quarta-feira, 31 de maio de 2017

Grávida tem bebê em casa três horas após ter sido liberada pelo HMA

Parto de Tainá foi feito por familiares. Bombeiros levaram ela e o bebê pro hospital

Três horas após ter sido mandada para casa pelo Hospital Municipal de Araucária – HMA, no qual foi atendida, Tainá Siqueira Osga, 20 anos, deu à luz no chuveiro da própria residência. O pai, a avó da criança e o tio da gestante, auxiliaram no parto e chamaram os bombeiros, que não chegaram em tempo de ajudar, mas conduziram a mãe e o bebê ao hospital para que recebessem os cuidados médicos.
 
A história começou na madrugada de sexta-feira, 12 de maio, por volta das 3 horas, quando Tainá sentiu fortes contrações, viu que estava com alguma dilatação, e como já havia completado 39,5 semanas de gestação, seguiu às pressas para o HMA. Lá foi recebida pela médica que estava de plantão, relatou fortes dores e reclamou das contrações, cada vez mais frequentes. Segundo ela, a médica fez algumas perguntas, verificou a dilatação da paciente, que estava com 3 cm e concluiu que a criança não nasceria naquele momento. Mandou Tainá para casa.
 
 
 
“Eram 3 horas da madrugada quando a médica me mandou de volta pra casa. Como estava com muitas dores, decidi tomar um banho, foi quando as dores pioraram e percebi que meu filho estava querendo nascer. Rapidamente meu marido, minha mãe e meu tio me ajeitaram pra fazer o parto ali mesmo, pois não daria tempo de chegar ao hospital. Às 7h30 o bebê nasceu, pelas mãos dos meus parentes. Meu marido chamou os bombeiros, que levaram eu e o Davi Miguel para o hospital, onde recebemos os cuidados médicos necessários”, relatou.
 
Tainá está feliz que tudo tenha acabado bem, no entanto, acredita que houve negligência por parte do hospital. “A médica que me atendeu poderia ter visto que o bebê nasceria logo, não custava ter me internado. Eu e o bebê corremos um grande risco. Graças a Deus que tudo acabou bem”, disse.

 O Jornal O Popular entrou em contato com o HMA que explicou ter dispensado a paciente porque a dilatação não estava evoluindo como esperado. O HMA disse que na sequência emitirá uma nota dando mais detalhes sobre o ocorrido.

Texto: Maurenn Bernardo / Fotos: Divulgação

O Popular do Paraná

Morre menino com câncer atendido ao lado do lixo no Infantil

Foto de Alan, de 9 anos, foi divulgada durante denúncia de mães sobre a superlotação do hospital
 
A lavradora Marlene Trabach e o filho Alan sendo medicado ao lado de uma lixeira
Foto: Ajari Taeko Foto Leitor
 
Morreu no último sábado (27) o menino Alan Gonçalves Trabach, 9. Ele lutava contra um câncer nos rins desde o final de 2013 e foi fotografado, este mês, recebendo medicação sentado em uma cadeira de plástico ao lado de uma lixeira, no Hospital Infantil de Vitória. Ele teve falência múltipla dos órgãos.
 
De acordo com uma tia de Alan, a autônoma Edna Trabach, 34, o menino teve alta do Hospital Infantil, mas como não estava conseguindo se alimentar e urinar, a mãe dela, a lavradora Marlene Trabach, que criava Alan como se fosse filho, o levou para um hospital público de Itaguaçu, cidade que a família vive.
 
“Ele foi internado e no último dia 19 foi transferido para o Hospital Infantil, em Vitória, mas a médica nos falou que o caso dele não tinha mais jeito. Pedi para transferi-lo para outro hospital, ela disse que outro hospital não teria recursos. A morte dele foi um choque, pois por mais que a situação dele era crítica, acreditávamos que ele tinha chances”, lamenta.
 
Ainda segundo Edna, na noite em que o sobrinho faleceu, não tinha médico no setor de Oncologia. Ela acredita que o hospital poderia ter feito mais pela vida do sobrinho. “Ele começou a ter intercorrências, falei com a enfermeira, ela simplesmente falou que os médicos já haviam conversado com a minha família sobre a situação do Alan, e saiu. Eles poderiam ter colocado um balão de oxigênio para tentar salvá-lo”.
 
Infraestrutura
 
A autônoma conta que no decorrer do tratamento do sobrinho atendimento não deixou à desejar, mas a infraestrutura sempre foi precária.
 
“Teve medicamento que a minha mãe teve que comprar, pois sempre faltava, era uma vitamina que tinha que passar na boca dele, porque machucava em função da quimioterapia. Minha mãe já passou mais de 20 dias sentada em uma cadeira quebrada. Só tem um banheiro para todos os acompanhantes. Os profissionais querem trabalhar, mas não encontram infraestrutura para isso. Só quem está lá dentro sabe o que sofre”.
 
Para ela a lembrança que fica é de uma criança guerreira que lutou pela vida até o fim. “Ficamos sem chão quando ele foi diagnosticado com câncer, pois ele era uma criança cheia de vida. Ainda não consigo acreditar que ele se foi, mas ele lutou até o último minuto, o defino como um menino guerreiro, não só ele, mas todas as crianças que nesse momento estão passando por tratamento de câncer no Hospital Infantil, aquilo ali não é para qualquer um”, diz.
 
Resposta da Sesa
 
A direção do Hospital Estadual Infantil de Vitória lamenta o óbito e informa que, desde 2013, quando iniciou o tratamento na Unidade a família foi informada da gravidade do caso. No dia citado (foto), o paciente deu entrada apresentando dor. Ele foi atendido, medicado para dor e, após avaliação médica, recebeu alta hospitalar. O paciente retornou à Unidade no dia 23 de maio e estava recebendo toda assistência na unidade de oncologia do Hospital. A direção ressalta que no dia do óbito o paciente não era portador de nenhuma infecção, conforme exames laboratoriais.
 
O Hospital conta com médicos pediatras, 24 horas por dia, para atender qualquer intervenção clínica de todas as intercorrências na clínica pediátrica. O fato será apurado.
 
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está realizando a maior intervenção no atendimento pediátrico das últimas décadas. O pronto-socorro do Hospital será transferido, até julho, para uma área maior que possibilitará a ampliação de leitos, passando de 171 para 294, além de oferecer melhor ambiente e estrutura física. O setor de oncologia também será transferido para a área do Hospital da Polícia Militar e possibilitará uma maior oferta de leitos e melhor estrutura física para o atendimento oncológico.
 

