Na segunda-feira, dia 3 de janeiro, a filha levou o pai, de 75 anos, até a UPA Central para atendimento médico. O idoso reclamava de dor de estômago e estava com uma hemorragia. Ao ir no banheiro fazer as necessidades fisiológicas percebeu sangue junto as fezes.
Na unidade médica ele foi atendido pela triagem e encaminhado como caso urgente, sendo examinado por um médico plantonista. Ao fazer o exame de toque se constatou a hemorragia e demais exames apontaram uma anemia e fissuras no estômago. O paciente teria que ser transferido a um hospital para fazer reposição sanguínea e hemodiálise, já que os rins estavam parando. Apenas medicamentos para controlar a dor foram ministrados para o paciente.
A família foi informada que o idoso deveria ir para o Hospital Geral, mas naquele momento não existia vaga. A filha questionou sobre o Pompéia, porém foi informada que na instituição não seria mais feita hemodiálise pelo SUS. A familiar foi até o local buscar por conta própria informações, e lá alegaram que o pai poderia sim ser encaminhado, sendo atendido em todas as necessidades.
Ao longo da semana, não houve leito disponível no Geral para o caso específico do pai. Devido a hemorragia, e a falta de reposição sanguínea o homem de 75 anos, teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e uma parada cardíaca, na sexta-feira (7). Após esses agravantes ele foi transferido ao Hospital Geral, onde abriram um leito zero no pronto socorro para o atendimento dele. Infelizmente, durante o atendimento médico, no sábado (8), o idoso não resistiu e foi a óbito.
A filha recebeu o laudo médico do corpo do pai, onde informa que a morte foi causada pela hemorragia. Por conta disso, ela acusa a UPA Central de negligência e pretende entrar na justiça contra a instituição. Ainda, a família se organiza para realizar um protesto. A data ainda não foi definida.
A Secretaria Municipal de Saúde foi procurada e por meio de sua assessoria, encaminhou a seguinte nota.
"A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que o paciente de 75 anos foi cadastrado na Central de Regulação de Leitos (CRL) no dia 3 de janeiro, mesmo dia em que deu entrada na UPA Central com quadro sugestivo de sangramento digestivo baixo. O paciente tinha critério e perfil para atendimento em leito clínico nos hospitais Pompéia e Geral, por isso a CRL imediatamente iniciou a busca por leito nessas duas instituições. Durante o período em que esteve na UPA Central, o paciente recebeu atendimento clínico necessário e permaneceu estável, com quadro clínico controlado. Na madrugada do dia 8 de janeiro, diante de piora súbita do quadro, o paciente foi transferido pelo Samu para o Hospital Geral como Vaga Zero, critério para pacientes com risco iminente de morte.
A SMS ressalta, ainda, que a Central de Regulação de Leitos é responsável por buscar vagas para os pacientes SUS conforme o quadro de saúde de cada um, a disponibilidade nas instituições e a estrutura de serviços hospitalares que cada paciente necessita, por isso o tempo de espera varia entre um caso e outro. A SMS se solidariza à família e manifesta sentimentos de pesar por essa perda."
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