segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Negligência no Hospital Neomater incomoda pacientes em S.Bernardo

 

Filha de paciente denuncia erros médicos e falta de atendimento


O Hospital Neomater, situado na Avenida Winston Churchill, no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, se tornou alvo de reclamações nos últimos dias. Isso porque a filha de uma paciente entrou em contato com a equipe do RD para denunciar a falta de atendimento médico e esclarecimentos cirúrgicos na unidade de saúde.


Segundo ela, sua mãe está internada por conta de uma infecção intestinal e, nos últimos dias no hospital, não houve atendimento adequado para a paciente. A primeira internação foi feita no dia 02/12, porém a paciente teve que retornar no dia 22, aonde ficou aguardando no Pronto Socorro para subir para a internação e realizar alguns exames no intuito de constatar a nova infecção “No dia 24 de dezembro (dois dias depois do exame) sem tomar nenhuma medicação, resolveram fazer exame de fezes por volta das 14h e só então, identificaram qual seria a bactéria. Mas começaram com os antibióticos só às 22h. Ou seja, horas depois”, reclama.


De acordo com a reclamante, no mesmo dia em que passaram por problemas para iniciar a medicação, também marcaram um exame de colonoscopia para o dia seguinte (25 de dezembro), às 10h, em que a paciente teria que ficar 12h de jejum. No entanto, com a mudança de plantão, um enfermeiro informou a família que o preparo para o exame havia sido mudado, e que a colonoscopia aconteceria às 13h. “Foi então que 8h do dia 25, a equipe de enfermagem do plantão da manhã informou que o enfermeiro em questão do plantão noturno, iniciou o preparo no horário errado, pois a colonoscopia estava marcada para as 10h, uma verdadeira bagunça”, expõe.


Assim, a filha, Fabiana da Silva, relata que começou uma correria para que sua mãe fosse “preparada” para fazer o exame, com a aplicação de uma medicação que a deixou desidratada e que fez com que a paciente “passasse muito mal”. Segundo a filha, apesar das constantes reclamações, a médica que realizaria a colonoscopia queria que o exame fosse feito de qualquer forma. “A médica mandou que levassem ela toda suja de fezes para fazer o exame, pois ela não tinha tempo para aguardar minha mãe finalizar corretamente o preparo para a colonoscopia. Então me recusei a assinar o exame, sendo que horas antes já haviam me dado o documento do anestesista para assinar”, relata.


Fabiana conta que logo após o episódio, foi reclamar que nenhum médico do hospital lhe ajudou, até encontrar um médico do convênio no corredor do hospital e contou todo o ocorrido ao doutor que ficou perplexo com a situação e mencionou que a médica responsável adotou um procedimento errado, já que paciente com a bactéria em questão, não podem, em hipótese alguma, realizar exame de colonoscopia, com o risco de ocorrer uma infecção generalizada. O médico do convênio informou que passaria a situação para a diretoria do convênio. “Logo depois fui procurada por uma mulher, que se apresentou como enfermeira responsável pelo setor, que me afirmou que a situação ocorrida seria passada para a supervisora da Prevent Sênior dentro do hospital. Nesse mesmo dia, o quarto ficou por todo sujo de fezes e informaram que a equipe estaria reduzida, não tendo previsão para a limpeza do quarto. Em outras situações alguns auxiliares demoravam mais de duas horas para vim trocar a minha mãe, não passam pomada, e ela ficou com a virilha toda assada e só depois que reclamei passaram a fornecer”, reclama

A filha afirma que cada dia enfrenta um desafio diferente, que a equipe técnica usa a desculpa de que o hospital está lotado e por esse motivo eles adotaram o protocolo de dar os medicamentos com até duas horas de atraso e isso vem prejudicando a evolução no tratamento da paciente. Para Fabiana cada médico tem uma conduta diferente e parece que as vezes não se conversam. “Uns acham um absurdo atrasar o antibiótico, outros falam que é por conta da lotação e que duas horas é tolerável. Nunca vi isso e por isso os exames da minha mãe ora melhora, ora pioram, alega.

Depois de várias reclamações, os enfermeiros em contato com a filha da paciente informaram que conversariam com a equipe para prestar mais atenção, mas segundo ela, não foi o suficiente. “Alguns profissionais da equipe parecem ter ficado irritados, e agora não trazem os medicamentos e itens de higiene, demoram as vezes dois plantões para trazer. Diante de tantos erros e conduta inadequada dos profissionais, solicitei falar com a direção, mas até o momento não obtivemos nenhum retorno”, reclama.

A reclamante diz, ainda, que apesar de não serem todos os funcionários que tratam a paciente com negligência, ela notou a falta de profissionalismo em muitos. “Os profissionais ficam sentados no posto de enfermagem e não dão o medicamento na hora certa. Já esqueceram tampa com agulha na cama e só vimos quando fui levantar a minha mãe e em três ocasiões, quase medicaram a minha mãe com remédio de outra paciente, esqueceram por três vezes de colocar a tampa do acesso, correndo o risco de minha mãe obter uma infecção na corrente sanguínea, até alimentação de outra paciente veio para ela”, relata.

Procurado pela equipe do RD, o Hospital Neomater informa que, a paciente está recebendo conforme recomendação e protocolo clínicos, a assistência devida, e considerando os preceitos éticos e humanitários presentes nas ações assistenciais e de cuidado .”Ela teve seus familiares acolhidos pela equipe médica para o suporte e orientação que se façam necessários e sejam relevantes para a satisfação e segurança dos pacientes que confiam à Nova Neomater, a assistência à saúde, até aqui realizada de forma contínua, por meio de profissionais competentes e tecnicamente capacitados para esta finalidade”, afirma a instituição.



Repórter Diário




Nenhum comentário:

Postar um comentário