Acompanhante denuncia situação do HPSM do Umarizal

Acompanhante denuncia situação de pacientes que chegam a passar o dia nos corredores do hospital.
 (Foto: via Whatsapp)

Os pacientes que recorrem ao Hospital Pronto Socorro Municipal (HPSM) Mário Pinotti, no bairro do Umarizal, em Belém, sofrem com a falta de atendimento e as condições precárias do prédio, localizado na Travessa 14 de Março.
 
Pacientes reclamam que chegam a esperar por horas para receber atendimento médico, inclusive nos corredores do HPSM.
 
"Estamos desde às 08h30 quando o meu pai chegou aqui, com crise de AVC (Acidente Vascular Cerebral), e está no soro em um corredor, com uma cadeira de rodas velha, caindo aos pedaços, com muita gente aguardando e reclamando do atendimento", diz Lídia Sousa, que acompanha o seu pai, um idoso de 84 anos.
 
Por volta das 19h, isto é, mais de 12 horas depois, a acompanhante disse que o pai continuava tomando soro no corredor do hospital.
 
"Depois de muito insistir e de muito discutir, atenderam o meu pai, mas ele continua no corredor, em uma cadeira de rodas, porque não há maca disponível", disse Lídia. "A assistência é péssima, morre gente toda hora e agora há pouco faleceu uma senhora. Vou ter que trar ele daqui, não vou deixar o meu pai morrer aqui."
 
DEMANDA ALTA
 
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que tanto HPSM do Umarzial quanto o HPSM do Guamá são os únicos de portas abertas do Estado, e que foram construídos para suprir a demanda da capital.
 
Entretanto, "têm recebido demandas altíssimas de pacientes encaminhados de outros municípios, ocasionando a superlotação. Atualmente quase 80% dos pacientes internados no HPSM do Umarizal são do interior."
 

MPE recomenda que sejam feitas melhorias imediatas no Hospital Regional de Arraias

A recomendação sugere melhorias nos serviços hospitalares


Ministério Público do Estado do Tocantins (MPE/TO), por meio da Promotoria de Justiça de Arraias, expediu nesta sexta-feira, 26, recomendação administrativa ao Secretário Estadual de Saúde, Marcos Muzafir, e ao Diretor do Hospital Regional de Arraias, Pedro de Abreu Júnior, para que promovam, imediatamente, melhorias na prestação dos serviços no Hospital Regional de Arraias.

A recomendação é baseada no inquérito civil instaurado para averiguar a suposta ausência de ações e serviços adequados e eficientes pela referida unidade de saúde. A denúncia dava conta de que o Hospital apresentava irregularidades nas condições de organização, gestão da infraestrutura e gestão tecnológica que colocavam em risco a saúde dos pacientes e usuários.

Diante do que foi detectado em vistoria, o Promotor de Justiça João Neumann Marinho da Nóbrega solicita aos gestores que promovam, em até cinco dias, a adoção de medidas com o objetivo de controlar vetores e pragas urbanas como o mosquito “Aedes aegypti”, transmissor da dengue, febre chikungunya e do vírus da zika. Para tanto, deverão ser realizados serviços de dedetização e limpeza do mato e dos resíduos sólidos localizados nas áreas externas da Unidade de saúde.

Também deverão ser adotadas medidas administrativas necessárias e eficazes para fornecimento de refeições aos pacientes e profissionais, garantindo qualidade nutricional dos alimentos e segurança alimentar. Quanto às instalações físicas, devem ser mantidas em boas condições de conservação, segurança, organização, conforto e limpeza.
 
Ficou estipulado na recomendação, o prazo de 30 dias para instalação de telas de proteção contra insetos nas janelas da unidade, além de portas externas para garantir a segurança de pacientes, usuários e servidores. Nesse mesmo prazo, também deverão ser instalados condicionadores de ar em todos os quartos e salas de internação dos pacientes.
 
Os requeridos deverão encaminhar resposta informando a adoção de medidas para o cumprimento do teor da recomendação no prazo máximo de cinco dias, sob pena da adoção de providências judiciais e extrajudiciais.

Ascom MPE
 

terça-feira, 30 de maio de 2017

Jovem rompe joelho e morre na mesa de cirurgia do Hospital Pimentas-Bonsucesso

O paciente aguardou a cirurgia por 17 dias


Um porteiro de 28 anos morreu de parada cardiorrespiratória e tromobembolia pulmonar neste sábado (1º), durante cirurgia no joelho, após passar 17 dias internado no Hospital Municipal Pimentas-Bonsucesso, em Guarulhos, aguardando pelo procedimento. Rafael Ribeiro do Nascimento lesionou o joelho três semanas antes, durante jogo de futebol com amigos.
 
Segundo familiares, Nascimento passou 17 dias à espera da placa de titânio para ser colocada no joelho. O procedimento, dizem, foi cancelado três vezes. “Ele era saudável e forte. Foi negligência do hospital. Quando o visitei, ele estava animado para sair domingo [hoje]”, conta o primo e amigo de infância Henrique Didier, 31 anos, estudante de Direito. “Ele era um irmão. Vamos enterrá-lo com a roupa que ele tinha escolhido para sair do hospital, um shorts e bermuda, que era como ele se vestia.”
 
Outra reclamação da família é a falta de apoio e informação do hospital. “Não avisaram que ele seria operado na sexta-feira. O Rafa que mandou mensagem à mãe antes. Ele morreu sozinho às 15h30, segundo autópsia, e o médico, de outro plantão, só avisou três horas depois. A equipe da cirurgia não estava no hospital”, diz o primo Didier.

 Nascimento deixa os pais, dois irmãos e a namorada.
 
A família registrou um boletim de ocorrência no 4º DP de Guarulhos. Ele foi enterrado neste domingo (2) no cemitério Vila Rio, às 15h45, em meio ao desespero de amigos, parentes e da namorada. A mãe não conseguiu comparecer por estar em choque.
 
Procurada, a assessoria de imprensa do Hospital Municipal Pimentas-Bonsucesso não respondeu até a conclusão desta edição. A reportagem questionou o motivo da demora em conseguir a placa de titânio, a causa das complicações e sobre a falta de informação à família.
 
 
 

Pacientes esperam mais de 4 horas por atendimento médico em Itanhaém

Algumas pessoas tiveram que ficar do lado de fora até serem chamadas para a consulta médica.
 
 
 
A falta de médicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Trevo da Cesp, em Itanhaém, provoca demora no atendimento de pelo menos 5 horas nesta segunda-feira (29). A informação é dos pacientes que estão na fila de espera da unidade. 
 
