações do Conselho Federal de Medicina, esses números são impressionantes, pois são mais de 30 mil profissionais sendo processados.


Renato Assis


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