segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Inquérito apura suspeita de homicídio culposo na morte de bebê que recebeu injeção de anestésico por engano

 

Luiz Eduardo Pedro Costa, de 1 ano e seis meses, morreu em um hospital de Bastos (SP). Diretoria da instituição confirmou o erro na medicação e abriu sindicância para apurar o caso.


Luiz Eduardo Pedro Costa morreu após receber injeção de remédio anestésico por engano em hospital de Bastos (SP)

A Polícia Civil de Bastos (SP) instaurou inquérito por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, para seguir na investigação da morte do bebê, de 1 ano e 6 meses, que recebeu um medicamento anestésico. Caso foi registrado neste sábado (22).

Segundo apurado pela reportagem da TV TEM, o delegado responsável pelo caso, Sandro Resina Simões, vai apurar se há mais de um funcionário envolvido na morte do menino Luiz Eduardo Pedro Costa.

Para isso, é preciso escutar testemunhas e envolvidos no dia do ocorrido. O administrador do Hospital de Bastos foi o primeiro a prestar depoimento na delegacia.

O medicamento e a seringa usada já foram encaminhados ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal (IML). Os laudos devem confirmar qual foi a substância e a quantidade aplicada de forma errada.

“Já foi instaurado o inquérito. O medicamento e a seringa já foram encaminhados para perícia no IML e no Instituto de Criminalística. Junto ao laudo documentado, vamos ouvir testemunhas, envolvido no plantão naquele dia e o médico responsável”, explica.

O hospital de Bastos assumiu o erro e afastou a funcionária responsável pela aplicação. Ela também será investigada pelo Conselho Regional de Enfermagem e pode perder o registro.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Bastos afirmou que apesar do hospital ser administrado pela associação, a equipe do Pronto-Socorro, gerida pela prefeitura, foi acionada para ajudar. Uma médica tentou reanimá-lo, mas sem sucesso.

Como a prefeitura repassa verbas ao hospital, há uma comissão que avalia as condições do prédio e vagas de internação de pacientes. Já a diretora da Vigilância em Saúde do município, Andreia Guiral, reforçou que a pasta não é responsável por fiscalizar procedimentos técnicos de administração de medicamentos ou diagnósticos.

Nesse sentido, a responsabilidade, segundo a Secretaria de Saúde, seria do hospital. Por enquanto, a pasta informa que não foi solicitada nenhuma informação pelas autoridades policiais.

Conduta da enfermeira


O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren) também esclareceu que identificou a situação na manhã desta segunda-feira (24) e será instaurada a sindicância para investigação do caso.

O Conselho apontou que a investigação seguirá em andamento sob sigilo processual e todo documento referente ao assunto será anexado aos autos.

Após a averiguação dos fatos, se forem constatados indícios de infração ética pelo Coren, será instaurado um processo ético-profissional. O profissional envolvido será notificado para manifestar a sua versão do fato, garantido o Direito de Defesa.

As penalidades previstas na lei, em caso de confirmação da infração são: advertência, multa, censura, suspensão temporária ou cassação do exercício profissional.

‘Coração despedaçado’


Em entrevista à Tv Fronteira, a mãe de Luiz Eduardo, Renata Aparecida Pedro, pediu justiça pela morte do filho e disse que está com o “coração despedaçado”.

"Eu internei meu filho lá [no Hospital] para sair comigo com vida. E não foi nenhuma doença que o tirou de mim, ele era um menino muito saudável. Só peço uma coisa: para as pessoas trabalharem com amor, prestarem atenção, princialmente um profissional da área da saúde. Estou com o coração despedaçado, sangrando. Quero justiça para que isso não aconteça com mais nenhuma mãe", lamenta Renata.

Em outro momento, a mãe lamentou a morte do filho via redes sociais. Na publicação, Renata escreveu que "vai lutar até o fim para que não aconteça com outra pessoa inocente" (veja abaixo).

Mãe do bebê fez uma publicação em uma rede social e disse que está com o 'coração sangrando' 

O caso


Luiz Eduardo morreu no sábado após receber a aplicação de fentanil, um medicamento anestésico com um fortíssimo relaxante muscular usado na intubação de pacientes.

De acordo com informações da avó da criança, Maria Madalena da Costa, o bebê era morador de Parapuã e estava internado no Hospital de Bastos desde terça-feira (18) para o tratamento de estomatite.

A produção da TV TEM entrou em contato com o diretor administrativo do hospital, Cleber Fatarelli, que confirmou o erro na medicação.

Segundo ele, uma auxiliar de enfermagem que trabalha no hospital há mais de 15 anos alegou ter se confundido com a seringa da aplicação do remédio, que seria para um idoso internado no quarto ao lado de Luiz.

corpo de Luiz Eduardo foi sepultado na manhã deste domingo (23), no Cemitério Municipal de Parapuã (SP).

Bebê morreu após receber injeção de remédio anestésico por engano em hospital de Bastos (SP








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