Com a sala de espera superlotada, algumas pessoas tiveram que ficar do lado de fora até serem chamadas para a consulta médica.
 
O supervisor de empresa de alarmes Gilberto Bento de Souza, de 51 anos, chegou por volta das 8 horas e só recebeu  atendimento no médico às 13 horas. " No meu caso não tem triagem porque sofro com diabete, mas minha mulher está com pressão alta e muita dor na coluna".  
 
Após a ligação de Gilberto à Redação, a recepção pediu para que os pacientes desligassem os celulares. "Acho que já receberam denúncia sobre a falta de médicos por aqui", conta.
 
Bento ainda alerta para a falta de ortopedista na unidade. " O único ortopedista da UPA está de férias, ou seja, não tem atendimento". 
 
A dona de casa Conceição da Silva, de 45 anos, passa pela mesma situação. Ela foi levar a filha, de 12 anos, à UPA, pois a adolescente está com bronquite. Elas chegaram por volta das 9 horas ao hospital e, no final da manhã, ainda não tinha passado no pediatra. "Só tem um pediatra para atender as crianças, é muito revoltante. Isso aqui nunca vai mudar".
 
Ainda de acordo com os pacientes, há muitos idosos precisando de atendimento. "Tá cheio de idoso aqui, não tem cadeira de roda e nem respeito com as pessoas", o desabafo é do aposentado Cláudio Bezerra Pereira, de 67 anos. 
 
Resposta 
 
Em nota, a Prefeitura de Itanhaém informou que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) está funcionando com dois médicos de clínica geral, um médico pediatra e um médico de emergência. Informaram ainda, que o médico ortopedista  que atende às segundas-feiras está de férias, porém, mesmo assim, o clínico geral atende os pacientes e faz todos os procedimentos iniciais necessários.
 
Nos outros dias da semana, outro ortopedista está disponível atendendo normalmente a população. 
 
Ainda de acordo com a pasta, a UPA de Itanhaém atende os pacientes por meio do Protocolo de Manchester (classificação de risco), de acordo com a Portaria 2048 do Ministério da Saúde.
 
A classificação de risco é uma ferramenta utilizada nos serviços de urgência e emergência, que visa avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Por fim, informaram  que o tempo de espera na UPA é de, em média, uma hora e meia.
 
 
 

Menino pode ter morrido da gripe A

Campanha de vacinação continua na cidade


A secretaria de Saúde de Itapema investiga uma possível morte pelo H1Ni, o vírus da chamada gripe A ou Influenza. A vítima, um menino de 11 anos, faleceu na quarta-feira da semana passada. Há também suspeita de negligência no hospital Santo Antônio. O médico que atendeu o garoto e o mandou para casa foi afastado temporariamente.

 A enfermeira Daniele Melo, diretora da vigilância Epidemiológica da secretaria de Saúde da Prefeitura, informa que não foram feitos exames no menino. Pelo que a investigação epidemiológica apurou, dois dias antes de morrer, o garoto foi atendido num postinho de saúde. “Depois ele foi para o hospital do município e, no dia em que foi a óbito, foi para o PA de Porto Belo, onde teve uma parada cardiorrespiratória”, informou.

 A família teria dito que, quando o garoto foi atendido no hospital Santo Antônio, o médico de plantão não deu bola para a situação e mandou o menino para casa. Daniele confirmou que foi aberta uma sindicância para apurar o caso. O médico que fez o atendimento foi afastado.

 Ainda de acordo com a diretora da vigilância Epidemiológica, a irmã do garoto, de sete anos, também apresenta um quadro de gripe. A menina fez exames e o resultado é esperado para esta semana.

 Este ano ainda não há casos confirmados da gripe H1N1 em Itapema. A campanha de vacinação continua nos postinhos da cidade até 9 de junho.
 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Família de doméstica vai processar o HC após morte

Dominique Torquato/AAN
Osvaldo Spíndola, com as filhas, no enterro da mulher Marlene: morte após ter
 dores no peito,  procurar HC e ter de ir a centro de saúde
 
Dor e comoção marcaram neste sábado (27) de manhã o enterro da doméstica Marlene de Lourdes Nunes Spíndola, de 49 anos, que morreu na manhã da sexta-feira no Centro de Saúde Costa e Silva, após buscar atendimento no Pronto Socorro do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que estava fechado.
 
A família alega negligência e diz que vai processar o hospital. “Se a Unicamp não tivesse negado atendimento, tinha salvado uma vida. Ela estava mal, mas com os aparelhos avançados da Unicamp teria salvado a vida da Marlene. Éramos muito amigas. Nos falávamos todos os dias. Não sei o que será daqui adiante”, disse a cunhada Fátima Spíndola, de 59 anos.
 
Desde a tarde da última quinta-feira, o pronto-socorro adulto do HC suspendeu o atendimento para a triagem de novos pacientes em função da superlotação dos setores de emergência. A família da paciente diz que ela chegou a falar com profissionais do local, com forte dor no peito, e não foi atendida. O atendimento foi reaberto neste sábado à tarde.
 
A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da unidade no começo da tarde de ontem, mas não houve retorno. No dia anterior, o HC informou apenas que seis pacientes passaram pela triagem do pronto-socorro, sendo que um ficou internado e cinco foram encaminhados para outras unidades. A unidade alegou que nenhuma mulher com dor no peito tinha passado por procedimento no local.
 
Marlene morava no bairro Santa Genebra e começou a passar mal pela manhã. Com dores fortes no peito, ela pediu para o marido, o vigilante Osvaldo Spíndola Filho, de 67 anos, levá-la até o HC, onde já era costume buscar atendimento para o casal.
 
“Como cerca de dez dias antes eu tinha buscado atendimento no HC e tinham me negado, eu falei para irmos no posto de saúde do bairro, mas ela disse que queria a Unicamp, pois a dor era muito forte”, contou o vigilante.
 
Segundo ele, a doméstica chegou a passar pela recepção do PS, mas uma funcionária a orientou seguir até um contêiner de triagem, que fica a cerca de dez metros da recepção. No local, disse Osvaldo, uma enfermeira afirmou que não tinha vagas e deu as costas para ele. Outra enfermeira atendia uma pessoa, e quando terminou apenas lhe entregou um encaminhamento para o PS Municipal da Vila Padre Anchieta, sem examinar a doméstica. “Nem olharam a pressão dela. Ela estava tão mal que não aguentava ficar em pé. Como o PS do Padre Anchieta ficava longe, e a gente corria risco de pegar trânsito na Rodovia D. Pedro devido ao horário de pico, falei que a levaria no posto de saúde do nosso bairro e ela aceitou”, relatou Osvaldo.
 
