terça-feira, 24 de maio de 2022

HGE investiga denúncia de que estudantes de medicina de Maceió realizaram cirurgia irregularmente

 

Procedimento no maior hospital público do estado teria sido assistido pelo pai de um deles, que é cirurgião na unidade. CRM diz que somente profissionais em residência médica poderiam participar das cirurgias.


HGE apura denúncia de que estudantes de medicina realizaram cirurgia irregularmente na unidade

O Hospital Geral do Estado (HGE) investiga se três estudantes de medicina realizaram um procedimento cirúrgico na unidade irregularmente. De acordo com a denúncia, os envolvidos não estão sequer na residência médica (etapa destinada a profissionais recém-formados, como uma modalidade de pós-graduação). A informação foi confirmada ao g1 nesta segunda-feira (23).

O caso aconteceu no dia 17 de maio. Teriam participado um estudante do 3º período de medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que é filho de um cirurgião do HGE que apenas assistiu à cirurgia, um estudante do 8º período do Centro Universitário Cesmac e outra do Centro Universitário Tiradentes (Unit). O curso de medicina no Brasil tem duração de 12 períodos.

Por meio de nota, o HGE informou que as pessoas citadas e os coordenadores das áreas envolvidas foram notificados para pestarem esclarecimentos. "Caso o fato seja confirmado, um procedimento administrativo será aberto para responsabilização das pessoas mencionadas nas esferas cabíveis (leia na íntegra ao final do texto).

A reportagem do g1 também entrou em contato com as universidades onde os estudantes estudam. A Ufal disse que vai aguardar o final das investigações para se pronunciar. Já a Unit informou que começou a apurar o caso, mas adiantou que "a aluna não estava realizando atividades acadêmicas oficiais da instituição durante o fato citado. Que os atos praticados pela aluna fora do horário acadêmico são de responsabilidade da mesma". O Cesmac não respondeu.

A denúncia foi feita por um residente de medicina do HGE, que gravou um vídeo ao perceber o procedimento irregular e protocolou a denúncia junto à instituição via email. Em um relato compartilhado anonimamente nas redes sociais, ele contou que foi intimidado pelo médico que é pai de um dos estudante.

Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM), o médico precisa fazer, no mínimo, dois anos de residência para realizar alguns procedimentos cirúrgicos, acompanhados de um cirurgião formado e experiente. Durante o curso de medicina, os estudantes podem somente acompanhar os procedimentos como internos, sempre sob supervisão médica.

Procedimento cirúrgico ocorreu no Hospital Geral do Estado de Alagoas (HGE), que apura as denúncias

Leia a nota do HGE na íntegra:

A Gerência do Hospital Geral do Estado (HGE) apura a denúncia de que estudantes de Medicina, acompanhados por médicos sem atendimento a lei de estágios, estiveram à frente de um procedimento cirúrgico de maneira irregular. Coordenadores das áreas envolvidas já foram notificados, bem como as pessoas supostamente envolvidas, para prestação de esclarecimentos. Caso o fato seja confirmado, um procedimento administrativo será aberto para responsabilização das pessoas mencionadas nas esferas cabíveis.

Leia a nota da Unit na íntegra:

O Centro Universitário Tiradentes - Unit Alagoas, vem a público informar que tomou conhecimento da denúncia realizada e está apurando os fatos, porém em apuração preliminar, foi constatado que a aluna não estava realizando atividades acadêmicas oficiais da instituição durante o fato citado.

Que os atos praticados pela aluna fora do horário acadêmico são de responsabilidade da mesma e que o Centro Universitário Tiradentes continuará com a verificação dos fatos e se coloca à disposição para mais esclarecimentos.






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