Marlene desmaiou quando chegou na porta da unidade de saúde do bairro, ao sair do carro. Os funcionários a levaram para dentro e tentaram reanimá-la. Eles chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas Marlene não resistiu. A doméstica morreu no próprio posto de saúde, de parada cardíaca. “O pessoal fez de tudo, mas já era tarde demais. Eu sei que nada a trará de volta, mas vamos processar o HC para que isso não aconteça com outra família”, disse Fátima.
 
Capacidade
 
No dia em que suspendeu o atendimento, o HC informou que a capacidade de atendimento do PS havia extrapolado os 28 leitos oficiais da unidade. De acordo com a administração do hospital na ocasião, dos 122 ventiladores mecânicos, 118 estavam em operação. Pelo mesmo motivo de superlotação, o HC já havia fechado o pronto-socorro adulto em 2003 e 2009. Houve ainda restrição ao atendimento por duas vezes em 2014. O hospital é considerado referência no atendimento médico da região e 70% dos seus pacientes residem em Campinas.
 

Paciente indenizada por exame médico não autorizado




A 3ª Câmara de Direito Civil do TJ condenou a Fundação Educacional de Criciúma (Fucri) e o médico do corpo clínico do Hospital de Araranguá – administrado pela Fundação – ao pagamento de medicamentos, exames e despesas médicas da menor D. C.R. , oriundos de um erro de diagnóstico. Acompanhada de sua mãe, a criança foi à instituição com febre e dor da nuca, sendo diagnosticada uma suspeita de meningite e receitada a realização de exame liquórico próprio para detectar a doença.
 
A mãe pediu um tempo para consultar o pai da criança, porém, no retorno ao hospital, soube que o procedimento fora realizado sem sua permissão. A criança sofria de uma virose chamada mononucleose, e não de meningite. Desse modo, a autora requereu o pagamento de todas as despesas suportadas, uma vez que o exame não foi custeado pelo SUS, bem como o abalo moral sofrido.
 
Por outro lado, tanto a Fucri quanto o médico sustentaram a urgência na realização da pulsão em casos de suspeitas de meningite. Em 1º grau, decidiu-se, também, pela indenização por danos morais de R$ 12 mil. Entretanto, o relator do processo, desembargador Marcus Tulio Sartorato, ressaltou que, apesar da realização do exame sem autorização dos pais, tal procedimento não causou dano à saúde da criança, nem abalo psicológico passível de indenização.
 
Para o magistrado, a reparação necessária é a material, uma vez que os gastos foram decorrentes de procedimento não autorizado e sem urgência, visto que a criança não sofria risco de vida. Os gastos diários da autora durante a internação serão apurados em liquidação de sentença.
 

domingo, 28 de maio de 2017

Município e médico pagarão indenização de R$ 300 mil por negar atendimento a acidentado




O Município de Paranaiguara e o médico Ricardo Pereira Borges terão de pagar, solidariamente, R$ 300 mil de indenização por dano moral a Célio de Souza Lima e Regina Theodoro de Oliveira Lima por negligenciar atendimento ao filho do casal após acidente automobilístico, em setembro de 2012, que culminou na morte de Vinícius Theodoro de Lima. Os pais também receberão R$ 4 mil por dano material, além de pensão de dois terços do salário mínimo vigente à época até a data em que o rapaz completaria 25 anos. A sentença é da juíza da comarca de Paranaiguara Maria Clara Merheb Gonçalves Andrade.
 
De acordo com o processo, o filho do casal trafegava pela rodovia GO-164, sentido Quirinópolis à Paranaiguara, quando nas proximidades de Paranaiguara, teve seu veículo atingido por outro que transitava em sentido contrário. Com o acidente, Vinícius sofreu diversas lesões pelo corpo. Após ele ter sido socorrido pelo Samu, foi encaminhado para o Hospital Municipal de Paranaiguara.

Apesar de a vítima ter apresentado quadro grave, conforme apontado na petição inicial, o médico plantonista Ricardo Pereira Borges teria se recusado a atendê-lo. Diante da negativa, Vinícius foi encaminhado pela equipe de socorro para a cidade de São Simão. Após os cuidados de emergência recebidos na cidade, o jovem foi transferido para o Hospital Regional de Santa Helena de Goiás, onde veio a óbito. De acordo com os pais do jovem, a recusa do atendimento contribuiu para que o filho morresse por não ter recebido tratamento em tempo hábil.

Defesa

Conforme argumento apresentado pelo médico, ele não foi negligente, não tendo procedido ao atendimento da vítima porque estava cuidando de mais dois pacientes. Segundo ele, o quadro clínico de Vinícius estava estabilizado antes de ele ser transferido para a unidade de São Simão e que prestou assistência necessária mesmo não possuindo recursos imprescindíveis para o atendimento. Já o Município de Paranaiguara sustentou que não praticou qualquer conduta que fundamentasse o pedido de indenização, uma vez que o acidentado foi devidamente atendido no hospital da cidade.

Sentença

Ao analisar o caso, a magistrada afirmou que testemunhas confirmaram que o médico se recusou atender a vítima e mais dois passageiros que estavam no carro com Vinícius e que sobreviveram. “Uma delas disse que trabalha no hospital há sete anos e que nesse tempo nunca tinha presenciado, antes do fato, um médico recursar atendimento, considerando a gravidade do estado do paciente”, afirmou. Segundo a juíza, as provas produzidas nos autos indicaram que Ricardo foi mesmo negligente. Ele, por dever legal, deveria ter atendido de imediato o rapaz. “Em virtude do risco de morte, o estado da vítima se sobrepunha aos demais que estavam aguardando atendimento”, frisou, acrescentando que o plantonista, de forma indireta, contribuiu para a morte de Vinícius. “O Município também falhou, de forma drástica, na prestação do serviço a que está obrigado”, afirmou.

A título de indenização por danos morais, foi fixado o valor de R$ 300 mil, mais R$ 4.004,20 mil por danos materiais. A magistrada condenou ainda os réus a pagarem aos pais da vítima pensão de dois terços do salário mínimo vigente à época do acidente até o momento em que Vinicius atingiria 25 anos. “A condenação ao pagamento de pensionamento mensal aos familiares constitui espécie de reparação aos danos experimentados por eles em razão do falecimento do filho, tendo em vista a diminuição patrimonial causada pela sua falta no seio da entidade familiar”, afirmou a juíza Maria Clara Merheb Gonçalves Andrade. Veja decisão(Texto: Weber Witt – estagiário do Centro de Comunicação Social do TJGO)
 
 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Polícia exuma corpo de bebê para investigar erro médico em Boituva

Pais acusam hospital de descaso ao tratar criança que já nasceu com problema de saúde. Prefeitura, a responsável pela unidade de saúde, diz que também investiga.
 
 
Polícia exumou corpo de bebê para investigar se houve erro
 (Foto: Reprodução/ TV TEM)
 
O corpo de um recém-nascido foi exumado nesta quinta-feira (25) pela Polícia Civil, em Boituva (SP), que investiga se houve erro médico no atendimento à criança. Os pais acusam o hospital de descaso no tratamento do filho, que já nasceu com problema de saúde. A Prefeitura de Boituva, responsável pelo Hospital São Luiz, diz que também investiga o caso (leia abaixo a nota na íntegra).
 
O recém-nascido morreu em 5 de maio, um dia depois do nascimento. Segundo o atestado de óbito, a causa da morte foi insuficiência respiratória. Agora, a perícia vai confirmar ou refutar a causa identificada.
 
A exumação durou cerca de uma hora e o resultado deve ser emitido em 30 dias. Com base no laudo da perícia, o delegado vai decidir se ouvirá algum representante ou funcionário do hospital, explica Emerson de Jesus Martins, responsável pela investigação.
 
“Se a morte se deu por causas naturais ou em virtude de uma falha médica. Esse é o divisor de águas para que possamos saber quais serão os próximos passos a serem feitos pela polícia. Se for uma morte natural, nada que tenha relação com a polícia. Se for constatado que a morte decorreu de algum tipo de falha, aí sim haverá apuração de um crime de homicídio”, explica.
 
A mãe do bebê, a dona de casa Letícia Andrade Frate, teve um final de gestação delicado. Perdeu líquido nas últimas semanas, por isso o filho nasceu de cesárea. Segundo Letícia, as enfermeiras demoraram para informar sobre a saúde do bebê.
 
Pais do bebê, Letícia e André, acusam hospital de Boituva
 (Foto: Reprodução/ TV TEM)
 
Letícia conta que insistiu para ver a criança e foi até a incubadora, onde a preocupação aumentou. “Notei que a incubadora desligava o tempo todo. Fui perguntar para a enfermeira o que estava ocorrendo e ela disse que era mau contato. Já peguei a incubadora aberta e a enfermeira disse que o neném estava tomando um vento. Nunca vi isso na vida”, reclama.
 
Para os pais, Letícia e o serralheiro André Luiz Meneses, a exumação do corpo do filho é mais um capítulo de uma história que não terminou.
 
 
“Passa um filme na nossa cabeça, porque nós passamos por alguma coisa que a gente nunca achou que iria passar. Está sendo um baque”, afirma o pai.
 

Resposta da prefeitura


A Prefeitura de Boituva informou que a Secretaria Municipal de Saúde tem um comitê de acompanhamento de mortalidade infantil atuante, e que está fazendo a análise do caso, assim como de qualquer outro óbito materno e de crianças menores de 1 ano, que ocorra no município.
 
Segundo o Executivo, o caso citado está sob investigação do comitê e, após análise da entrevista da mãe, da documentação do pré-natal e do Hospital São Luiz, o comitê vai emitir um parecer.
 
A Secretaria de Saúde ressalta que tem uma linha de cuidado materno infantil integral em que assiste desde o diagnóstico precoce da gestação, até o acompanhamento final do recém-nascido.
 
Hospital São Luiz em Boituva (Foto: Reprodução/ TV TEM)
 
 

UFSC terá que indenizar paciente que teve gaze esquecida dentro do abdômen após cirurgia no HU




A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi condenada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, a indenizar uma paciente do Hospital Universitário que teve uma gaze esquecida em seu abdômen após cirurgia bariátrica. A sentença foi confirmada na última semana e a universidade terá que pagar R$ 50 mil por danos morais. Os juízes consideraram o fato como erro médico por parte da instituição.
 
A paciente que processou a UFSC fez uma cirurgia de redução de estômago em 2008 no Hospital Universitário. Dois anos depois do procedimento, ela ainda sentia dores e inchaço na região abdominal. Somente depois de consultar um médico particular é que a gaze esquecida foi descoberta.
 
No processo, a paciente pediu indenização por dano moral e uma pensão vitalícia, alegando que o erro médico causou prejuízos à sua saúde que a impediram de voltar a trabalhar. A Justiça Federal de Florianópolis considerou o pedido parcialmente procedente e excluiu a pensão vitalícia pois exames médicos atuais não indicaram redução da capacidade de trabalho.
 
A UFSC recorreu à segunda instância, no TRF-4, alegando falta de provas de abalo físico ou dores causadas pela gaze esquecida. A desembargadora Marga Tessler, relatora do caso na 3ª turma do tribunal, negou o apelo.
 
— Considero que a conduta do hospital, de esquecimento do material cirúrgico na cavidade abdominal da autora, por si só, já é capaz de gerar abalo psíquico suficiente para a indenização do dano moral — disse.
 

Dois médicos são indiciados por morte de garoto após atendimento em UPA

Segundo Polícia Civil, os profissionais, que atuam em unidade de saúde de Inhumas, vão responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Pai cobra punição.
 
Polícia indiciou dois médicos por morte de Lucas Gabriel, de 11 anos
 (Foto: Arquivo pessoal/Lúcio Lopes)
 
Dois médicos foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, pela morte do garoto Lucas Gabriel de Menezes Lopes, de 11 anos. Segundo a Polícia Civil, os profissionais Murillo Isaac de Almeida e Túlio Michel Saadou "foram negligentes" no atendimento do paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia. O caso dele se agravou e ele acabou sendo transferido para o Hospital Materno Infantil (HMI), na capital, mas morreu logo em seguida.
 
O G1 não conseguiu contato com os dois médicos até esta publicação. A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Inhumas, por e-mail, na tarde de terça-feira (23), mas ainda não obteve retorno.
 
Lucas morreu na madrugada de 29 de dezembro do ano passado. Já o inquérito foi concluído na terça-feira. De acordo com o delegado Humberto Teófilo, responsável pelo caso, três dias antes da morte, o menino se queixou de dores de cabeça e nas articulações, além de apresentar febre. Por conta disso, os pais dele o levaram à UPA de Inhumas.
 
"No dia 26 de dezembro, ele foi atendido por um dos médicos, que o diagnosticou com uma cefaleia, aplicou remédio para dor na veia e prescreveu um anti-inflamatório, liberando-o logo em seguida, apesar das reclamações do garoto", disse o delegado ao G1.
 
No outro dia, porém, os sintomas persistiram. Ele retornou a UPA e o mesmo profissional o encaminhou para o atendimento com o colega, que também estava de plantão. "Na nova análise, ele suspendeu o anti-inflamatório, solicitou um hemograma e novamente o liberou mesmo com as queixas de dores ainda mais fortes", afirmou Teófilo.
 
Segundo polícia, médicos que atenderam o garoto na UPA foram negligentes
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
 
 

Médico chora ao falar sobre dificuldades enfrentadas em hospital



Em entrevista coletiva, concedida nesta segunda-feira (22), o diretor técnico do Hospital Regional de Sorriso, município localizado no estado do Mato Grosso, Roberto Satoshi, chorou ao falar sobre as dificuldades enfrentadas pela instituição.
 
Segundo ele, há atraso nos repasses por parte do governo do estado, gerando salários atrasados, cirurgias parcialmente suspensas e até falta de alimentos para os pacientes.
 
De acordo com Satoshi, a dívida do estado com o hospital é de R$ 8 milhões e ele pensou até em fechar as portas da unidade.
 
O governo do Mato Grosso informou que irá repassar, ainda esta semana, R$ 54 mil para a instituição.
 
Veja momento de desabafo do médico:
 
 
 

HGU é condenado em R$ 200 mil por erro médico em parto

Família entrou com ação de danos morais sofridos pela mãe e o bebê.


Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso manteve a decisão de primeira instância e condenou o Hospital Geral Universitário de Cuiabá a  indenizar um bebê macrossômico (acima do peso normal) que sofreu anóxia perinatal (ausência ou diminuição de oxigênio no cérebro durante o nascimento) durante o parto - o que lhe provocou sequelas permanentes.
 
O caso que aconteceu em 2006 foi provocado por um erro médico que ensejará uma indenização por danos materiais e morais no montante de R$ 200 mil, além de uma pensão no valor de um salário mínimo desde o evento do parto.
 
A relatora do processo, desembargadora e relatora do caso, Clarice Claudino da Silva, pontuou que a prestação do serviço médico-hospitalar decorre da relação de consumo, pois está de acordo com os princípios, categorias e normas do CDC, sendo a vítima de erro do médico ou do hospital considerada consumidora por equiparação, à luz do artigo 17.
 
“Está claro nos autos que o hospital universitário deve responder pela reparação civil causada pela negligência no atendimento hospitalar de gestante que, em decorrência de o seu bebê - em razão da conduta omissiva do hospital.
 
Levando-se em consideração a situação econômica das partes, a gravidade e a repercussão da lesão permanente causada no menor e na sua mãe, o valor de R$ 200.000  é suficiente para reparar o abalo moral”, escreveu em sua decisão acatada pela unanimidade dos magistrados durante julgamento pleno.
 
 

DR. LÁZARO DENUNCIA 136 MORTES DE BEBÊS NA MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA EM CINCO MESES

AS MORTES OCORRERAM POR FALTA DE LEITOS DE UTIs; O VEREADOR AFIRMA QUE HÁ NEGLIGENCIAMENTO DO PODER PÚBLICO
 
 
 
Na manhã desta quarta-feira (24) o vereador Dr. Lázaro (PPS) repercutiu durante pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal os dados apresentados em reunião do Conselho Regional de Medicina. As informações dão conta da ocorrência de 136 mortes de bebês nascidos de forma prematura, por falta de UTIs na Maternidade Dona Evangelina Rosa, em apenas cinco meses. Ao Política Dinâmica o parlamentar classificou a situação como uma “bomba” para a saúde pública.
 
“A questão das mortes na Maternidade [Dona Evangelina Rosa] é grave. Realmente a bomba explodiu. Eu sempre digo que o poder público meio que corre atrás. A gente tem que fazer um dimensionamento de recursos humanos e financeiros à medida que há um aumento dessa demanda por parte da população. (...)Quando isso é negligenciado ao longo dos governos, em um determinado momento a bomba estoura”, declarou à reportagem.
 
RESPONSABILIDADE DO PODER PÚBLICO
 
Para Lázaro, o problema está no sistema como um todo. “Todos são culpados: Estado, município, governo federal. A nossa política não está fornecendo [o que é necessário] para a população. (...) A carência de leito de UTI é muito grande. Nós temos a necessidade de 94 leitos e temos hoje apenas em torno de 40 leitos”, disse.
 
O vereador atribui os problemas à negligência na atenção básica. A obstetrícia é uma das áreas da medicina com a maior quantidade de processos médicos em todo o mundo, afirma Lázaro. “Você espera dar uma criança para aquele casal e entrega um cadáver. Ninguém consegue entender o porquê. Então há um negligenciamento a nível de Estado, de municípios nessa atenção”.
 
O vereador criticou ainda a atuação dos médicos cubanos e a execução de procedimentos por enfermeiras, quando estes são de responsabilidade dos médicos.
 
AUDIÊNCIA PÚBLICA
 
Uma audiência pública proposta pelo parlamentar foi aprovada na manhã desta quarta-feira (24) e será realizada em nome da Câmara de Teresina. Serão convidados para o evento o Ministério Público; associações médicas diretamente envolvidas com a área; os secretários de Saúdo estadual e municipal; Defensoria Pública. Ainda não há uma data definida para o evento.
 

Justiça mantém decisão que leva a júri médico acusado de manter clínica de aborto em Fortaleza

Segundo a denúncia, foram realizados mais de quatro mil abortos no local, ao preço de R$ 2 mil por procedimento.
 
Médico que mantinha clínica de aborto em Fortaleza irá a júri popular
 (Foto: TJCE/Divulgação)
 
O Tribunal de Justiça do Ceará manteve a decisão que leva a júri um médico acusado de manter uma clínica de aborto em Fortaleza. Na decisão, ficou determinado que o médico e cinco funcionárias da clínica onde eram praticadas as intervenções sejam submetidas a julgamento pelo júri popular.
 
A desembargadora Maria Edna Martins destacou que "todos os vestígios da participação dos recorrentes [réus], assim como a individualização da conduta de cada um estão bem delimitados".
 
A denúncia do médico e dos funcionários foi feita pelo Ministério Público do Ceará em 2010. De acordo com o órgão, entre 2006 e a data da denúncia, foram realizados mais de 4 mil abortos na clínica, no Bairro de Fátima, em Fortaleza. O local funcionava como suposta clínica de planejamento familiar e de fertilidade.
 
No Brasil, a prática de aborto não é regulamentada e as clínicas que realizam esse tipo de procedimento são consideradas clandestinas.


por G1 CE

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Polícia e Conselho de Medicina vão investigar denúncia de negligência em maternidade de Curitiba


 
A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil vai instaurar um inquérito para apurar a morte de uma gestante e da filha dela na Maternidade Mater Dei, no Centro de Curitiba. A família da gestante registrou um boletim de ocorrência e denuncia que erros do hospital levaram à morte da mãe e do bebê.
 
Sandrione Ribeiro Serbelo morava em Tunas do Paraná, na Grande Curitiba, e estava na 42ª semana de gestação de Kemily, sua terceira filha. A gestante, de 37 anos, foi encaminhada de um hospital do município para a maternidade da capital e deu entrada na instituição na noite da última quinta-feira (18).
 
A paciente relatou aos médicos que nas duas gestações anteriores o parto precisou ser induzido, o que não foi feito desta vez. A gestante teria ido outras duas vezes na maternidade, mas os médicos teriam dito que o parto seria normal e que não havia necessidade de indução ou de uma cesariana.
 
Na sexta-feira (19), Sandrione ainda não tinha dilatação suficiente para ter a criança e avisou o hospital pelo menos cinco vezes de que o parto teria que ser induzido. Quando médicos resolveram induzir o parto constataram que o bebê tinha morrido. “Viu, eu falei que já tinha passado a hora do bebê nascer”, lamentou Sandrione ao marido Noel Galvão.
 

Desespero

 
O sofrimento de toda a família não terminou ali. Após a constatação da morte de Kemily os médicos informaram que o protocolo da maternidade determinava que o feto só poderia ser removido 48 horas após o falecimento.
 
A mãe seguiu internada na companhia da cunhada e do marido. Eles denunciam que enfermeiros da maternidade que estavam de plantão confirmaram que não havia profissionais suficientes na instituição. De acordo com a família, entre sexta e sábado Sandrione seguiu recebendo as medicações para a indução do parto. No entanto, os médicos em nenhum momento teriam checado os sinais vitais dela.
 
Sandrione começou a se sentir mal e, no começo da noite de sábado (20), teve uma convulsão. A equipe médica teria demorado a prestar socorro e a paciente não resistiu.
 

Investigação

 
O Conselho Regional de Medicina do Paraná informou que vai instaurar uma sindicância para investigar o caso. Na Polícia Civil, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Decrisa) é responsável pelo inquérito que vai apurar eventual erro médico ou falha do hospital.
 
Familiares, médicos e demais profissionais da saúde que tiveram contato direto com Sandrione serão ouvidos. A polícia disse ainda que vai solicitar o prontuário médico e o laudo do Instituto Médico Legal (IML), além de outros procedimentos que forem necessários para o esclarecimento dos fatos.
 
"Assim que as diligências preliminares estiverem prontas, todo o material será encaminhado para análise da Promotoria de Saúde Pública do Ministério Público do Paraná (MP-PR)", informou a Polícia Civil, em nota.
 

O que diz a maternidade

 
A Maternidade Mater Dei se manifestou sobre o caso por meio de nota. Confira o texto na íntegra:
A Maternidade Mater Dei, por meio de sua assessoria de imprensa, esclarece que a paciente S. R.S, 37 anos, em período final de gestação, deu entrada na instituição no dia 18 de maio às 21h42, encaminhada da cidade de Tunas do Paraná, com possível Restrição de Crescimento intra-útero do seu concepto, que mesmo em observação constante, o quadro clínico evoluiu para óbito fetal intra-útero, antes que entrasse efetivamente em trabalho de parto.
 
Seguindo indicação de Literatura Médica e Protocolos Obstétricos, considerando qual procedimento traria menos riscos à vida da mãe e melhor recuperação pós-parto, a paciente S. R.S, que já havia passado por três partos normais anteriores, foi submetida à indução do trabalho de parto normal. Em todo o período de dilatação teve o acompanhamento constante dos profissionais de saúde da maternidade e de familiar, com boa evolução, níveis tensionais normais, sem intercorrências.
 
Entretanto, no período do parto, apresentou quadro convulsivo e, de imediato, após o nascimento do natimorto, teve parada cárdio-respiratória. Infelizmente, apesar de todo o esforço da equipe médica e de enfermagem, com tentativas frustradas de reanimação e de medidas recomendadas para o caso, a mesma evoluiu com óbito, às 22h45 do dia 20/5/17, com causa básica indeterminada.
 
A paciente S. R.S foi encaminhada para o IML (Instituto Médico Legal) para a apuração da causa real do acontecido. A Maternidade Mater Dei reforça que não mediu esforços para salvaguardar a vida da mãe e do bebê e lamenta as tristes perdas e coloca-se à disposição da família para quaisquer esclarecimentos. 
 
A Mater Dei, maternidade que mais faz partos pelo SUS no Paraná, é integrante dos programas Mãe Curitibana e Mãe Paranaense, seguindo protocolos recomendados por estes programas e referendados pelo Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. A Maternidade está entre as Instituições do programa com menores taxas de mortalidade infantil nos últimos anos.
 
 

Secretário de Saúde é denunciado por contratação irregular de servidores temporários


Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

O Ministério Público Estadual (MPES) denunciou o secretário de Saúde, Ricardo de Oliveira, em ação de improbidade administrativa por contratações irregulares de servidores temporárias, os chamados DTs. O órgão ministerial aponta a burla à Constituição Federal, que prevê o preenchimento dos cargos por aprovados em concurso público. 
 
Segundo a ação, “as contratações temporárias no âmbito do Estado do Espírito Santo se perpetuam amparadas por legislações complementares que excedem dispositivos constitucionais e infraconstitucionais”.
 
A promotora de Justiça, Inês Thomé Poldi Taddei, que assina a denúncia, alega que o governo estadual vem descumprindo há décadas a legislação, bem como o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) – declarando a inconstitucionalidade de leis estaduais que autorizavam as contratações temporárias. 
 
Para o Ministério Público, o Estado também vem induzindo a Justiça ao erro com a falsa alegação de legalidade da contratação de DTs. A ação cita que a ordem do Supremo vem sendo descumprida desde novembro de 2009, com sucessivas renovações de contratos com os servidores.
 
“Dessa forma, restou comprovado que a Sesa mantém em seu quadro aproximadamente 2,5 mil servidores contratados de forma temporária para cargos específicos da saúde e burocráticos para a prestação do serviço público de caráter ‘essencial’ e ‘permanente’; os concursos públicos são homologados, neste caso específico, o edital publicado em 2013 com candidatos aprovados e não nomeados, enquanto esses cargos estão sendo ocupados por temporários; os editais para processos seletivos são publicados com regularidade sem que caracterize necessidade temporária de excepcional interesse público”, narra a ação.
 
Segundo a promotora, o governo utiliza uma “situação inexistente” para justificar a contratação dos DTs, burlando a regra do concurso público. Essa circunstância seria suficiente para a responsabilização do titular da Sesa. “Restou caracterizada a prática de ato de improbidade administrativa pelo demandado [Ricardo de Oliveira] ao ignorar os princípios legais e constitucionais que regem a administração pública”, aponta Inês Taddei.
 
Entre os pedidos da ação, o MPES pede a condenação do secretário às sanções previstas em lei, que vão desde a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos em até cinco anos e o pagamento de multa civil de até cem vezes o valor de sua remuneração. No início de abril, o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual, Mário da Silva Nunes Neto, determinou a notificação de Ricardo de Oliveira para responder às acusações, no prazo de 15 dias. O caso tramita sob nº 0035425-61.2016.8.08.0024.
 

Tia e pai de bebê que morreu na Maternidade de Patos se emocionam e falam do caso. Maternidade rebate acusação. Escute



Mais um caso de morte de recém-nascido na Maternidade Dr. Peregrino Filho vem a público na cidade de Patos, e desta vez aconteceu com a agricultora Amanda Vasconcelos dos Santos, 20 anos, residente na Comunidade Rural Campo Comprido.
 
De acordo com Leidijane Pereira dos Santos, Tia de Lorena (mãe), a sobrinha teria chegado à Maternidade por volta das 02h00 da madrugada da quarta-feira (17), porém só foi ser atendida às 16h00. A paciente sentia dores fortes e a criança estava atravessada, fato que impossibilitou o parto normal.
 
Leidijane disse que naquele dia a Maternidade contava com três médicos plantonistas, e mesmo assim nenhum se habilitou a fazer o parto da sua sobrinha. Ainda segundo ela, as equipes daquela casa de saúde passaram o tempo todo dando medicamento à paciente para que a mesma tivesse a criança por meio de parto normal, porém, afirma que era notório que isso não aconteceria.
 
Por último, ela alega que a criança veio a óbito devido aos problemas ocasionados pela demora no parto. Leidijane acusa as equipes como responsáveis por negligência e ameaçou acionar a Polícia e Conselho Regional de Medicina (CRM).
 
Leonardo Pereira dos Santos, pai de Lorena, disse estar bastante abalado com a dor que sente pela morte da sua filha. Ele ainda fez um apelo para que a Maternidade Dr. Peregrino Filho tome mais cuidado com os pacientes que chegam para receber assistência.
 
Nota à Imprensa
 
A direção da Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, esclarece que o atendimento a paciente Amanda Vasconcelos dos Santos, ocorreu dentro do que determina os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e orientações do Ministério da Saúde, que prioriza o parto normal quando ele bem se adéqua às condições da paciente, como era o caso da Sra. Amanda, cujo trabalho de parto se deu no intervalo entre as 2h43, do dia 17, e às 16h, do mesmo dia, quando ela se submeteu a uma cesárea, que transcorreu sem intercorrências.
 
Após o nascimento, o RN apresentou insuficiência respiratória e foi encaminhado a UTI Neo, onde recebeu todos os cuidados necessários para sua estabilização, mas, apesar do atendimento veio a óbito, dois dias depois, em função de um choque cardiogênico, ou seja, uma insuficiência no sistema cardíaco que compromete o bombeamento do sangue para o organismo e que nada tem a ver com o parto.
 
 O diretor clínico da Maternidade, Dr. Paulo Athayde, reitera que não houve negligência por parte da equipe médica que atendeu a paciente, não houve demora nos procedimentos, já que ela ficou pouco mais de 12h em trabalho de parto na unidade e que o recém-nascido teve toda a assistência durante sua permanência na UTI. Por fim, a direção da Maternidade lamenta o ocorrido, se solidariza com a dor da família, reiterando seu compromisso com a vida e bem estar de seus pacientes.
 
 

Família acusa hospital após morte de jovem

CAMILA | Jovem tinha 25 anos

Camila Batista Couto, 25, morreu dia 13, no Hospital Municipal de Paulínia, e a família dela registrou BO (Boletim de Ocorrência) na última quarta-feira acusando a unidade de saúde de negligência. Segundo a família, a jovem precisava passar por exame de ultrassom e tomografia no dia 12, o que não ocorreu por falta de funcionários aptos no hospital. Mãe da vítima, a doméstica Maria Helena Buglioli do Couto, 65, relatou à polícia que funcionários da unidade alegaram que não havia operadores qualificados para a realização de exames "devido ao corte de horas extras da prefeitura".
 
Os problemas da jovem começaram no dia 10, quando ela estava com vômito, diarreia e dores no abdômen. Ela foi levada até o pronto-socorro, medicada e liberada, sob a orientação de procurar uma unidade de saúde em seu bairro.
 
Segundo o boletim de ocorrência, a família foi no mesmo dia até o posto de saúde do Monte Alegre, onde o médico constatou um caroço na virilha de Camila e uma fissura anal, conforme o registro policial. O médico não a medicou e solicitou a coleta de exame de sangue com urgência.
 
Maria relata que esteve no posto de saúde para saber o resultado do exame, que não foi liberado pela enfermeira, que teria alegado que a médica veria e ligaria para a família, o que não aconteceu. De volta para casa, tomando remédio, Camila piorou na madrugada do dia 11, quando foi levada outra vez para o pronto-socorro do hospital municipal.
 
De acordo com a família, no hospital ela foi medicada e foi feito exame de sangue e de urina. Camila melhorou e foi liberada. Um dia depois, no início da madrugada do dia 12, a jovem apresentou piora e foi outra vez para o hospital, momento em que foi levantada a necessidade de realização de exames de ultrassom e tomografia para descobrir o que ela tinha.
 
Ainda de acordo com o registro policial, a médica disse que comunicou o diretor do hospital sobre a situação e que não tinha operadores por conta do corte das horas extras. Os funcionários capacitados para realizar os exames só voltariam à unidade três dias depois, na segunda-feira, dia 15. Camila faleceu na tarde do dia 13. A Prefeitura de Paulínia foi questionada sobre a acusação e não respondeu até o fechamento desta edição.